Dilma aprova política nacional de estímulo à sustentabilidade e à inovação agropecuária

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Brasília, 30/4/2013 – A presidente Dilma Roussef sancionou hoje (30/4) a lei que institui a política nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). Os objetivos da legislação incluem: 
 
1)melhorar de forma sustentável a produtividade, a qualidade dos produtos e a renda das atividades agropecuárias, por meio da aplicação de sistemas integrados de exploração de lavoura, pecuária e floresta em áreas já desmatadas, como alternativa aos monocultivos tradicionais;
2) mitigar o desmatamento e contribuir para a manutenção das áreas de preservação permanente e reserva legal;
3) fomentar novos modelos de uso da terra, conjugando a sustentabilidade do agronegócio com a preservação ambiental.
 
A iLPF, de acordo com a proposta, estabelece novas atribuições ao poder público.  A partir de agora, cabe ao governo definir planos de ação regional e nacional para a expansão e o aperfeiçoamento dos sistemas de iLPF, com a participação das comunidades locais, além de estimular a adoção da certificação dos produtos pecuários agrícolas e florestais.
 
O analista técnico e econômico da Organização das Cooperativas Brasileiras, Marco Olívio Morato, destaca que o normativo leva em conta o conceito de sustentabilidade e também valoriza o cooperativismo. “No artigo 3º, a nova lei determina que compete ao poder público, no âmbito da Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, dentre outros, estimular a produção integrada, o associativismo, o cooperativismo e a agricultura familiar”, ressaltou Morato. 
 
Rede iLPF
A instituição da nova política nacional é um impulso à Rede de Fomento da integração Lavoura-Pecuária-Floresta (Rede de Fomento iLPF), uma iniciativa coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Banco do Brasil, a cooperativa Cocamar e as empresas do ramo Syngenta, Bunge e John Deere. A Rede iLPF visa a fortalecer a adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta em todas as regiões do Brasil, com um investimento de R$ 2,5 milhões ao longo de cinco anos para o fomento da tecnologia junto aos produtores.
 
A proposta da iLPF é reunir, em uma única propriedade, a produção de grãos, carne ou leite, além de produtos madeireiros e não madeireiros, ao longo de todo ano. E tudo isso com total respeito ao meio ambiente. Os resultados dessa combinação de culturas agopecuárias são: aumento da renda do produtor rural; redução na pressão por desmatamento de novas áreas com florestas nativas e a diminuição das emissões de gases de efeito estufa (GEE) da propriedade. Estima-se que, com a adoção dessa técnica, seja possível duplicar a produção de grãos e de produtos florestais, além de triplicar a produção pecuária nos próximos 20 anos. 
 
De acordo com o coordenador da Rede, o pesquisador Luiz Carlos Balbino, a estratégia para difundir  a iLPF será criar unidades de referência tecnológica em todas as regiões do Brasil. “A transferência de tecnologia se dará em todos os biomas brasileiros. Teremos unidades de referência no Nordeste, no Cerrado, no Sul do Brasil e até a Amazônia.”
 
Benefícios - Em relação aos aspectos ambientais, a iLPF possibilita melhorias físicas, químicas e biológicas do solo devido ao aumento da matéria orgânica. Ela também permite a minimização da ocorrência de doenças e plantas daninhas, melhoria na utilização dos recursos naturais, da qualidade da água, menor emissão de metano por quilo de carne produzido e reconstituição do paisagismo, entre outros benefícios.
 
Os produtores podem contar também com melhorias econômicas e sociais, como incremento da produção anual de alimentos a menor custo; aumento na produção de fibras, biocombustíveis e biomassa; maior inserção social pela geração de emprego e renda no campo; aumento da oferta de alimentos seguros; estímulo à qualificação profissional; dinamização de vários setores da economia, principalmente em nível regional, entre outros. 
 
Para obter resultados ainda melhores, a iLPF pode estar combinado também a outras tecnologias como o Sistema de Plantio Direto, o que pode reduzir ainda mais os custos de implantação. A fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens degradadas, o uso de cultivares melhoradas e boas práticas agropecuárias também são exemplos de tecnologias bem sucedidas quando aliadas à iLPF. 
 

Saiba mais sobre a integração Lavoura-Pecuária-Floresta

A iLPF  faz parte dos compromissos ratificados pelo governo brasileiro ao assinar a Política Nacional sobre Mudanças do Clima, que engloba ações como o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Segundo os especialistas, a iLPF possui grande potencial de sequestro de carbono pelos elevados acúmulos de biomassa forrageira e florestal e acúmulo de matéria orgânica no solo, o que reduz a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. O sistema tem sido adotado em todo o Brasil, com maior representatividade nas regiões Centro-Oeste e Sul. Atualmente, aproximadamente 1,6 a 2 milhões de hectares utilizam os diferentes formatos da estratégia iLPF. Para os próximos 20 anos, a estimativa é de que a iLPF possa ser adotada em mais de 20 milhões de hectares. 



(Com informações – Embrapa)
 
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