Dia C, no Pará, beneficia mais de 20 mil pessoas

Já estava quase tudo pronto para mais uma edição do Dia de Cooperar 2020, o nosso Dia C, quando o cenário mudou. Veio o distanciamento e o isolamento social, o perigo de uma doença desconhecida e, de repente, dezenas de cooperativas se viram em uma situação inimaginável da noite para o dia. Perderam contratos, trabalho e renda, ficando o medo de adoecer ou de passar fome. A coordenação estadual do Dia C feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Pará (SESCOOP/PA) optou por experimenta um formato novo, ajustando a celebração para uma grande campanha de arrecadação de alimentos e de produtos de higiene a serem doados para as cooperativas em situação de vulnerabilidade.

Foram montados postos de arrecadação em Belém, Castanhal, Santarém, Parauapebas, Xinguara e Paragominas. No total, foram 21.312 mil pessoas beneficiadas em 20 municípios. Foram arrecadas 2.025 cestas básicas; 26,2 toneladas de alimentos; 16.411 itens de higiene; 5.328 famílias atendidas; 26 cooperativas beneficiadas; e R$4.374,00 doações financeiras que foram utilizados para aquisição de donativos. Tudo isso com a parceria das seguintes instituições: Unimed Belém, Instituto Federal do Pará – Campus Santarém; CAMTA; TRANSPRODUTOR; CREDNORTE; Unimed Oeste; Sebrae-PA; COOPERNORTE; Prefeitura Municipal de Parauapebas; SICOOB; SICREDI; Unicef; Cruz Vermelha Brasileira – Seção Pará; Central dos Movimentos Populares; Cooperativa D’Irituia; CEAC; COOPER; COOPER-NOBRE.

“Participamos da campanha do Dia C desde o início por julgar que é um papel nosso, como cooperativa e como membro da sociedade. Tudo realizado com muita sobriedade e com o espírito humanitário”, comentou Antônio Travessa, vice-presidente da Unimed Belém.

“Nós do cooperativismo jamais fazemos as coisas sozinhos e essa união é a verdadeira força da cooperação. É a primeira vez que fazemos uma campanha como essa e ver toda essa corrente de solidariedade indica que estamos no caminho certo”, explicou Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.

A tradicional celebração foi realizada online por meio de uma live solidária no Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado do primeiro sábado de julho (4/7). Foi transmitida pelos canais do Sistema OCB/PA no YouTube e no Facebook e contou com o show da cantora Juliana Sininbú, que também abraçou a causa do Dia C e foi a madrinha oficial da campanha.

A live apresentou um pouco da história das cooperativas, dos parceiros e de como a campanha evidenciou essa outra realidade da pandemia. “Mais do que doar cestas básicas, o Dia C desse ano mostrou para a sociedade em geral a importância da cooperativa para a nossa comunidade, que fazem um trabalho super importante na reciclagem, na agricultura e em vários outros segmentos econômicos. Com essa crise, várias cooperativas praticamente perderam a sua fonte de renda e precisavam de ajuda”, afirmou Juliana.

As equipes técnicas do SESCOOP/PA e do Sistema OCB/PA fizeram um levantamento de cenário das cooperativas em situação de vulnerabilidade. Um dos segmentos mais comprometidos foi o da reciclagem, que, apesar de permanecerem com a coleta dos resíduos, tiveram uma queda significativa na sua atividade. A Concaves, por exemplo, que atua em Belém, recebia em seu galpão cerca de 90 toneladas de materiais reaproveitáveis. Em abril, só 58 toneladas. Também houve perdas de materiais coletados em muitas empresas devido à paralisação.

“Muitos pararam de trabalhar, algumas famílias ficaram sem sustento e há catadores vivendo só de doações. Sei que todos estão encontrando essas dificuldades, mas nós que trabalhamos na rua enfrentamos ainda mais. Com o isolamento total, as pessoas têm se afastado, com medo”, explicou a presidente da Concaves, Débora Baía.

 

Solidariedade continua

A campanha do Dia C visa também incentivar ações voluntárias das cooperativas em prol da comunidade ou, mesmo, da intecooperação. Muitas estão dando continuidade, como é o caso da Unimed Belém, que fará a instalação de banheiros secos ecológicos em comunidades da Ilha do Marajó por meio de um projeto estruturado pelo SESCOOP/PA.

Inicialmente, serão beneficiadas duas comunidades do Marajó: Santo Ezequiel Moreno (em Portel) e Palheta (em Muaná). A ideia é replicar de modo que mais comunidades ribeirinhas tenham esse tipo de tecnologia.

Confira o Relatório do Dia de Cooperar completo: http://twixar.me/pXvm

 

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