Cooperativas discutem operacionalização dos leilões de trigo em PEP

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Representantes das cooperativas do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul estiveram reunidos, na tarde dessa terça-feira (16/11), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, com diretores e técnicos do Ministério da Agricultura (Mapa) e da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) para discutir a operacionalização dos leilões de trigo da safra 2010 que começam a ser realizados na modalidade Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), no próximo dia 25 de novembro. O aviso do pregão será publicado nesta quinta-feira (18/11).

"A reunião foi ótima porque o objetivo era avaliar o aspecto técnico do aviso e discutir todas as regras, além de tirar as dúvidas dos participantes para que o processo flua normalmente e seja bom para todos. Nossa preocupação é garantir a confiabilidade do processo. Tendo essa confiabilidade e, dando para simplificar, vamos tentar atender as sugestões apresentadas nesse encontro", disse o diretor da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Maria dos Anjos.

De acordo com o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, as próximas operações de PEP de trigo terão como principal diferencial a simplificação dos processos. "Nós trabalhamos aqui com a ideia da comprovação da comercialização do grão, ou seja, como não há operação interna, diretamente com os moinhos, tanto no Paraná, Rio Grande do Sul ou Santa Catarina, isso vai facilitar as operações porque, na verdade, a comprovação deverá ser do escoamento do grão para fora do estado. Com isso, o volume e a exigência de documentos diminuem significativamente e isso foi um alívio geral, não só para as cooperativas, mas também para a nossa equipe técnica na Conab".

Nas operações realizadas anteriormente, houve grande atraso na análise das documentações e na quitação das operações. "Para podermos liberar o pagamento, temos que analisar rigorosamente toda a documentação. Como estávamos exigindo a comprovação da destinação da farinha, para cada lote eram centenas até milhares de notas fiscais e isso fez com que, em função de uma limitação de equipe técnica, nós realmente tivéssemos uma demora muito significativa, muito além inclusive do que havíamos planejado. Mas, certamente, para essa operação que se inicia agora há uma enorme tranqüilidade e esses problemas não ocorrerão", acrescentou Porto.

Ainda de acordo com ele, o cenário atual, com o preço internacional do trigo mais valorizado em relação ao ano passado, contribui para melhorar a liquidez no mercado interno. "A paridade de importação está na ordem de R$ 580 por tonelada, o que faz com que haja um parâmetro muito próximo quando nós internalizamos isso em relação ao preço mínimo. Portanto, a grande questão é, de fato, darmos uma arrancada nesse início da comercialização. Nós acreditamos que esse volume de um milhão e seiscentas mil toneladas será capaz de ampliar a liquidez e fornece uma situação mais confortável quanto a essa expectativa do cumprimento dos preços mínimos aos produtores", frisou.

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Na semana passada, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, anunciou que serão realizados leilões de PEP para o escoamento de 1,6 milhão toneladas de trigo, dos quais serão ofertadas 800 mil para o Rio Grande do Sul (RS), 600 mil para o Paraná (PR), 100 mil para Santa Catarina (SC) e 100 mil para outros estados. No primeiro leilão, especificamente, serão negociadas 300 mil toneladas, sendo 150 mil para o RS, 100 mil para o PR, 25 mil para SC e 25 mil para outros estados.  De acordo com José Maria dos Anjos, os leilões de PEP são exclusivos para as regiões Norte, Nordeste e outros destinos.

Esclarecimento
Na avaliação do superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, a reunião ocorrida nesta terça-feira, em Curitiba, contribuiu para esclarecer os detalhes das regras dos leilões de PEP de trigo e para estabelecer uma importante via de comunicação entre o setor produtivo e os organismos do governo. "O fato de termos discutido ponto por ponto deixou claro o que as cooperativas e os produtores precisam fazer na prática e o que pode ser melhorado por parte da Conab. Foi muito positiva essa reunião, muito prestigiada.

É um canal precioso que não podemos abrir mão. Nós só temos a crescer com isso e agradecemos à Conab e ao Ministério da Agricultura por essa iniciativa e por terem atendido ao nosso convite", afirmou Ricken. Na abertura do evento, ele lembrou que a cultura do trigo é muito importante para o Paraná. "Não temos outra para substitui-la no inverno. É um produto fundamental e que necessita de apoio governamental, acrescentou.

"Foi um dos fatos mais importante que eu presenciei em Curitiba e no Paraná porque há muito tempo nós sentíamos falta de ter esse contato, seja com os produtores de trigo, de algodão, soja, milho e"

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