‘‘O cooperativismo se fortalece através da união’’, Ronaldo Scucato, no lançamento em MG
Se em 2016, o Dia de Cooperar se consolidou como um grande programa estruturado de projetos socioambientais, em 2017, ele ganha mais força para apoiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Com o lançamento, que ocorreu em Belo Horizonte (MG) nesta quinta-feira, 9, a nona edição do Dia C no estado bateu recorde nas inscrições e recebeu cerca de 114 participantes interessados em abraçar o projeto este ano.
Feito para tocar as almas e corações, uma apresentação teatral foi fundamental para iniciar o lançamento do Dia C na capital mineira. Foi por meio dos versos da Companhia Teatral Trupe a Torto e a Direito que o programa começou a ser apresentado para os cooperados. Os versos, tirados da alma dos alunos de teatro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foram fundamentais para alertar os participantes sobre a realidade das ruas. ‘‘A função da arte é poder ensinar divertindo e divertir ensinando. Por este motivo, nos preparamos para esse momento. É fundamental aproveitar o riso para entender a real demanda das comunidades ao nosso redor. Eu fico feliz com a utilidade da arte de apontarmos as condições humanas através dessa sensibilização’’, comentou Fernando Limoeiro, professor de teatro e diretor do Polos de Cidadania da Universidade.
Com poesia, música e encenação, os atores foram responsáveis por fazer com que os cooperados pudessem, ainda que rápido, mergulhar nos anseios das pessoas em situação de rua. O álcool foi o principal tema abordado, seguido da violência contra a mulher, a falta de emprego e a situação precária de quem está na rua e precisa de apoio.
Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg, reforçou a importância de um momento como o de hoje. ‘‘O Cooperativismo se fortalece com a união e é através dessa parceria que podemos transformar as situações ao nosso redor. Está cientificamente comprovado que fazer o bem traz felicidade’’. Scucato ainda ponderou que quando as cooperativistas se unem ao Dia de Cooperar, elas devolvem à sociedade parte do que elas ganham. ‘‘Se persistimos e fazermos que o Dia C seja contínuo o ano todo, os projetos vão mudar o mundo cada vez mais. Lembrando que não precisamos de milhões de projetos, mas de qualidade no que vamos oferecer à população’’, disse.
Para Andrea Sayar, gerente de capacitação do Sistema, ser voluntário é se gratificar com o bem do outro. ‘‘Devemos desenvolver a cultura do voluntariado por meio de ações baseadas nos três pilares cooperativistas: valores, princípios e virtudes’’. Segundo a gerente, um princípio importante que é encontrado nos projetos do Dia C é o da intercooperação. ‘‘Na medida em que as cooperativas de uma região se conhecem, imaginem a quantidade de negócios que passam a acontecer a partir daí? O Dia C muda a vida das comunidades, mas também une as cooperativas. E, como está em nosso DNA, a construção de apoio mútuo se torna sólida e ininterrupta’’, completou Andreia.
No evento, os representantes das cooperativas foram desafiados em atividades práticas de voluntariado, com planejamento e gestão para transformação das comunidades. As consultoras em sustentabilidade, Luzia Longo e Simone Faustini reforçaram a importância de conhecer as comunidades antes de realizarem as ações ou firmarem projetos. ‘‘Quem for idealizar um projeto, precisa conhecer o público. Hoje nós levantamos a questão de que não adianta ir à um lugar sem conhecer a real necessidade dele. Só é possível criar algo continuado se reconhecermos os problemas’’, pontuou Simone.
A importância da missão cooperativista
Daniela Lemke, gerente de comunicação do Sescoop Nacional, esteve presente no encontro e exaltou o evento. ‘‘Reunir as pessoas e fazer com que elas pensem juntas mostra a preocupação da Ocemg com o caminho que as cooperativas precisam trilhar para alcançar as carências da sociedade’‘.
Maria Aparecida Barbosa, gerente geral da Unimed de João Monlevade, esteve no lançamento do Dia de Cooperar e reforçou como se sente ao abraçar as ações e projetos. ‘‘É extremante gratificante saber que lá na frente vamos estampar que fizemos parte da história que constrói os ODS’’. Maria acredita que o apoio ao próximo não acaba quando chegamos ao dia 31 de dezembro. ‘‘Por exemplo, no ano passado, realizamos diversas ações para angariar fundos e assim, enviamos recursos para apoiar Afuá, munícipio do Pará. Ou seja, estamos trabalhando para melhorar não só a vida da nossa comunidade, como a de todas’’, comemorou Maria.
Outro que já está animado e levando toda a cooperativa ao trabalho voluntário, é Ronaldo Siqueira, presidente do Sicoop Credicoopa. Em um projeto unido de pesquisa para identificar os locais que precisam de apoio e, mais ainda, oferecer auxílio a pessoas com algum tipo de deficiência, Ronaldo pretende que Patos de Minas possa ter diversas cooperativas engajadas este ano. ‘‘A construção sólida é ininterrupta. O ano muda, mas os ciclos e dificuldades não somem e é por isso que nossos projetos precisam ter continuidade. Estamos prontos e maduros para desenvolver a mudança na comunidade’’, finalizou.