Bernardinho encerra 13º Concred Digital

Brasília (24/8/21) – Encerrando uma edição histórica do 13º Concred Digital, de grandes insights e muito aprendizado, o ex-técnico das seleções brasileiras feminina e masculina de vôlei, Bernardinho, trouxe importantes lições e dicas práticas a serem incorporadas à rotina das cooperativas com a palestra Estratégia e Motivação, na sexta-feira, dia 20/8. O evento, em formato 100% on-line, foi realizado entre os dias 18 e 20 de agosto pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras) e contou com mais de 2.800 inscritos.

Como atleta e líder, Bernardo Rezende faz parte de algumas das maiores conquistas na história do esporte brasileiro e, no terceiro e último dia do evento, deixou aos participantes uma mensagem valiosa: “O vencedor é apenas um perdedor que tentou mais de uma vez”.

Em sua apresentação, Bernardinho usou sua experiência pessoal para fazer paralelos entre gestão de equipes esportivas e o movimento cooperativista. Segundo ele, o grande ponto de encontro entre essas duas realidades é o espírito de time. O alicerce em valores e princípios é o que constrói um projeto, no qual todos atuam em nome de um propósito comum. Os líderes, na visão do treinador, precisam ter a capacidade de criar o solo fértil, de onde nascem sinergia e cooperação.

Na receita de sucesso, apontou ainda que não podem faltar motivação, humildade, responsabilidade, foco, resiliência e disciplina. Isso sem contar a preparação permanente, sempre conectada à inovação e tecnologia. Afinal, como bem destacou, equipes campeãs precisam manter o espírito aspirante. “Não existe crescimento acompanhado de conforto. É preciso força, foco e fé”, ponderou.

 

SUSTENTABILIDADE E DIVERSIDADE

Na parte da tarde, um dos momentos de destaque foi o Painel Mulheres com Propósito, sob o tema "Liderança feminina: por um futuro igualitário”. A apresentação, que propôs uma importante discussão sobre empoderamento e presença feminina em posições de liderança, foi mediada pela superintendente da Confebras, Telma Galletti, e teve a participação da consultora de empresas Alexandra Loras e da economista e fundadora do hub “O Futuro das Coisas”, Lília Porto.

Ex-consulesa da França em São Paulo e atuando há mais de 20 anos na área de transformação pessoal e empresarial para o reequilíbrio da diversidade étnico-racial de diversas organizações, Alexandra destacou que as mulheres representam 52% da população, mas ainda estão muito ausentes nos espaços de poder. Outro dado importante apontado é que a população feminina movimenta em renda própria 2,3 trilhões por ano. “É importante percebermos o quanto a sociedade está perdendo quando ela não está incluindo a diversidade”, destacou.

Números que demonstram a presença feminina nos espaços de trabalho e os impactos positivos das mulheres na economia também foram apresentados nas palavras de Lília Porto. Ela frisou que investir em inclusão e equidade de gêneros beneficia as empresas, contribuindo para mais inovação e melhor desempenho. A boa notícia é que muitas organizações e líderes já estão prestando mais atenção à ascensão feminina e à equidade. “Hoje no Brasil 66% dos executivos estão trazendo para suas agendas essas questões como prioridade”, pontuou Lília.

Outro tema importante e bastante conectado à realidade das cooperativas foi abordado no talk show “A importância da pauta ESG no Futuro das Cooperativas”, mediado pelo conselheiro e ex-presidente da Confebras, Kedson Macedo, tendo como convidados o CEO da consultoria Ideia Sustentável, e um dos primeiros consultores em sustentabilidade empresarial do Brasil, Ricardo Voltolini, e a professora doutora em gestão ambiental, Maria Flávia Bastos.

“As cooperativas já são exemplos de boas práticas ligadas ao ESG (Environmental, Social and Governance, na tradução para o português Ambiental, Social e Governança), já estão “do lado do bem da força” (fazendo analogia aos filmes da franquia Star Wars). Mas não podem se acomodar, têm de estimular os jovens, cooperados ou não. Têm de ser o exemplo das mudanças que querem ver”, disse Voltolini. Para Maria Flávia, as cooperativas oferecem à nova geração propósitos e isso é um grande diferencial. “As cooperativas não são apenas um modelo de negócio, e sim a forma em que muitos jovens querem viver”, avaliou.

 

DESAFIOS DOS NOVOS TEMPOS

A manhã do último dia de Concred começou com uma instigante palestra de Ricardo Guimarães. O consultor, reconhecido por dar apoio estratégico a grandes marcas, ele destacou o cenário de imprevisibilidade que caracteriza o atual mundo corporativo e a importância do investimento em identidade e valores intangíveis, como credenciais de confiança, integridade e valor de mercado. São elementos que surgem de propósitos e valores bem construídos e solidificados. Segundo ele, algo inadiável para as empresas e instituições sobreviverem no cenário da sociedade do conhecimento.

“Estamos vivendo as dores do parto de uma nova sociedade, que está rompendo com o padrão industrial. É um processo de humanização. As empresas precisam se entender como organismos vivos, interativos, integrados a todo um ecossistema. O grande diferencial está na aptidão para interagir com os cenários que se apresentam e suas ameaças. Um norte que o cooperativismo pratica como uma nova maneira de reorganizar a sociedade a partir das pessoas”, observou Guimarães.

Esta abordagem foi reforçada na palestra seguinte, pelo teólogo e filósofo Zeca de Mello, que falou sobre “Aprender, Desaprender e Reaprender: desafio para pessoas e organizações”. O palestrante provocou uma reflexão sobre a inadequação dos modelos tradicionais de educação para um mundo que nos desafia a lidar com tantas incertezas. “Toda crise é um banho de lucidez. E isso é o que estamos vivendo. É preciso saber desaprender, desapegar do antigo e conhecido jeito de fazer as coisas. Esse caminho envolve uma coragem percebida no movimento cooperativista, que tem um DNA de curiosidade, imaginação e preocupação genuína com o outro”, ressaltou.

Veja aqui fotos e vídeos do terceiro e último dia do 13º Concred Digital.

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