Com aposta em crescimento verde, Brasil se torna palco de investimento

Uma economia de baixa emissão de carbono, aliada a menos impactos ambiental e social. A transição para o chamado “crescimento verde” está na pauta global, em especial em encontros como a Cúpula do Clima, que ocorre desde o último dia 1º, em Glasgow, na Escócia. O evento conta com representantes brasileiros das esferas pública e privada, que mostram ao mundo iniciativas pelo desenvolvimento sustentável e oportunidades de investimento. Nesta quarta-feira (3), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, protagonizou a fala da mesa “Crescimento Verde”, na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Em transmissão ocorrida de Brasília, o ministro apresentou ações e demonstrou interesse em integrar soluções para a melhoria dos indicadores verdes no Brasil. “Nós produzimos muito conhecimento. Mas como o transportamos para novas empresas, novos produtos, novos empregos? No setor do meio ambiente, temos muito a contribuir”, apontou o ministro. Marcos Pontes citou o setor energético, indicando estudos conduzidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) na área de energias renováveis. Segundo Pontes, a pasta desenvolve pesquisas voltadas à melhoria da eficiência de células fotoelétricas, utilizadas na matriz solar; e de geradores utilizados no âmbito da matriz eólica. O desenvolvimento de tecnologias para uso do hidrogênio verde também é alvo de estudos do Ministério. “Temos que fazer a transição do combustível fóssil para as fontes renováveis de forma inteligente, suportada pela tecnologia”, defendeu o ministro. O Brasil conta com uma vantagem competitiva em termos de energia limpa, já que 82,76% da matriz energética brasileira é renovável – sendo 60,71% de fonte hídrica, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). CRESCIMENTO. VERDE Presente na mesa de debate da COP26, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, lembrou a criação do Programa Nacional de Crescimento Verde (PNCV), lançado no último dia 25, em parceria com o Ministério da Economia. “É importante ver a ciência como aliada do desenvolvimento, no âmbito do novo programa. Que a gente crie essa economia verde, livre de emissões, juntos”, afirmou Leite. Os objetivos do PNCV são aliar redução das emissões de carbono, conservação de florestas e uso racional de recursos naturais com geração de emprego verde e crescimento econômico. De acordo com Joaquim Leite, o programa vai apoiar e priorizar os projetos verdes para que promovam empreendedorismo e inovação sustentável, aliando preservação ambiental e melhora da condição de vida da população. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, frisou que já conta com iniciativas alinhadas às metas do novo programa. “Nós temos centenas de projetos relacionados ao meio ambiente e voltados para o desenvolvimento. Nosso foco é transformar o conhecimento do pesquisador em prática. Por meio da ciência, conseguimos utilizar recursos naturais de forma sustentável e eficiente, transformando isso em desenvolvimento econômico e social para o País”, reforçou Pontes. Entre os programas citados pelo ministro está o Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites (Salas), que prevê a instalação de laboratórios espalhados pela Amazônia, com foco no desenvolvimento de cadeias produtivas baseadas na biodiversidade e na descoberta de novos materiais e princípios ativos. Três laboratórios já foram entregues pela pasta: Laboratório Flutuante Vitória Régia, Laboratório de Selva Peixe Boi, Estação Científica Ferreira Penna. Cadeias produtivas de bioeconomia também são acompanhadas pelo MCTI, com foco na agregação de valor a produções locais. O Ministério ainda conta com um Simulador Nacional de Políticas Setoriais e Emissões, a ferramenta oficial do governo brasileiro para projeção de cenários de implementação de políticas públicas para redução de emissões de gases de efeito estufa. “Tenho orgulho de chamar meu Ministério de uma caixa de ferramentas, com habilidade para ajudar a todos os demais”, completou Pontes.

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