A importância do valor social para desenvolvimento positivo nos negócios cooperativistas
O voluntariado é uma iniciativa da responsabilidade social da cooperativa. E existem duas propostas de valor quando um trabalho como esse é realizado: uma é para beneficiar a sociedade, transformar vidas. A outra, é para o negócio cooperativo. Por esta razão, é necessário que o cooperado conheça as necessidades das comunidades em que suas cooperativas estão inseridas para idealizar projetos.
Segundo a consultora em sustentabilidade, Simone Faustini, o voluntariado promove atração, retenção e engajamento de funcionários. ‘‘É importante desenvolver um projeto de voluntariado que possibilite, junto com outras iniciativas, reputação e imagem. Quando se gera valor para a comunidade, a cooperativa gera valor para o negócio’’. Simone explica que se um cooperado entende que a cooperativa em que ele está inserido depende do desenvolvimento da comunidade para crescer, ele se reconhece como um agente de transformação social. ‘‘Precisamos ter o cuidado para criar interconexões. Quando há intercooperação das cooperativas, existe maior impacto social. Se dez cooperativas desenvolvem ações em uma comunidade ou cidade, o poder de influência e mobilização é muito maior do que quando ações isoladas são feitas’’, reforça Simone.
Já para a consultora Luzia Longo, o grande objetivo ao se preparar para um projeto voluntário é o de transformar determinadas realidades sociais agrupando cooperativas. ‘‘Às vezes a necessidade do outro não é aquilo que eu estou disposto a fazer. É neste momento que entra a empatia e existe um método para isso. O primeiro é perguntar para o outro o que ele precisa, depois ouvir e aceitar o que deve ser feito’’. Luzia afirma que os agentes devem ser cautelosos para não organizarem ações ou projetos que não surtam efeito positivo e dá algumas dicas de sucesso. ‘‘A primeira coisa que precisa ser feito é um levantamento com o bairro em que se pretende realizar ações. Não podemos achar o que deve ser feito. Precisamos fazer o que pedem e o que precisam. É por isso que é tão importante ouvir o outro’’.
A consultora acrescenta a importância de identificar quais são as habilidades, competências do grupo de voluntários e quais os interesses da cooperativa enquanto negócio. ‘‘Essa é a hora de conectar a comunidade, abranger os interesses e colocar o serviço em prática. Ao utilizar ferramentas que estruturem o conhecimento das pessoas, engajamos voluntários. Quanto menos um agente mobilizador ouve, menos participação existe. Esse é o momento certo de definir um representante que vai reunir as pessoas interessadas em idealizar projetos ao criar um comitê estruturado’’. Luzia relembra que este é o momento ideal para se desafiar a ser organizado. ‘‘Um projeto social não começa do nada. O resumo é básico: Tudo deve ir para o papel e quando o agente principal for definido, a proposta de programa de reestruturação social começa a existir’’, finaliza a consultora.