Evento discute cenários e tendências financeiras e de mercado
As perspectivas de mercado para a soja e as estratégias de gerenciamento de riscos em commodities agrícolas foram os temas que abriram a programação do Fórum Financeiro e de Mercado, nesta sexta-feira (21/5), no auditório do Sistema Ocepar, em Curitiba (PR). O evento, dirigido aos diretores, gerentes e analistas da área comercial e financeira das cooperativas do estado do Paraná, começou com a presença de 70 pessoas.
Além de profissionais do setor cooperativistas também participaram representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), Federação da Agricultura do Paraná (Faep), entre outros convidados. "O Fórum traz um programa completo, que contempla questões ligadas ao mercado de soja e milho, gerenciamento de riscos, políticas públicas, cenários macroeconômicos, quadro econômico e financeiro das cooperativas, entre outros. É oportuno discutirmos esses temas, diante da expectativa de uma safra cheia, com renda e liquidez em baixa. O cenário básico se mostra bastante complexo e nós temos uma responsabilidade muito grande pois é um momento em que podemos definir os resultados do ano", afirmou o superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, na abertura do Fórum.
Soja - De acordo com o consultor da empresa FCStone, Glauco Monte, que falou na sequência, é difícil traçar um cenário sobre as perspectivas de mercado para soja que reduza as incertezas dos produtores, como normalmente eles esperam. "Há três ou quatro anos era mais fácil estimar o que poderia acontecer. A soja é uma commoditie voltada à exportação e vários fatores influenciam no preço", disse ao iniciar sua palestra.
Entre os itens que interferem muito na formação do preço da oleaginosa, Monte citou a Bolsa de Chicago (Cbot), os prêmios e o dólar. Ele discorreu sobre cada um deles e também apresentou dados da safra 2010/2011 nos Estados Unidos, Brasil e China. "É difícil traçar um cenário mas, se você avaliar efetivamente os números da parte da produção, eles são muito altos, o que leva a um sentimento mais baixista do mercado. Porém, ainda há uma dependência da demanda, principalmente da China, que é o maior comprador mundial do grão, para tentar suportar, nos dar melhores rentabilidades", acrescentou. "Muita volatilidade e incerteza são fatores presentes no preço da soja", disse ainda.
Gerenciamento de risco - E, como atuar e se proteger diante desse cenário? O gerenciamento de risco é uma das saídas apontadas por Glauco. "São ações e tomadas de decisões que visam mitigar os riscos de uma empresa e que, ao mesmo tempo, conseguem transformar as incertezas em oportunidades de negócio, garantindo, assim, a margem de lucro da empresa sem expor todo o seu patrimônio ao risco do mercado", afirmou. Ele mostrou as várias ferramentas que podem auxiliar as empresas e cooperativas nesse sentido seja no mercado físico, mercado futuro, por meio do planejamento e do fortalecimento dos prêmios. Além disso, indicou outras opções como preço mínimo, participação pós-venda, flexibilidade nas operações de troca, trava de Crush Margin e políticas de risco.
Utilização - "Tenho conhecimento de algumas cooperativas que já utilizam essas ferramentas no Paraná e em outros estados também. E, cada vez mais, precisamos recorrer a elas pois nós trabalhamos com margens muito apertadas e temos que buscar alternativas, novas oportunidades dentro do mercado de commodities. Mas são ferramentas não apenas para as cooperativas mas, também, para auxiliar no gerenciamento de risco do produtor pois sabemos que, muitas vezes, o papel que temos que realizar é o de levar esse tipo de serviço aos pequenos e médios produtores, que não têm acesso a essas informações diretamente. São ferramentas essenciais para a melhoria do serviço para os cooperados e também das margens das empresas e das cooperativas", frisou.
Política de risco - Glauco alerta, no entanto, que a definição de uma política de risco é primordial para alcançar bons resultados. "Isso é muito fundamental. Quando você começa a trabalhar com ferramentas específicas de mercado futuro, para não ter problemas que efetivamente já vimos no passado, é muito importante ter uma política definida sobre a utilização dessas ferramentas. Isso evita qualquer surpresa ou desconhecimento de qualquer área dentro da cooperativa. Então, eu diria que a política de risco é essencial, deve ser elaborada e escrita efetivamente para a utilização dessas ferramentas. Elas são muito boas, mas você tem que utilizá-las da maneira correta", finalizou.
Programação - O Fórum Financeiro e de Mercado prosseguiu na parte da manhã com a participação do coordenador geral da área de cereais e culturas anuais da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Sí"