Cooperata realiza o Dia C

Forró e muita animação marcaram o Dia C da Cooperativa Pernambucana de Trabalho em Serviços e Assistência Técnica (Coperata), no último sábado (09/07). A Cooperativa ofereceu, em sua sede, serviços de saúde à comunidade, além de oficinas de artesanato e orientações sobre alimentos. Na oportunidade, muitas doações foram recebidas e serão encaminhadas para o Centro Geriátrico Padre Venâncio, abrigo de idosas localizado no bairro da Várzea, no Recife, próximo à cooperativa. A recepção do público foi feita pelas associadas que vestiam camisas customizadas do Dia C. Laços, desenhos em relevo, pintura e pequenas bandeiras de São João foram adicionados para personalizar cada uma delas. A decoração junina fazia referência a uma das mais tradicionais festas do estado e a música ficou por conta da banda Forró de um Real, cujo sanfoneiro, Felipe Wagner, é funcionário da Coperata, no setor administrativo-financeiro.  Logo na entrada, a criançada teve acesso a algodão doce e cachorro-quente, gratuitamente, como uma das parcerias firmadas pelo evento, que conseguiu apoio de supermercado e padarias locais. Bolos e tortas também faziam parte da festa e foram elaborados pela associada Maria José Oliveira, responsável por instrutorias nessa área alimentícia pela cooperativa.

Diferente das outras edições do evento, com ações concentradas em praças, a ideia este ano foi levar a comunidade à cooperativa, que teve o espaço adaptado para a realização dos atendimentos. O objetivo da mudança foi motivar ainda mais a participação dos sócios. O resultado deu certo e mais de trinta cooperados se envolveram, seja como instrutores, seja como articuladores de parcerias para viabilizar a estrutura. “A proposta era a de que os associados trouxessem como serviço algo relacionado ao que já fazem no campo, na área da saúde e artesanato. Fizemos uma reunião e viabilizamos a ideia, ao mesmo tempo em que a comunidade tem a oportunidade de nos conhecer”, afirmou a presidente Patrícia Miranda.

Um dos associados que atuou como voluntário na ação foi Paulo Henrique Macedo, enfermeiro que ofereceu seus serviços realizando exame de glicose e aferição de pressão. “É gratificante participar deste evento porque você está ajudando o próximo e alertando sobre os excessos cometidos na saúde, trabalhando a prevenção”, afirmou.  Um dos que recebeu o atendimento foi o contador Paulo Vieira Pontes, que estava passando pelo local e resolveu aferir a pressão em virtude de uma sonolência.  Após a aferição, nenhuma anormalidade foi verificada, mas, no teste de glicose, o resultado chamou a atenção e o enfermeiro recomendou o encaminhamento do paciente a um posto médico para uma consulta. “Esse evento é ótimo para o bem da comunidade. Hoje trabalhamos muito e não temos tempo para cuidar da saúde”, concluiu o contador.

As oficinas de artesanato também foram muito procuradas pelos participantes do Dia C, que ofereceram instruções de como confeccionar pequenas bolsas de tecido e um tradicional brinquedo da cultura local, o rói-rói. Até mesmo a diretora do Centro Geriátrico Padre Venâncio, Maria do Rosário Alves, resolveu se habilitar à costura e já tem planos para o que aprendeu ali. “Na nossa entidade, acolhemos 60 idosas e, no Dia das Crianças, os netos vão visitá-las. O rói-rói será um ótimo brinquedo para entregar aos pequenos visitantes. Vou levar as instruções e repassar para que nossas acolhidas também possam aprender a confeccionar”, afirmou. O centro existe há 88 anos e oferece assistência médica, nutricional, na área de enfermagem, fonoaudiologia, fisioterapia, entre outros, e receberá, nos próximos dias, os itens arrecadados pela Coperata no evento, que incluem alimentos e produtos de limpeza. Tendo em vista que muitas doações foram feitas em dinheiro, os cooperados irão efetuar a compra dos itens complementares para encaminhamento à instituição. 

O evento contou também com orientações sobre alimentos orgânicos e fáceis de cultivar em casa. Em garrafas pets cortadas ao meio, os associados Carlos Santana e Getúlio Bastos, mostraram como é possível plantar alface, manjericão, salsa, couve, bredo, entre outros, mesmo com um pequeno espaço disponível. “É possível produzir alimento de boa qualidade em casa, e as pessoas carentes podem se beneficiar disso. O bredo, por exemplo, tem muitos nutrientes, e a língua de sapo é medicinal e pode ser usada também em saladas, pois é rica em vitaminas e sais minerais”, afirmou Carlos Santana, que é licenciado em Ciências Agrícolas.  A preocupação com a reciclagem também era evidente pelo reaproveitamento das garrafas de plástico. Além disso, a garantia da procedência do alimento foi outro benefício abordado. “Às vezes, você vai a uma quitanda, compra vegetais, mas não sabe de onde vêm, nem como são cultivados”, frisou o engenheiro agrônomo Getúlio Bastos. Os participantes da oficina recebiam, além das orientações, sementes e adubo para praticar o cultivo e já levar para casa. “Conhecimento hoje não pode ficar só com a pessoa. É preciso repassá-lo e essa é a filosofia da nossa cooperativa”, concluiu Santana. 

O uso do mel na alimentação também foi tema de uma das palestras. Além das orientações do técnico Agrícola, Antônio Muniz Junior, sachês de mel eram distribuídos aos participantes. “Nosso objetivo é conscientizar sobre a importância do consumo diário, pois o mel aumenta a nossa defesa, fortalecendo os anticorpos, além de ser totalmente absorvido pelo organismo”, afirmou. Segundo o instrutor, o Brasil ainda possui um consumo per capta de mel bastante reduzido em relação aos países de primeiro mundo, o que está mudando, aos poucos, com a iniciativa de incluir o mel na merenda escolar por meio de programas federais.  Em suas instrutorias pela cooperativa, Antônio capacita produtores rurais no fomento à sua produção.

Com 105 cooperados e na terceira edição do Dia C, a Coperata tem posto em prática a essência do 7º princípio do cooperativismo, que foca a preocupação com a comunidade. Hoje, já são ministradas oficinas de teatro de bonecos gratuitas, em parceria com a instituição Lar Fabiano de Cristo, mas muitas outras devem integrar a programação anual. “Estamos abertos para oferecer cursos para a comunidade. Vamos fazer um levantamento e verificar o que poderemos trabalhar. O Dia C é importante por abordar a questão solidária estimulando ações sociais, a preocupação com o próximo”, concluiu a presidente Patrícia Miranda. 

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