Cooperativa de mineração tem liderança feminina em Nova Palmeira
João Pessoa (29/3) – A economista Rhutinéa Dillena é uma liderança numa atividade tradicionalmente masculina: a mineração. Ela é diretora da Cooperativa de Garimpeiros de Nova Palmeira (Coogarimpo), que beneficia pedras destinadas à indústria da construção e à fabricação de joias. Antes de dirigir a cooperativa, que reúne 54 associados, ela encarou desafios por ser mulher.
Filha de garimpeiro, ela começou a enfrentar a resistência ao seu interesse pelo mundo da mineração em casa. “Eu me identificava, queria entender de onde meu pai sustentava a família, mas ele não queria que eu me envolvesse porque é uma atividade 99% masculina”, conta.
Na faculdade, a estudante de Economia surpreendia os professores com questionamentos e exemplos sobre o setor mineral, que foi também foco do seu trabalho final.
“O tema do meu trabalho era o Desenvolvimento Socioeconômico do Seridó Paraibano. Pesquisei 17 municípios e vi uma potencialidade única para a mineração. Em Nova Palmeira, 80% da economia que gira em torno da mineração. Meu orientador foi quem sugeriu a criação da cooperativa”, conta.
Quando se tornou presidente da cooperativa, em 2012, ela teve que lidar com resistência por parte de alguns cooperados. “Eu passei a ser muito respeitada como mulher, mas também houve conflitos de ordem cultural e também por pessoas que não aceitavam a figura feminina liderando o grupo”, conta.
Após muita batalha, a cooperativa obteve recursos por meio de projetos governamentais e construiu sua usina de beneficiamento de minérios.
Hoje, os homens se dedicam à unidade de beneficiamento dos minerais industriais, enquanto um grupo de mulheres trabalha com a lapidação de pedras preciosas e semipreciosas da região (safira, rubi, turmalina, água marinha e quartzo de várias cores). “Estamos num patamar muito bom, já com contratos para com grandes empresas no estado e em Pernambuco. A expectativa é boa”, avalia. (Fonte: Assimp Sistema OCB/PB)