Cooperativas de MT atendem mais de 300 mil famílias no Dia C
Trabalho social é realizado ao longo de todo o ano e culmina em uma grande ação simultânea que acontece em todo o país
Ações sociais realizadas simultaneamente por 148 cooperativas em Mato Grosso resultaram no atendimento de 372.965 pessoas no ano passado. A estatística é referente ao Dia de Cooperar, também conhecido como Dia C, data reservada para dar visibilidade a uma ação antes silenciosa e que marca a relação direta entre as instituições e o desenvolvimento não só econômico, como humano dos locais onde estão instaladas.
O superintende do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo em Mato Grosso (Sescoop/MT), Adair Mazzotti, explica que as cooperativas são criadas geralmente em prol de uma demanda econômica local, porém a sua sustentabilidade está diretamente ligada ao ambiente e a empatia com a região onde estão instaladas, já que o objetivo principal é o desenvolvimento da comunidade como um todo.
Desde que Mato Grosso aderiu ao Dia C, que é uma campanha nacional, o número de pessoas diretamente atendidas teve um acréscimo de mais de 2 mil % em 8 anos. Conforme os dados, em 2013, eram 12.549 pessoas e, em 2021, chegaram a mais de 300 mil.
O número de pessoas dispostas a ajudar – entre cooperados, funcionários das cooperativas e comunidade em geral - também cresceu 1.400% em todo o Estado, passando de 1.844, em 2013, para 29.318, em 2021.
Mazzotti explica que já faz parte da atuação das instituições as campanhas, cuja meta é o retorno social e que, com a pandemia, foi necessário focar ainda mais nos trabalhos.
Todos os anos, há uma grande diversidade de projetos nas áreas de assistência, sustentabilidade e qualificação durante o Dia C, que acontece no 1º sábado de julho. Porém, em 2021, a maior parte dos trabalhos foi direcionado ao combate à fome por conta do empobrecimento da população em decorrência da pandemia do covid-19.
Apenas a Sicredi Grandes Rios, com sede em Colíder (650 km de Cuiabá), conseguiu arrecadar mais de 70 toneladas de alimentos, que foram distribuídas para famílias carentes com o apoio do governo do Estado e instituições de caráter assistencial.
O gerente de Desenvolvimento do Cooperativismo do Sicredi Grandes Rios, Valter Souza, conta que foi um trabalho emocionante que tomou conta de todas as cidades de abrangência da cooperativa em Mato Grosso e no Pará. Uma verdadeira rede de compaixão ao próximo.
Em Mato Grosso, a meta do Sicredi Grandes Rios era arrecadar 10 toneladas e houve uma superação em 600%. Um volume que atendeu todas famílias cadastradas pelas instituições de caridade parceiras e ainda houve um percentual sobressalente que gerou uma redistribuição.
Devido à pandemia, foram estabelecidos pontos de coleta pela cidade e alguns mutirões nos bairros. Depois, os materiais eram separados, ensacados e levados para as entidades que entregavam no sistema drive thru.
“Era uma verdadeira corrente humana formada pelos voluntários na hora de carregar os caminhões. A cesta ia passando de mão em mão até chegar na carroceria”, afirmou Valter.
O gerente explica que a região foi altamente impactada porque muitos moradores eram profissionais liberais, tinham pequenos negócios ou trabalhavam em estabelecimentos comerciais que não sobreviveram aos impactos da covid-19. Desta forma, muitas famílias que estavam em ascensão ou organizadas ficaram empobrecidas.
“Nós sabemos que a doação não vai resolver de imediato a situação, mas queremos que todos saibam da existência da solidariedade e empatia por parte de toda a comunidade”, avalia Valter.
Ensinando valores
Os integrantes da Cooperativa dos Profissionais de Educação de Sinop (Coopersino) também atuaram na ação e, na avaliação de Daucia Marcone, conseguiram demonstrar à sociedade os valores do cooperativismo.
Ela conta que a ação solidária foi impressionante, principalmente por conta dos voluntários. “Foi encantador ver as pessoas entregando seu tempo, no sábado, para contribuir com a separação de alimentos e formação das cestas. Nossa estimativa era atender 20 famílias e conseguimos chegar a 60”, relatou Marconi.
Agora, para este ano, a cooperativa pretende se manter na atividade, que já faz parte das discussões da semana pedagógica da escola e conta com a colaboração de todos na construção.