Escolas catarinenses sediarão jogos co-olímpicos em agosto

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Florianópolis (6/6) – Paralelo às olimpíadas, no mês de agosto, as escolas que participam do programa Cooperjovem, desenvolvido Sescoop/SC, em parceria com as cooperativas do estado, sediarão os jogos co-olímpicos, com o propósito de somar características cooperativas ao modelo já existente, possibilitando aos participantes que vivenciem os jogos com mais alegria, satisfação, inclusão, colaboração e sucesso compartilhado.

O primeiro passo para a concretização desse projeto é a preparação dos educadores e coordenadores das cooperativas parceiras que irão desenvolver as atividades nas escolas. Para isso, 109 professores de 55 escolas e 21 coordenadores de cooperativas que participam do Cooperjovem e aderiram ao projeto, participaram das oficinas de co-criação dos jogos co-olímpicos.

A primeira oficina ocorreu em Brusque, nos dias 27 e 28 de abril, reunindo 23 participantes das escolas e cooperativas da região Vale do Itajaí: Cooper, Cooperjuriti e Viacredi. A segunda e terceira ocorreram em Chapecó, nos dias 4 e 5 de maio e nos dias 15 e 16, com a participação de 50 professores e coordenadores das cooperativas do oeste: Sicoob Creditapiranga, Copérdia, Sicoob São Miguel, Cooper A1, Copercampos, Sicoob Videira, Auriverde e Coopervil. 

As últimas oficinas foram realizadas na região sul, nos dias 24 e 25, em Laguna, e nos dias 31 de maio e 01 de junho, em Torres-RS, reunindo 57 participantes das cooperativas Cooperzem, Cejama, Cooperja, Cerbranorte, Sicoob Credivale, Cersul, Ceprag, Coopersulca, Sicoob Credija e Sicoob Crediaraucária. Ao todo, as cinco oficinas reuniram 130 participantes.

De acordo com os facilitadores do Projeto Cooperação, instituição idealizadora dos Jogos co-olímpicos e contratada pelo Sescoop/SC para a realização das oficinas, Fábio Brotto e Cristiane Oliveira, a prática dos jogos cooperativos não se opõe aos jogos tradicionais. É apenas uma oportunidade de se repensar os métodos e objetivos trabalhados com o esporte por meio da adaptação das regras e estrutura dentro da competição tradicional que estimulem e conscientizem as crianças, jovens e adultos sobre a importância da cooperação. Brotto observa que a inspiração dos jogos co-olímpicos vem das olimpíadas para enfatizar o espírito de cooperação.

Seu conceito está relacionado ao incentivo da aprendizagem transdisciplinar na escola com o envolvimento de toda a comunidade escolar para organizar o calendário de forma adequada. Nesta etapa de capacitação dos professores e coordenadores, eles são sensibilizados, para preparação do evento, que será realizado paralelamente às olímpiadas de 2016.

Os jogos co-olímpicos envolverão várias modalidades, além do aspecto cultural e pedagógico que, por meio de pesquisa, oportunizarão a realização de uma mostra nas escolas. “Durante o evento, as modalidades competitivas serão transformadas em modalidades cooperativas como por exemplo: o basquete amigão, o vôlei com lençol em dupla, o salto da merendeira, entre outros”, realça Brotto. 

As oficinas visam a preparação para implementação do projeto nas escolas. Entre as atividades práticas está a formação de pequenas equipes que recebem a tarefa de desempenhar algumas funções no hotel, onde ocorre a capacitação.

“Supervisionados pela gerência do hotel, alguns trabalharam na cozinha, outros nos quartos e na recepção, entre outros setores. É um exercício de reconhecimento e valorização das pessoas que estão nos bastidores, desempenhando funções importantes, mas que normalmente ninguém vê”, realça Brotto, destacando que profissionais de diversos segmentos estão envolvidos em uma competição como as olimpíadas e não será diferente nos jogos co-olímpicos.

A orientadora pedagógica da EEB Professora Maria da Glória Mattos de Dionísio Cerqueira, Marcia Musa, comenta a experiência de assumir uma atividade que não é de sua área, destacando que todos deveriam em algum momento vivenciar o que o outro faz. “Conhecer um pouco das outras profissões é um ato essencial para a valorização das diferentes atividades exercidas”. 

EXPERIÊNCIA - A coordenadora da Copérdia, Graciele Valerius, conta que a cooperativa é parceira do Sescoop/SC no Programa CooperJovem desde 2010. “Atualmente, trabalhamos com quatro escolas (duas ingressaram em 2010 e duas em 2015) e os resultados têm sido significativos. Após dois anos de projeto, ouvimos a comunidade escolar e percebemos que há importantes mudanças no ambiente escolar, principalmente na questão de didática de ensino. As aulas são mais criativas com dinâmicas e vivências nas escolas, os pais estão mais presentes, entre outros resultados”. 

Segundo Graciele, uma das ações que fazem a diferença é a formação oferecida pelo Sescoop/SC. “Além do Projeto Educacional Cooperativo, oficinas como essas que preparam para os jogos co-olímpicos vêm para somar. Os estudantes aprovam porque é uma iniciativa inovadora”.

Marcia Musa ressalta que a EEB Professora Maria da Glória Mattos conta atualmente com 300 alunos e atua com o Cooperjovem desde 2009. Segundo ela, os resultados são expressivos, pois os alunos são desafiados a trabalhar questões competitivas com cooperação. “Isso faz com que percebam a importância de cooperar. Eles precisam se sentir desafiados e o espiríto é vencer juntos”.

A orientadora pedagógica complementa ainda que, com o Cooperjovem, existe uma mudança de visão de mundo e, em função disso, os índices de indisciplina são pequenos. “As outras escolas da área de abrangência da Agência de Desenvolvimento Regional de Dionísio Cerqueira demonstram muita curiosidade sobre o programa”, finaliza Marcia.

COOPERJOVEM – O Programa tem por objetivo disseminar a cultura da cooperação, baseada nos princípios e valores do cooperativismo, por meio de atividades realizadas nas escolas públicas e cooperativas educacionais de todo o País. O programa reforça o 5º e o 7º princípio do cooperativismo, que destacam a educação, formação e informação e o interesse pela comunidade, sugerindo que a cooperação seja experimentada durante os processos de ensino-aprendizagem.

O CooperJovem abrange atualmente 29 cooperativas e 89 escolas, em 59 municípios do Estado e beneficia mais de 500 professores e 25 mil alunos da educação infantil e do ensino fundamental. “Somente neste ano, três novas cooperativas e 13 novas escolas ingressaram no programa”, ressalta a coordenadora de promoção social do Sescoop/SC, Patricia Gonçalves de Souza, ao falar que a iniciativa está evoluindo a cada ano e, essa crescente demanda, tem feito com que suas etapas de desenvolvimento, acompanhamento e avaliação perpassem por fases de aperfeiçoamento contínuo. (Fonte: Assimp Sescoop/SC)

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