11/5/2009 - BNDES excede teto de crédito de curto prazo

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Janaína Lage
Da Sucursal do Rio

A demanda por crédito de curto prazo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já supera o orçamento previsto para este ano. Lançada em dezembro para minimizar a escassez de crédito, a linha PEC (Programa Especial de Crédito) tem orçamento de R$ 6 bilhões e vigência até o fim do ano. Em cinco meses, a procura por empréstimos somou R$ 6,685 bilhões.

Até o fim de abril, os principais interessados nesse tipo de empréstimo foram os frigoríficos. Afetados pelo cenário de demanda externa menor por carne bovina e crédito mais caro, os frigoríficos já pediram R$ 1,473 bilhão. O banco não divulga o nome das empresas.

A oferta de capital de giro não é atribuição do BNDES. O banco trabalha com financiamento de longo prazo para investimentos. No caso da PEC, os custos totais ficam em média na faixa de 15%, segundo o banco, um patamar ainda competitivo se comparado ao crédito dos bancos privados.

Segundo Caio Pinhão, chefe do departamento de Prioridades do BNDES, os frigoríficos têm necessidade maior de capital de giro. A demanda total do setor, incluindo também o abate de aves e suínos, chega a cerca de R$ 2 bilhões. A linha, de caráter emergencial, tem prazo de trâmite de operações de 30 dias a 60 dias.

As liberações mais rápidas ocorrem quando as empresas apresentam carta de fiança garantindo a operação. Desde que foi lançada, o limite para operações foi ampliado de R$ 50 milhões para R$ 200 milhões.

Segundo Pinhão, não há sinais de preocupação com falta de recursos porque ainda existe um grande volume de operações em consulta (R$ 2,832 bilhões), que é a primeira etapa do trâmite da operação.

Além disso, ele afirma que parte da demanda pode ser absorvida por novas linhas de crédito, como o Programa de Crédito Especial Rural, que inclui frigoríficos, máquinas e equipamentos agrícolas e cooperativas. Caso não seja suficiente, o banco pode elevar o orçamento. "No momento em que tivermos um aumento substancial do valor das operações enquadradas, vamos solicitar suplementação de recursos", disse.

Para Luís Miguel Santacreu, analista financeiro da Austin Ratings, os balanços dos bancos privados no primeiro trimestre mostraram que eles seguraram mais a oferta de crédito.

 Veículo: Folha de S.Paulo
Publicado em: 11/05/2009 - 08:48

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