Cooperativas de crédito já somam mais de 8,7 milhões de brasileiros
Brasília (19/7/16) – Celebrado em 2 de julho, o Dia do Cooperativismo busca conscientizar sobre a importância desse segmento para as comunidades, e apresenta o cooperativismo como um modelo econômico mais inclusivo e alinhado aos objetivos de desenvolvimento sustentável. Dentre os ramos do cooperativismo, o de crédito é um dos mais icônicos. Além da democratização do acesso ao crédito e a outros produtos financeiros a menores custos, inclusive para a parcela da população com pouco acesso aos serviços financeiros tradicionais, as cooperativas de crédito fomentam o desenvolvimento local sustentável, promovendo a redução das diferenças sociais.
De acordo com Romeu Eugenio de Lima, assessor no Deorf, o número de associados das cooperativas de crédito no Brasil tem crescido muito. “Nos últimos 5 anos, foram filiados em média 876 mil cooperados por ano. Nos primeiros 4 meses deste ano as cooperativas de crédito conseguiram 367.746 novos associados, alcançando 8,7 milhões de associados em abril”.
Ele explica que os dados apresentados em maio desse ano revelam uma redução do número de cooperativas de crédito – 1.095 instituições atualmente em funcionamento, contra 1.113 em dezembro de 2015 –, acompanhado de uma expansão da quantidade de pontos de atendimento, devido principalmente a um salutar processo de consolidação do segmento, via processos de incorporações, para obter ganhos de escala e maior racionalidade econômico-financeira.
A capilaridade das cooperativas de crédito é outra característica do segmento, permitindo que a oferta de produtos e serviços financeiros chegue aos estratos sociais mais carentes e a municípios de regiões mais distantes, com pouca presença do sistema bancário convencional, além de ser cada vez mais atuante em nichos como o crédito rural e o financiamento a pequenas empresas.
“O segmento conta com uma ampla rede de atendimento: 5.669 pontos (sedes e Postos de Atendimento Cooperativo - PAC), com presença mais relevante na região sul e em alguns estados como Mato Grosso do Sul, Rondônia e Espírito Santo. Mas ainda há o desafio de ampliar a presença das cooperativas de crédito nas regiões norte e nordeste, que ainda é muito pequena. Naquelas regiões existiam, em maio desse ano, 147 cooperativas de crédito (13,4% do total) e 386 postos de atendimento (8,4% do total)”, destacou João Luiz Faustino Marques, chefe adjunto do Deorf, lembrando que o segmento também está buscando expandir sua participação em outros estados brasileiros, como São Paulo.
SAIBA MAIS – O Banco Central aplica ao segmento cooperativista as mesmas normas operacionais e prudenciais aplicáveis às demais instituições do sistema financeiro nacional, mas com as devidas adaptações decorrentes da natureza, porte e especificidades dessas instituições. Como mecanismo de segurança e para a credibilidade de todo o sistema, os depósitos das cooperativas de crédito são garantidos pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) até o limite de R$ 250 mil, o mesmo valor garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em relação aos depósitos bancários.
As cooperativas de crédito contribuem, ainda, para elevar os níveis de concorrência no sistema financeiro, influenciando positivamente os agentes bancários, sobretudo como balizador de preço e atendimento. Depósitos à vista, aplicações em poupança e em fundos de investimento, consórcios e seguros são alguns dos produtos financeiros oferecidos pelo segmento.
Outra especificidade das cooperativas de crédito é a operação somente com associados e em uma área de ação específica. Isso garante a aplicação da poupança local na própria região, contribuindo para a geração de emprego e renda e para o desenvolvimento regional sustentável. (Fonte: Banco Central)