Aurora inicia primeiros embarques para o Japão
Rumou nesta terça-feira (20/08) para o porto de Itajaí o primeiro contêiner com carne suína expedido pela Coopercentral Aurora Alimentos ao Japão. São 24 toneladas de cortes especiais congelados de lombo, sobrepaleta e barriga. Esse é o primeiro de uma série de embarques já contratados - cujos volumes e valores totais não foram revelados por questões comerciais.
Um pequeno ato reuniu nesta terça-feira à tarde diretores, jornalistas e lideranças do setor na unidade industrial FACH1 (Frigorífico Aurora Chapecó). Na ocasião, o presidente Mário Lanznaster manifestou grande otimismo com o relacionamento comercial que se inicia com o Japão. “Criamos uma linha industrial para produzir com esmero os cortes especiais que o mercado japonês exige”.
O gerente geral de exportação Dilvo Casagranda destacou que os negócios efetivamente fechados com importantes importadores – como os grupos IBC Corporation e Sumitomo Corporation, ambos de Tóquio – confirmam o grande potencial de consumo do Japão.
O representante do grupo IBC no Brasil (Mário Kaneco), o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (Losivânio De Lorenzi) e o prefeito de Chapecó (José Caramori) participaram do ato.
Casagranda realçou que a equipe de exportação da Aurora trabalha em conjunto com as áreas de qualidade, planejamento da produção e indústria, sob orientação dos clientes, na definição correta dos padrões dos cortes e das embalagens de acondicionamento do produto. “Estamos tratando de uma produção específica, detalhista com muitas exigências no processo até alcançar o produto demandado pelo mercado Japonês”, esclareceu.
Observou que o Japão não aumentará o volume de suas importações apenas porque abriu o mercado para o produto brasileiro. O Brasil terá que disputar o fornecimento para o mercado japonês, hoje abastecido por Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, México e Chile. Essa competição será definida pelos aspectos técnicos de atendimento aos padrões exigidos, o cumprimento de prazos e demais condições estabelecidas nas negociações.
– “Estamos otimistas porque temos potencial capacidade e credibilidade para atender uma boa fatia deste mercado, consolidando o longo trabalho de muitas pessoas e instituições. Acredito que podemos atender no longo prazo até 20% da demanda Japonesa de carne suína”.
O mercado japonês importa cerca de 1,2 milhão de toneladas de carne suína por ano, mas, o Brasil participará da disputa apenas da fatia de carne congelada, atualmente em torno de 500 mil toneladas/ano. A parcela da carne cozida (em torno de 400 mil toneladas anuais) ainda é muito incipiente no conceito produtivo brasileiro.
Por outro lado, as 300 mil toneladas de carne resfriada, é uma demanda que o Brasil não está apto a atender por questões de logística de entrega: especialmente pela distância Brasil-Japão.
O presidente Mário Lanznaster sublinhou que o Brasil tem poder competitivo lastrado em sanidade, estrutura de plantas industriais modernas, preço, qualidade e tradição de pontualidade, comprovada no fornecimento de carne de frango há mais de 30 anos. A unidade FACH1 da Aurora, em Chapecó, habilitada para exportação para o Japão, ajustou o processo industrial, para atender os requisitos do mercado. Desenvolve cortes específicos de acordo com os clientes, alguns dos quais são os mesmos importadores de carne de frango, o que aproveita uma relação comercial consolidada.
AURORA - A Coopercentral Aurora é um conglomerado agroindustrial sediado em Chapecó (SC) que pertence a 12 cooperativas agropecuárias, sustenta mais de 20.000 empregos diretos e tem uma capacidade de abate de 14,5 mil suínos/dia, 700 mil aves/dia e um processamento de 1,5 milhão de litros de leite/dia.
Mantém, no campo, plantéis permanentes de 960 mil suínos e 24 milhões de frangos. A sua base produtiva é formada por 8.700 produtores de leite, 4.040 criadores de suínos e 2.600 criadores de aves.
Possui sete unidades industriais para processamento de suínos, cinco plantas para processamento de aves, quatro fábricas de rações, uma indústria de lácteos, dez unidades de ativos biológicos (granjas de reprodutores suínos e matrizes de aves, incubatórios e silos), uma unidade de disseminação de genes (UDG), nove unidades comerciais e 100 mil pontos de vendas no País.
A Coopercentral Aurora Alimentos abateu e processou 3,6 milhões de suínos em 2012. Em todas as linhas de negócios – aves, suínos, leite, massas etc - obteve uma receita operacional bruta de 4,606 bilhões de reais. As vendas no mercado interno representaram 84,23% das receitas e, no mercado externo, 15,77%.