15/06/2011 - Brasil recebe proposta francesa para controle de commodities

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Brasília - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, já tem em mãos o texto básico da proposta sobre a criação de mecanismos mundiais de estabilização dos preços agrícolas. O assunto será discutido em Paris, França, na reunião do G-20, no próximo dia 22. Ele disse que está estudando e reiterou a posição brasileira contrária a qualquer tipo de controle de preços.

A França enviou ontem ao Brasil suas propostas de discussão sobre a "financeirização" das commodities agrícolas para serem discutidas no âmbito do G-20 na próxima semana, em Paris. Para Rossi, a proposta é razoável e está sendo analisada pelos técnicos da pasta, mas não trata dos subsídios concedidos aos agricultores europeus, que tanto incomodam o setor rural brasileiro. "Queremos condições de livre competição", afirmou Rossi.

O ponto mais polêmico da proposta francesa é promover maior interferência dos governos no mercado de commodities, para diminuir a volatilidade dos preços agrícolas. Essa ideia recebeu duras críticas de vários setores produtivos. Mas os franceses disseram, na ocasião, que a proposta foi mal interpretada. O que eles querem, segundo Rossi, é um maior controle de instrumentos financeiros aplicados na comercialização de produtos agrícolas no mercado, especialmente de hedge e contratos a termo.

"Só há uma maneira de estabilizar os preços agrícolas: é aumentar a produção. E o Brasil é um dos poucos países que pode conseguir esse resultado com aumento da produtividade, sem agredir o meio ambiente", afirmou Rossi. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgaram estudo que prevê cenário de alta nos preços das commodities na próxima década.

Rossi ressaltou que o Brasil aceita discutir formas de regular os produtos financeiros lastreados no comportamento futuro dos preços agrícolas. "Alguma forma de regulação desse mercado pode ser estudada", destacou. Liderança

O Brasil está próximo da liderança mundial na produção de alimentos. Nos próximos dez anos, a oferta de grãos deve subir 23% e as exportações ganharão força, graças a permanência na elevação nos preços internacionais das commodities agrícolas, de acordo com o estudo "Brasil - projeções do agronegócios 2010/2011 e 2020/2021" divulgado ontem pelo Mapa. A oferta de grãos do Brasil deve apresentar alta de 23% até 2021, com a perspectiva de aumento da colheita em 32,9 milhões de toneladas.

O estudo do Mapa projeta a produção de 175,8 milhões de toneladas dentro de dez anos. Na safra 2010/11, a previsão é de que a safra alcance 142,9 milhões de toneladas. A estimativa leva em conta o cultivo de arroz, feijão, milho, soja em grão e trigo.

Essa previsão apresentada pela pasta leva em conta a expansão de 9,5% na área plantada até 2021. O ministro ressaltou que a China também é um grande produtor mundial, mas como também consome muitos alimentos, não se tornou um player tão grande quanto o Brasil nesse mercado.

pbae

Veículo: DCI
Publicado em: 15/06/2011

 

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