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Economia da cooperação é debatida em fórum internacional

Brasília (24/8/18) – O painel Cooperativismo – surge uma nova economia: a economia da cooperação abriu o último dia da programação do VI Fórum de Agricultura da América do Sul, que ocorre em Curitiba (PR), desde ontem. E um dos exemplos que mostram como a economia da cooperação já é uma realidade é a intercooperação entre três cooperativas na região dos Campos Gerais do Paraná.

Por isso, o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, e os presidentes da Castrolanda, Frans Borg, da Capal, Erik Bosch, além do superintendente da Frísia, Emerson Moura, apresentaram os resultados da parceria que resultou na marca Unium e, ainda, os desafios e conquistas do modelo de intercooperação implantado pelas três cooperativas.

 

MODELO EXEMPLAR

Em 2017, em nova fase do processo de intercooperação, as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal lançaram a Unium, marca institucional para os projetos em que atuam em parceria. As marcas reunidas pela Unium são Alegra (carnes), Naturalle (produtos lácteos livres de aditivos), Colônia Holandesa e Colaso, ambas de derivados de leite. No setor de grãos, a Unium conta com a marca Herança Holandesa (farinha de trigo produzida em uma unidade totalmente adequada à ISO 22.000).

Juntas, as três cooperativas que uniram forças para criarem a Unium congregam cinco mil famílias de cooperados e têm um faturamento anual superior a R$ 7 bi. “O modelo desenvolvido pela Frísia, Castrolanda e Capal é um exemplo para as cooperativas brasileiras. São boas práticas que nos inspiram e imaginamos os desafios internos que foram superados por dirigentes e cooperados, o trabalho de convencimento, engajamento e também de desapego para que a união de propósitos se concretizasse”, destacou o superintendente da OCB, Renato Nobile.

 

LONGO PRAZO

Segundo Frans Borg, da Catrolanda, a intercooperação está nos princípios do cooperativismo e há várias formas de implantá-la. “Quando começamos a investir em industrialização, buscando agregar valor à produção dos cooperados, percebemos que seria loucura cada cooperativa construir a própria cadeia industrial, pois iríamos ser concorrentes num mesmo mercado”, relatou, enfatizando: “os produtores são a razão de ser do cooperativismo agropecuário e a necessidade deles é igual nas três cooperativas. Por que então não construirmos algo em conjunto?”, lembrou. “O segredo é pensar em longo e médio prazos. Se pensar em curto prazo, a intercooperação não acontece”, destacou.

 

SUSTENTABILIDADE

Na opinião de Erik Bosch, da Capal, embora a sinergia entre as cooperativas tenha ocorrido no passado, quando as três atuaram juntas numa central cooperativa, o que explica o sucesso do projeto de intercooperação da Unium é a sustentabilidade dos negócios.

“Percebemos que precisávamos voltar a atuar em conjunto, mas por meio de um modelo em que os produtores são os donos do negócio, reforçando, assim, o sentimento de pertencimento do projeto do qual participam. Nesse modelo, as palavras-chaves são: confiança, transparência e comunicação entre os parceiros”, analisou.

 

PARADIGMAS

De acordo com Emerson Moura, da Frisia, para começar a pensar num projeto de intercooperação, é preciso quebrar paradigmas e preconceitos. “São muitos os desafios para implantar uma ação em parceria entre cooperativas. Não se pode dizer que o processo é difícil e inviável. É necessário avançar de forma transparente nas discussões do modelo próprio para cada realidade. Outro aspecto é a disposição em discutir sobre as decisões de forma transparente e acatá-las quando determinadas e aprovadas”, afirmou.

“Quando se superam os desafios de comunicação, são abertas as portas para outros processos operacionais do negócio, envolvendo todas as áreas das cooperativas. No nosso caso, um exemplo disso é a compra de matérias-primas para as fábricas de ração”, comentou. (Com informações do Sistema Ocepar)

 

RAIO X DA UNIUM

- 5 mil famílias de cooperados

- Mais de R$ 7 bilhões em faturamento anual

- Mais de R$ 800 milhões em investimentos

- 3 milhões de litros de leite processados diariamente

- 115 mil toneladas de grãos moídos por ano

- 3,2 mil suínos por dia e 1,8 mil toneladas de carne industrializadas por mês

- Exportação para 25 países

- 5 unidades industriais em Ponta Grossa e Castro (PR e Itapetininga (SP)

- As marcas da Unium: Alegra (carne suína), Colônia Holandesa (leite e derivados), Naturalle (leite), Colaso (leite e derivados), e Herança Holandesa (farinha de trigo)

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