Cooperativismo reabilita jovens em vulnerabilidade social

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Belém (1º/11) – O cotidiano de quem sofreu violência sexual não é fácil. É preciso conviver com marcas que podem comprometer o futuro de muitas crianças e adolescentes. O Programa Viravida é uma inciativa do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (SESI) que resgata esses jovens em situação de vulnerabilidade para torná-los agentes de desenvolvimento do país. Nesse processo de reabilitação, o SESI-PA conta com mais um aliado: O cooperativismo.

O Programa é desenvolvido em consonância com as diretrizes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para a redução da criminalidade e do aliciamento de jovens pelas redes de exploração sexual e tráfico de pessoas.

O Viravida compreende um processo sócio educativo que contempla formas de restituição dos direitos fundamentais dos beneficiados, incluindo educação básica, atendimento psicossocial, formação profissionalizante, noções de autogestão, empreendedorismo e cooperativismo, assim como encaminhamento ao mundo de trabalho. A iniciativa, desenvolvida desde 2008, combate a violação de direitos de crianças e adolescentes com idade entre os 14 a 24 anos, atendendo especialmente aqueles que sofrem violência sexual.

Em setembro, o Departamento Regional do SESI assinou termo de cooperação técnica com o Sescoop/PA para o desenvolvimento de ações conjuntas para a capacitação dos jovens atendidos pelo Programa. O acordo tem o objetivo de desenvolver a cultura da cooperação, disseminar a doutrina, os princípios e os valores do cooperativismo aos jovens.

“O nosso propósito é orientar esse público especifico de que o cooperativismo é uma alternativa comprovadamente eficaz para reabilitação social e para a geração de emprego e renda. Queremos capacitá-los para posteriormente auxiliá-los no processo de constituição, gestão e sustentabilidade da cooperativa advinda do projeto, não os tratando mais como vulneráveis, mas como donos do próprio negócio”, afirma o Presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

No período de janeiro a julho deste ano, o estado do Pará registrou 115 denúncias de exploração sexual infantil. Se considerados os últimos quatro anos, o número sobe para 935 denúncias, segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Em relação à capital, foram 180 registros nos últimos quatro anos.

Para Flávia Monteiro, coordenadora operacional do ViraVida no Pará, o problema, apesar de sério, ainda tem pouca visibilidade. “O Estado do Pará, hoje, ocupa o terceiro lugar em número de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em nível de Brasil. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, as estradas do Pará são as que mais têm ocorrência desse crime. Nós identificamos as carências que os alunos têm, como a superação dos seus traumas, e focamos no desenvolvimento humano deles.

Um dos recursos utilizados é a arte educação que tem um engajamento muito grande dos alunos. O programa trabalha o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários do jovem atendido, além da sua profissionalização e inclusão produtiva sociedade”.

O ViraVida foi criado pelo SESI em 2008. No Pará, o programa é desenvolvido desde 2009 e atende cerca de 100 jovens por ano. “Com a inclusão do cooperativismo na grade curricular do curso, os alunos terão uma ferramenta à mais para empreender. Eles já são formados em empreendedorismo, mas os princípios e valores cooperativistas preconizam um empreendedorismo diferente, coletivo. Eles são capacitados também a desenvolver negócios em conjunto. Aprendem que juntos, somos mais fortes e podemos alcançar resultados mais expressivos”, complemente Ernandes Raiol.

Denúncias de casos de exploração sexual podem ser feitas pelo Disque 100 ou pelo celular, por meio do aplicativo Proteja Brasil, desenvolvido pela Unicef e o governo brasileiro. Disponível na Apple Store ou na Google Play, a ferramenta auxilia os usuários a identificar e denunciar as violações de direitos de crianças e adolescentes. (Fonte: Assimp Sistema OCB/PA)

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