Cooperativa educa para a cidadania
A jovem Thais Rosseto Silva, 9 anos, causou surpresa à sua mãe, ao anunciar a sua candidatura a prefeita da Minicidade criada pela Cooperativa Educacional Magna de Concórdia (SC) – Colégio CEM. Discreta e de poucas palavras, a garota tem um discurso afinado ao falar do projeto que, há cinco anos, vem fazendo a diferença na cidade de Concórdia (SC). “Minha mãe dizia que eu era quieta e, quando eu disse que ia me candidatar, ela pensou que eu não conseguiria. Aí, quando ganhei, ela ficou feliz. Agora a minicidade está crescendo e vamos aprender sempre com ela. A minicidade está aberta para vocês”, afirma a jovem que cursa a 5ª série.
Trata-se da minicidade cooperativista do Colégio CEM, um projeto educacional inovador que proporciona às crianças vivenciem experiências reais de cidadania e vida comunitária. Os próprios alunos são os responsáveis pela condução da pequena comunidade. Por meio de uma eleição que envolve toda a escola, são escolhidos o prefeito, o vice e os vereadores. Os pequenos cidadãos discutem, elaboram projetos e executam ações importantes para a manutenção e o desenvolvimento da minicidade. Todas as atividades estão alinhadas com a filosofia cooperativista e permitem que os alunos aprendam (na prática) como funciona uma cidade e quais os princípios que devem norteá-la.
O projeto possibilita que os estudantes conheçam os setores básicos para o funcionamento de uma sociedade organizada, incluindo: Prefeitura, Câmara de Vereadores, Sistema Financeiro, Casa Cultural, Livroteca, Centro de Convenções, Secretarias de Meio Ambiente e Turismo, Horta e Praça. Cabe aos alunos, o papel de gerir cada uma dessas áreas. Para isso, os professores sugerem atividades que contemplem um mundo mais humano, solidário e sustentável. A minicidade funciona como uma cidade normal, mas com conceitos diferenciados de cidadania.
Segundo a presidente da Cooperativa Educacional Magna, Elizeth Pelegrini, “o eixo norteador é a vivência em valores humanos e cooperativistas, fazendo com que o aluno perceba e tenha condições de efetivar a mudança de comportamento, paradigma e transformação de sua realidade política e social”. As crianças experimentam na prática importantes demonstrações de associativismo e cidadania, participam e atuam nas várias funções dentro da cidade, o que faz com que se sintam parte do corpo gestor.