Precisamos planejar mais e reagir menos, afirma o presidente da Embrapa
Curitiba (16/05) – As tendências, oportunidades e desafios do agronegócio, projetando o futuro, foram tema da palestra magna apresentada pelo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes, no Seminário Internacional de Mercado Cooperativo, que iniciou na manhã desta sexta-feira (16/05), em Curitiba, dentro da programação da Expocoop 2014.
OPORTUNIDADES - “O mundo vive uma velocidade alucinante de desenvolvimento e o Brasil não poder perder as oportunidades. A sociedade e as organizações precisam manter-se constantemente como aprendizes, porque hoje nós reagimos muito à inoperância”, afirmou ele. “O que estamos propondo é isso: planejar mais e reagir menos. Por falta de termos um olhar maior para o futuro, de nos antecipar aos desafios e oportunidades, temos a tendência de ficamos mais reagindo do que nos planejando para um futuro muito desafiador”, explicou.
NOVOS CONCEITOS - Lopes antevê que deverá haver uma demanda muito forte pela integração entre os conceitos de alimentos, nutrição e saúde. “Nós vamos ter que pensar em alimentos com maior densidade nutricional, novas funcionalidades porque a sociedade vai exigir isso”, disse. “Nós temos uma sociedade muito dinâmica, o casal trabalha, não dá mais para pensar em alimentos que exijam um processo muito complexo de preparo. Então, esse conceito de conveniência está ficando muito forte e o sistema agroalimentar tem que pensar nisso”.
AVANÇOS - O presidente da Embrapa lembrou ainda que nos últimos 40 anos o Brasil conseguiu avançar muito no setor agropecuário. “Nós saímos de uma situação de país importador de alimentos e alcançamos segurança alimentar. Conseguimos projetar o país como um grande produtor e exportador de alimentos para o mundo, mas nós temos que ter os pés no chão. Temos que entender que estamos vivendo um momento de muitas mudanças e muitas outras virão, juntamente com novos desafios. Um deles é buscar a assimetria entre aumento da produção com o crescimento populacional”, ressaltou.
MAIOR DESAFIO – Para Lopes, um dos maiores desafios do agronegócio brasileiro é organizar bons sistemas de inteligência no Brasil. “Nós estamos falando de um mundo cada vez mais complexo. Para lidar com toda essa complexidade, vamos ter que ter pessoas, instituições dedicadas a analisar as tendências, cenários, antecipar futuros possíveis para que possamos nos preparar para eles de forma mais tempestiva”, disse.
PLATAFORMA AGROPENSA – Ele citou como exemplo o sistema de inteligência criado na Embrapa há um ano. “Em 2013, nós criamos a primeira plataforma de inteligência estratégica da empresa, chamada Agropensa. É um sistema de inteligência estratégica em que agora nós teremos profissionais treinados e habilitados a fazer estudos de cenários, de tendências.
Nós estamos criando o conceito de observatório para que a empresa tenha ‘antenas’ apontadas para o futuro, para o mercado de inovação tecnológica, ou seja, captando sinais de tendências, riscos e desafios. Temos equipes para se dedicar a estudá-los e analisá-los e, com isso, gerar informações que auxiliem a Embrapa a definir sua agenda de prioridades e também o agronegócio brasileiro a estar atento para riscos, desafios e oportunidades que estão vindo do futuro”, explicou.
RESULTADO – Lopes disse ainda que já está à disposição do público o primeiro produto gerado por esta plataforma. “Em abril, nós lançamos o Agropensa, que é um documento de visão da Embrapa para os próximos 20 anos. Ao longo do último ano, fizemos uma série de análises tentando captar quais são os grandes desafios até 2034. Ele está disponível na web e é aberto a todos”, completou. (Assimp Sistema Ocepar)