Comissão define alterações no vazio sanitário da soja
Goiânia (10/10) – Com o objetivo de definir os critérios para realização do vazio sanitário da soja em Goiás, a Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) se reuniu nesta semana com toda a cadeia produtiva. O principal ponto de discussão diz respeito à permissão de plantio para pesquisa científica e melhoramento genético durante o período de vazio sanitário. Isto porque a prática tem aumentado o número de inóculo da ferrugem em algumas regiões do estado.
A reunião foi conduzida por Bartolomeu Braz, vice-presidente institucional da Faeg e presidente da Aprosoja Goiás e o produtor rural Flávio Faedo, presidente da Comissão. O principal objetivo de reunir toda a cadeia produtiva no encontro foi de encontrar um consenso em relação às propostas apresentadas, com a finalidade única de eliminar a ferrugem asiática das plantações e garantir maior segurança aos produtores.
Para Flávio Faedo é preciso ponderar todas as necessidades e ele defende que, neste momento, avançar com cautela pode ser a melhor opção. "Sabemos da necessidade de novas variedades, mas o sistema atual tem causado prejuízos. Precisamos encontrar uma forma de aliar o desenvolvimento de novas cultivares com a preservação do vazio sanitário. De que adianta novas variedades se não conseguimos acabar com a ferrugem?", questiona.
PREJUÍZOS ELEVADOS – A ferrugem asiática, mesmo sendo uma doença já tradicional nos cultivos em nosso estado, teve seus prejuízos agravados nas últimas safras. Isto se deve principalmente ao fato de que os produtos químicos utilizados no controle desta doença estão perdendo eficiência, o que exige um manejo cultural da doença durante todo o ano.
O diretor da Aprosoja Goiás, Aredson Andrade, afirmou que começar a safra com inóculos de ferrugem dentro das principais regiões produtoras gera prejuízos muito significativos. "Temos que avaliar o real tamanho do problema para nosso estado. Se chegarmos, por exemplo, a um prejuízo de 30%, como verificamos em algumas lavouras neste ano, equivale a um prejuízo bilionário. O problema é muito maior do que estamos discutindo", completou.
Além do debate sobre as áreas de pesquisa que estão sendo plantadas no período de vazio, as alterações na instrução normativa também abordam importantes pontos que visam a mitigação dos efeitos negativos da ferrugem. Entre eles podemos destacar a eliminação de plantas "tigueras", a proibição de plantio de soja na safrinha, o controle de "tigueras" em beiras de rodovias e o transporte de soja após a colheita. (Fonte: Faeg)