No Mato Grosso do Sul, adolescentes comprovam na prática os benefícios do cooperativismo

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Com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), a Escola Municipal Antônio Pinto da Silva, de Amambaí (MS), desenvolve há dez anos um trabalho de inclusão da educação cooperativa no currículo dos alunos dos ensinos fundamental e médio. Estudantes do 6º ao ano 9º anos têm na grade curricular uma disciplina sobre cooperativismo, ministrada por uma professora que trabalha o conteúdo de maneira a integrar todos os alunos com os conceitos do cooperativismo.

“São dez turmas por ano que desenvolvem o conteúdo. O objetivo é manter vivo neles os valores da cooperação e da ajuda ao próximo. Os alunos aprendem, inclusive, a trabalhar em cooperativa”, explica a professora responsável pela disciplina, Kelly Silva Nascimento. A escola Antônio Pinto, cuja direção é da professora Maura Vicentim, é pioneira no Mato Grosso do Sul em trabalhar o cooperativismo dessa forma.

Um dos resultados mais visíveis desse trabalho é a mudança de atitudes dos alunos. “Os alunos dão mais valor para a escola, aprendem a colaborar uns com os outros, o que faz com que eles se interessem mais pelos assuntos escolares”, diz Kelly. E as mudanças não são visíveis apenas dentro da instituição. Fora da sala de aula, os alunos também apresentam melhorias de comportamento, conforme explica a aluna do 9º ano, Lohana Nascimento: “nós levamos isso para fora da sala, usamos no nosso dia a dia, em casa. Aprendemos que não fazemos nada sozinhos - tudo precisa de cooperação, de ajuda”.

Lohana é presidente da cooperativa formada pelos jovens que estudam a disciplina - a CooperArt, que nasceu com a intenção de colocar em prática os conceitos aprendidos em sala. “O cooperativismo despertou nos jovens a vontade de se unir e cooperar em prol da comunidade acadêmica”, explica a diretora Maura Vicentim.

A escola funciona como sede da cooperativa. Os alunos compõem a diretoria, contando com apoio da professora Kelly, que os ajuda no desenvolvimento de seus projetos. “Quando alguém tem uma ideia, a gente leva para a professora, ela analisa e depois leva para a diretoria, que diz se é viável ou não”, conta a aluna Eliane dos Santos, vice-presidente da cooperativa.

De acordo com a coordenadora pedagógica, Vera Lorenzetti, tudo é organizado pelos alunos e decidido por votação: desde a escolha da diretoria da cooperativa, passando pelos projetos que querem desenvolver, até o que fazer com as sobras. A CooperArt trabalha com a fabricação artesanal de cachecóis e outras peças de vestuário, produzidas pelos alunos em teares manuais. Toda a produção é vendida e a renda é revertida para os alunos, que abriram uma conta da cooperativa no Sicredi. “Esse dinheiro pode ser usado para a compra de materiais para os alunos ou em benfeitorias para a escola”, explica a coordenadora.

Esta semana, na sede do Sescoop, em Brasília (DF), educadores cooperativistas de diversos estados estarão reunidos para discutir estratégias de inclusão da formação cooperativa nas escolas brasileiras. O Encontro Nacional de Educação Cooperativa (Enec) será realizado de 16 a 18 de agosto e contará com a participação do senador Cristovam Buarque, que fará a palestra magna traçando um panorama sobre o cenário da educação no Brasil.
(Com informações - Amambaí Notícias)

Mais informações sobre o Enec – clique aqui

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