Tereza Cristina: País reduzirá dependência de insumos internacionais
A falta de insumos para o plantio da safra é um anseio que permeia os produtores rurais cooperados. A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe a percepção sobre a necessidade de se incentivar a produção nacional de fertilizantes e de defensivos agrícolas. Os bioinsumos, por sua vez, são fontes inesgotáveis de sustentabilidade e inovação. Segundo o coordenador nacional do Ramo Agro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Luiz Roberto Baggio, há condições naturais para que o país seja independente na produção nacional de fertilizantes.
“Temos condições de produzir aqui no Brasil a maior parte destes insumos e em um maior volume. Então, precisamos nos atentar para isso e compor políticas públicas no que diz respeito aos nossos suprimentos agrícolas. Eu não diria 100%, mas pelo menos uma parte importante, em torno de 40% a 60%, para dar nivelamento de preço com o mercado internacional. A agricultura brasileira hoje é dependente e ela precisa ter essa condição de trazer solução dentro do mercado interno para produção nacional de fertilizantes. Assim não ficaremos reféns de grandes grupos multinacionais que dominam esse mercado”, alerta Baggio.
Durante sua gestão à frente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a deputada Tereza Cristina (MS) lançou, entre outras ações, o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), previsto no Decreto 10.991/22. A intenção do plano é tornar o Brasil autossuficiente na produção de insumos e, segundo a parlamentar, servirá como um guia para que o país siga buscando alternativas renováveis e explorando sua capacidade sustentável.
“Somos o quarto consumidor global de fertilizantes. Cerca de 80% do que é utilizado em nossa produção vem de fora e, desse total, 25% é de origem russa. Diante desta guerra, pensamos em inserir uma política moderna de inovação tecnológica que garantirá economia de bilhões e ao mesmo tempo fortalecer a eficiência e a sustentabilidade de nossa agropecuária. Devemos ainda, aumentar o intercâmbio de informações com os mercados agrícolas internacionais para sermos cada vez mais competitivos”, afirma.
O Plano - Com objetivos estratégicos de curto, médio e longo prazo, o Plano Nacional de Fertilizantes pretende, até 2050, trazer a independência e melhorar o desenvolvimento do agronegócio. Entre a diretrizes para a efetivação do plano estão: a modernização, ampliação e reativação dos projetos de fertilizantes que já existem no país; a melhoria do ambiente de negócios com objetivo de atrair investimentos para o setor; a promoção de vantagens competitivas para o país dentro da cadeia de produção mundial de fertilizantes; a ampliação de investimentos em atividades de pesquisas, desenvolvimento e inovação; a melhoria no processo de distribuição dos fertilizantes e insumos; e a adequação da infraestrutura para integrar os polos logísticos e viabilizar novos empreendimentos.