Manaus recebe 2ª Etapa do Seminário de Inovação e Sustentabilidade
Em parceria com o Canal Rural e apoio da OCB/AM, o Sistema OCB promoveu a 2ª Etapa do Seminário de Inovação e Sustentabilidade no Cooperativismo, nesta quarta-feira (6), em Manaus. O objetivo da série de encontros é refletir sobre os caminhos que as cooperativas brasileiras vêm adotando para cumprir as metas assumidas para alcançar a neutralidade de carbono e de outros ativos ambientais. Os temas dos painéis estão em consonância com o que foi indicado durante Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 (COP26).
O presidente do Sistema, Márcio Lopes de Freitas, ressaltou o simbolismo da realização do debate na Amazônia. “É muito importante estarmos discutindo sustentabilidade e inovação dentro do cooperativismo, mas também é muito especial debater esses temas no epicentro da sustentabilidade, que é a Amazônia. Temos capacidade de nos organizar e estratégia para fazer um desenvolvimento cada vez mais sustentável nos negócios com inovação, tecnologia e boas governanças cooperativas. Assim, vamos construir um mundo melhor para os nossos descendentes”, afirmou.
Já o presidente da OCB/AM, José Merched Chaar, declarou que o cooperativismo sustentável do estado desmistifica algo que parecia longínquo. “O mercado de crédito de carbono é especialíssimo para nós que sabemos como preservar a floresta. Temos aqui 98% da floresta intacta, então vamos encontrar uma equação para que a floresta continue sendo preservada e os guardiões sejam reconhecidos por isso”, considerou.
Além da regulamentação dos créditos de carbono, os convidados debateram sobre fontes de recursos para o financiamento de projetos sustentáveis, econômicos, sociais e ambientais. Foram apresentados os cases de inovação da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), no Pará, com seu sistema de plantio agroflorestal, e da Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus (Cooperar), de Boca do Acre (AM), que concilia trabalho e renda das comunidades ribeirinhas com a preservação e conservação da floresta no cultivo do cacau.
O Secretário de Estado da Produção Rural, Petrucio Pereira, concordou com Meched no que diz respeito a mais garantias financeiras aos protetores da floresta. “O caminho é manter nossa floresta em pé e oferecer condições dignas aos seus guardiões. Além disso, somos o grande produtor de agro sustentável e de bioenergia, que são outros ativos valorosos”.
O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (IDAM), Tomás Igo Sanches, apresentou dados do órgão e salientou que o órgão vem atuando em 62 municípios para avançar com as inovações para melhor atender os produtores.
A coordenadora do Programa Floresta+Amazônia, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Andreia Bolzon, destacou o compromisso do programa com as gerações futuras e que outros fundos de organismos internacionais podem ser abertos para projetos de sustentabilidade no país. Ela também reforçou que continuam abertas as inscrições para o Programa Floresta+Conservação deste ano, até 31 de julho.
“Projetos que articulem as questões sociais, ambientais e econômicas merecem reconhecimento porque possuem compromisso com as próximas gerações. O Floresta+Amazônia já recebeu mais de 100 milhões de dólares, por meio do Fundo Verde para o Clima (GCF), para pagamentos diretos aos produtores da Amazônia sustentável. Queremos alcançar um valor maior para a manutenção do excedente de floresta nativa. Queremos incentivar também projetos de bioeconomia e preservação, bem como inciativas que inovam na recuperação e preservação de mata nativa”, destacou.
Uma mensagem do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também foi exibida durante o seminário. Ele falou sobre a Política Nacional de Crédito de Carbono regulamentada por meio do Decreto 11.075/22. “Seremos a maior economia verde do mundo. O Brasil é protagonista em destravar essa agenda e, com esse decreto, já regulamentamos o mercado nacional. É um brasileiro criando receita de crédito de carbono para vender a quem precisa compensar. Temos capacidade de gerar crédito com custo menor e com diversas fontes. O mercado nacional regulado traz a tranquilidade necessária para se exportar esses créditos”.
O diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Bruno Laskowsky, fez sua consideração inicial sobre a parceria entre o banco e a OCB e seguiu com exposições sobre linhas de créditos e outras formas de fomento para projetos de economia de baixo carbono.
“O Brasil tem uma posição invejável quando se trata de matriz energética, isso nos dá uma vantagem no chamado Custo Brasil para fazer negócios. A economia verde é um bônus que temos naturalmente. No BNDES, temos um portfólio com mais de 160 projetos de concessões em parques e em áreas de conservação. São linhas de crédito de garantias, serviços e fundos de investimento. Há soluções financeiras para o agro, para o microcrédito, para iniciativas de baixo carbono, para o fundo de clima e outros serviços. Temos também uma visão estratégica para fomentar o mercado cooperativista na área de desenvolvimento sustentável”, concluiu.
Mais duas etapas do seminário estão previstas na parceria firmada entre o Canal Rural e o Sistema OCB. Elas serão sediadas em Minas Gerais (3/8) e no Distrito Federal (24/8). Para rever o evento completo da etapa Manaus, clique aqui.