30/06/2010 - Cooperativas sustentam o desenvolvimento de SC
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Dinamizando a economia do Estado e colaborando com as políticas públicas, o cooperativismo tornou-se instrumento essencial de desenvolvimento, integração e inclusão no cenário sócio-econômico catarinense. Essa condição é comemorada pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) nas festividades do Dia Internacional do Cooperativismo comemorado anualmente no primeiro sábado de julho.
O médico-veterinário Marcos Antônio Zordan, presidente da Ocesc e vice-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), quer estimular a intercooperação, intensificar as ações de formação profissional e aperfeiçoar o programa de autogestão das cooperativas catarinenses.
Zordan presidiu a Cooperitaipu (Pinhalzinho) e é diretor de agropecuária da Coopercentral Aurora (Chapecó), tem 32 anos de vivência no cooperativismo. Aos 56 anos, é casado com Dalva Maria Zordan com quem tem três filhos (Marcos Jr, Matheus e Thaís). Gaúcho de Lagoa Vermelha, vive em Santa Catarina há 35 anos. Presidiu a Federação das Cooperativas Agropecuárias de SC (Fecoagro) e participou da administração da Cooper Leite, da Creditaipu, da Agromilk, da Ocesc e da Creditaipu, entre outras entidades cooperativistas.
Nessa entrevista, Zordan analisa o atual estágio do cooperativismo barriga-verde:
Qual é a importância social e econômica do cooperativismo em SC?
Marcos Antônio Zordan - Nos municípios onde as cooperativas atuam, o índice de desenvolvimento humano (IDH) é mais elevado.
As cooperativas catarinenses reúnem 1 milhão de famílias associadas, o que representa a metade da população estadual vinculado ao cooperativismo. Em 2009, as 256 sociedades cooperativas faturam R$ 11,3 bilhões de reais. O tamanho do setor cooperativista de Santa Catarina é o ideal, se considerarmos as características do Estado e um processo de crescimento ordenado, sólido e estruturado na observância dos princípios que o regem há mais de um século.
Qual será o futuro do cooperativismo brasileiro?
Zordan – As variáveis que determinam o cenário político e econômico deste novo século tornam imprevisível o panorama do futuro próximo, mas as tendências desses tempos de globalização são inequívocas: competição acirrada e busca permanente da eficiência.
Como as cooperativas de SC se preparam para enfrentar os desafios presentes e futuros de um mercado globalizado?
Zordan – Fortes investimentos na qualificação de seus quadros profissionais e de direção, liberação gradativa de amarras legais que impedem o seu desenvolvimento, especialmente as de crédito e o despertar do agronegócio em nosso país são decisivos para se atingir a performance desejada. O cooperativismo barriga-verde atua com seriedade de gestão, eficiência gerencial e sintonia com os desafios dos novos tempos. A seriedade pode ser avaliada pelo expurgo de cooperativas que deixaram de fazer parte do sistema porque, de alguma forma, infringiram norma legal essencial (lei 5.764/71) do cooperativismo. Nos últimos cinco anos foram expurgadas 266 organizações que deixaram de ser reconhecidas como cooperativas e que, ou foram extintas, ou continuaram funcionando como empresas comerciais.
A preparação dos recursos humanos é a principal estratégia de qualificação das cooperativas de SC?
Zordan – Sim, porque a eficiência gerencial vem sendo perseguida tenazmente através de arrojados programas de treinamento e capacitação de técnicos e dirigentes, financiados pelas próprias cooperativas, diretamente ou via Sescoop, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, através do qual investimos 6 milhões de reais ao ano. A sintonia com os novos tempos exige uma permanente leitura das mudanças e transformações no Brasil e no mundo, conhecimento e contato com outras realidades culturais, seminários e viagens de estudo.
As cooperativas catarinenses voltarão a crescer a uma taxa de 20% ao ano, como acontecia no período pré-crise?
Zordan – Acredito que sim, pois estamos retomando as condições que existiam antes da crise de 2008/2009. Nossa política é de crescer gradualmente e com segurança. Os grandes desafios contemporâneos do cooperativismo catarinense são, justamente, crescer com sustentabilidade para evitar surto de forte expansão em determinado período, seguido de profunda crise financeira, em outro. Precisamos crescer sem desequilibrar as bases estruturais de nossas cooperativas. Períodos de expansão muito acelerada são, normalmente, seguidos de estagnação. É importante crescer, mas com equilíbrio e sustentabilidade.
Quais os principais ramos do cooperativismo do Estado?
Zordan - O setor agropecuário responde por aproximadamente 70% do peso econômico das cooperativas no Estado de Santa Catarina. Tem importância significativa também as"