Bancos cooperativos alemães são bons exemplos de eficiência financeira
Bonn/Alemanha (12/09) - Às vésperas de complementar 80 anos de existência a Federação Nacional dos Bancos Cooperativos (BVR) apresenta resultados sólidos. Desde a sua criação não se fala em pedido de falência de bancos cooperativos ou perda de recursos de seus cooperados e clientes. A BVR funciona por meio de um Sistema de Proteção Institucional que prevê a segurança do banco cooperativo, indiretamente a proteção do cooperado. Sob o teto da Federação, está 1.101 bancos de crédito, 13.211 postos de atendimento, reunindo 17,3 milhões de sócios. Os ativos chegam a bilhões de euros, seguido de 443 bilhões de crédito e 542 bilhões de depósitos.
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira pelo economista, Herr Wolfgang Wagner e pela advogada Ilka Kosik, da BVR, aos participantes do projeto de Prospecção de Boas Práticas e Aprendizado Experimental organizado pelo Sistema OCB. O grupo, que permanece na Alemanha até o próximo sábado, está na cidade de Bonn conhecendo o cooperativismo Alemão.
Sobre a BVR, existe uma estreita cooperação com as federações de auditoria e a Superintendência Financeira Federal (BaFin). Não há uma obrigação legal de um banco cooperativo estar filiado à BVR, mas esta possibilidade inexiste, pois dificilmente um banco cooperativo conseguiria operar (captar recursos) sem fazer parte do fundo de proteção (critério seletivo dos clientes).
A escala de contribuição para o fundo é atribuída conforme o “rating” (classificação utilizada pela BVR) e está dividida em nove categorias, que variam de 80% até 140% do valor de referência (100%). Ou seja, cooperativas com maior risco contribuem com percentuais acima do valor de referência para o fundo. A contribuição maior para banco cooperativo de alto risco visa a estimular a melhoria e a sua regularização de forma mais rápida.
A BVR pode determinar aos bancos cooperativos a realização de fusões e incorporações, após adotarem medidas de saneamento (utilização de recursos do fundo de proteção). O estatuto social da BVR define as formas de atuação para evitar o risco de solvência dos bancos cooperativos, sendo utilizadas as estratégias de prevenção ou saneamento.
A BVR também utiliza instrumentos de garantias para essas operações de saneamento de alto risco (avais, subvenções, empréstimos). A contribuição ao fundo de proteção é calculada e recolhida anualmente conforme os ativos ponderados de risco dos bancos cooperativos. Toda a contribuição é capitalizada de forma cumulativa nesse fundo.
NO BRASIL: A previsão é de que o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) seja instituído em novembro, com o objetivo principal de evidenciar à sociedade a credibilidade que os sistemas de cooperativas de crédito efetivamente possuem, deixando os cooperados cada vez mais tranquilos sobre a solidez da instituição, mesmo em tempos de turbulências no mercado financeiro.