Brasil tem maior cooperativismo de trabalho médico do mundo
Brasília (3/11) - Uma iniciativa que surgiu em Santos (SP) no final dos anos 60, quando foi criada a primeira cooperativa de trabalho médico do país, semeou uma ideia que ao longo das últimas décadas se espalhou por todo território nacional. O Brasil hoje lidera o cooperativismo de profissionais de saúde no mundo, contando com 849 cooperativas e 250 mil cooperados, que atendem 24 milhões de pessoas. Nesse universo, estão, além das que são formadas por médicos, cooperativas constituídas por dentistas, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais da área de saúde.
O setor, que está presente em 85% do território nacional e movimentou no ano passado R$ 36 bilhões, representa 32% do mercado privado de saúde. No cenário da saúde suplementar, as cooperativas ocupam hoje a segunda posição, abrangendo 29% do total de operadoras.
As pesquisas de opinião refletem a confiança da população nas cooperativas do ramo da saúde. Um estudo divulgado em 2013 pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)- sobre a qualificação das operadoras que atuam no mercado – mostra que 400 cooperativas foram avaliadas com índices entre ótimo e bom. No levantamento são considerados pontos como assistência, situação econômico-financeira, estrutura e satisfação do beneficiário.
Na avaliação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o sucesso do cooperativismo de saúde se deve à forte aceitação na sociedade; postura socialmente responsável; maior remuneração e valorização dos profissionais da área; modelo de referência na prevenção e no atendimento à saúde; boa relação com entidades de classe, sociedades e organizações não governamentais e entidades públicas; difusão de valores e princípios cooperativistas; e solidariedade.
O espírito do cooperativismo, onde todos trabalham por um objetivo comum, também está presente no quadro de 92 mil empregados do segmento. Uma pesquisa feita pela revista Você S/A mostrou que entre as 150 melhores empresas para se trabalhar no país 16 são cooperativas e destas 14 pertencem ao ramo da saúde, como o Hospital Unimed Sul Capixaba, a Central Nacional Unimed e Seguros Unimed.O levantamento leva em conta 18 setores da economia, como, por exemplo, atacado, bancos, bens de consumo, construção, metalurgia, saúde, telecomunicações, transporte e vários outros.
Para enfrentar novos desafios num mundo globalizado, cada vez mais competitivo, as cooperativas de saúde crescem rumo a mudanças significativas de governança, adotando critérios profissionais na sua gestão executiva. “Investimos fortemente na qualificação do quadro de profissionais e na constante necessidade de atualização devido à regulação pela Agência Nacional de Saúde (ANS)”, observa André Pacelli, diretor da OCB que acompanha o ramo e presidente do Sistema OCB/PB.
Ele cita como exemplo o acordo de cooperação técnica firmado entre OCB e ANS, visando qualificar todos os elementos da cadeia. “Está previsto o intercâmbio de informações e a realização de estudos, eventos e ações para o aprimoramento nos processos de governança e gestão”, diz ele, ao lembrar que um programa de formação específico para cooperados e empregados do ramo saúde está em desenvolvimento, em parceria com a Fundação Unimed.” (Fonte: Globo Rural)