Montevidéu recebe encontro de pesquisadores do cooperativismo
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Evento abordou temas como economia, autogestão, inovação e desenvolvimento
Montevidéu foi palco, entre os dias 5 e 7 de setembro, do XIII Encontro de Pesquisadores Latino-Americanos em Cooperativismo (EILAC), organizado pela Rede Temática de Economia Social e Solidária da Universidade da República (Udelar). O evento contou com a participação de especialistas de diversos países da América Latina, que apresentaram estudos e discutiram os desafios e avanços do cooperativismo e da economia social-solidária em diferentes eixos temáticos, entre eles o Sistema OCB.
Os debates do encontro giraram em torno de temas como Formação, educação e capacitação em cooperativismo; Mercados e finanças; Problemas socioambientais; Tecnologias digitais e cooperativismo de plataformas; Economia feminista e desafios de gênero; Agricultura familiar e camponesa; além de Trabalho e autogestão.
Arthur Gomes Nery, analista de Estudos Econômicos do Sistema OCB, declarou que o encontro internacional foi uma oportunidade única para a troca de informações valiosas e o fortalecimento da rede de conexões entre pesquisadores "É fundamental engajar e impulsionar o desenvolvimento do cooperativismo, tanto no Brasil quanto no mundo. Manter essa colaboração ativa é importante para continuarmos inovando e promovendo o crescimento sustentável do movimento cooperativismo.”
Ele apresentou os Estudos de Impacto do Cooperativismo na Sociedade e citou dados expressivos sobre o modelo de negócios brasileiro, como o valor de R$ 692 bilhões, alcançado pelas cooperativas em ingressos durante o ano de 2023, conforme registrado no Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024. Ele também mencionou a geração de 550 mil empregos diretos pelas cooperativas e ativos que somam R$ 1,1 trilhão.
De acordo com o Estudo de Impacto do Cooperativismo na Economia Brasileira, realizado em parceria entre o Sistema OCB e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os benefícios da atuação das cooperativas nos municípios brasileiros apontam um aumento médio de R$ 5,1 mil no PIB per capita em localidades com a presença de cooperativas, além de efeitos positivos como a geração de empregos formais e o crescimento de empreendimentos.
O estudo também destacou o impacto do cooperativismo em variáveis econômicas relevantes de 2021. Com efeitos diretos e indiretos, a estimativa é de que a demanda de produtos e serviços cooperativistas tenha contribuído com um aumento de R$ 462,4 bilhões no Valor Adicionado da economia, com 6,1% do total e 5,2% do PIB brasileiro.
Durante sua palestra, ele destacou o papel fundamental das cooperativas no agronegócio brasileiro, responsáveis por 53% da produção de grãos e por 25% da capacidade de armazenamento no país. “No setor de saúde suplementar, as coops representam 33% do mercado, com presença em 90% dos municípios brasileiros. Já o Ramo Crédito possui a maior rede de atendimento entre todos os tipos de instituições financeiras, com 9 mil pontos de serviço, sendo a única instituição presente em 264 municípios”, complementou.
Outros números apresentados no encontro reforçaram o impacto do cooperativismo em diversas áreas, como os 450 milhões de toneladas de cargas movimentadas anualmente pelo Ramo Transporte, e o atendimento de 806 municípios por cooperativas do setor elétrico, conforme os índices da Aneel.
Arthur também mencionou o Ranking Mundial de Cooperativas (WCM), que monitora as maiores do mundo e conta com a presença de 21 brasileiras entre as 300 primeiras em termos de faturamento. "O Sistema Unimed se destaca como a maior cooperativa no segmento de saúde e a Copersucar como a terceira maior no setor de agricultura", ressaltou.
Além disso, os resultados da Pesquisa Nacional do Cooperativismo foram divulgados no encontro. A pesquisa abordou temas como Gestão e Governança; Aspectos econômicos e legais; e Melhoria da Imagem do Movimento Cooperativista Brasileiro. Arthur enfatizou que, para fortalecer ainda mais o movimento, é necessário um reforço da cultura cooperativista, a integração da inovação como parte do DNA cooperativo e o fortalecimento da solidariedade entre cooperados.
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