Cooperativa é solução segura para tempos de estagflação

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Goiânia (27/10) – A economia brasileira apresenta em 2014, uma situação econômica singular, na qual se mistura inflação alta com baixo crescimento, a chamada estagflação. Para o sistema financeiro, a combinação é preocupante. Mas, para as instituições financeiras cooperativas, como o Sicoob Engecred-GO, o cenário é mais otimista. A avaliação foi feita pelo diretor financeiro do Bancoob, Ricardo Simone Pereira, durante visita a Goiânia, em setembro, a convite de diretores e conselheiros do Sicoob Engecred-GO.

Ricardo explica que a indústria da Construção Civil no Centro-Oeste, um dos setores com grande número de cooperados do Sicoob Engecred-GO, ainda é pujante. “Existem muitos projetos e espaço para crescer.” O diretor lembra que, mesmo que os investimentos do setor se alonguem em virtude das altas taxas de juros (entre 10% e 11%), o Centro-Oeste dificilmente será afetado de maneira brusca pela estagflação. "Como o Sicoob Engecred-GO também está inserido em uma região de agronegócio, os efeitos são menores do que se teria em outros centros urbanos e regiões mais afetadas", concluiu.

O otimismo também se estende às demais instituições financeiras cooperativas, pelo fato de o Sistema Sicoob ter características próprias. Segundo ele, trata-se de um sistema que tem grande patrimônio, com ótima governança e que trabalha para o benefício de todos seus associados. O diretor financeiro do Bancoob lembra que uma excessiva alavancagem financeira pode trazer efeitos indesejados, como o aumento dos riscos da operação e a exposição à insolvência.

"O Sistema Sicoob recebe menos impacto da estagflação que um banco alavancado e sua segurança é admirada. O Sicoob, com mais de R$ 30 bilhões em depósitos, é um das dez maiores grupos financeiros do Brasil e segue crescendo o dobro da média dos grandes bancos”, informa.

ENTENDENDO A ESTAGFLAÇÃO

A inflação anual medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2014 acima de 6,3%, e o Banco Central (BC) deve manter a taxa básica de juros em 11% ao ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação divulgado no final de setembro. Ao mesmo tempo, o crescimento econômico, que era para estar pujante está abaixo de 1%. Apresenta-se, então, o pior dos dois cenários: inflação alta com crescimento baixo.

Nesse contexto, se o Brasil não conseguir mudar essa mistura macroeconômica está sujeito a sofrer rebaixamento de sua nota de risco, segundo avaliou o diretor Financeiro do Bancoob. "As agências de rating internacionais já estão sinalizando que, se continuar esse processo, o percentual de dívida sobre o PIB vai aumentar, ou seja, o endividamento do Estado brasileiro vai crescer e pode provocar uma piora na classificação de risco do país", explicou Ricardo.

Para combater a inflação é preciso manter a taxa de juros alta. E a taxa alta sempre segura a economia e aumenta a inadimplência. Segundo Ricardo, já estamos vivendo esse cenário em 2014 e é possível que se continue a viver em 2015. “Esse aumento, ainda que gradual, vai deixar os bancos mais restritivos. O crédito cresceu muito rápido nos últimos anos e ajudou a economia. Agora a oferta será menor, e deve permanecer contida enquanto não houver a solução da estagflação e a queda os juros, com a retomada dos investimentos."

O cenário econômico atual ainda pode ser revertido. A demanda do setor é por uma política macroeconômica mais forte. “Estamos no meio do processo eleitoral e os temas econômicos estão no topo da agenda”, conclui Ricardo. (Ascom Sicoob Engecred-GO)

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