Cooperativas de eletrificação discutem a regularização do setor
A sede do Sistema Ocesp, em São Paulo, foi palco de importantes debates acerca do futuro das cooperativas de eletrificação rural do País. Dirigentes de cooperativas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul reuniram-se para definir estratégias para as próximas etapas do processo de regularização das cooperativas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O evento aconteceu na última quarta-feira (29/4).
Os debates reuniram tanto as maiores cooperativas do setor, enquadradas pela Aneel como Permissionárias, quanto as menores, classificadas como Autorizadas. A partir das reuniões, os cooperativistas solicitarão uma audiência com a agência reguladora. “O importante é que as cooperativas estão coesas, cientes dos desafios e buscando superar os problemas que surgem a cada etapa”, disse o presidente da Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop), Jânio Stefanello.
Boa parte das cooperativas que atuarão como Permissionárias já assinaram contratos com a Aneel. Em São Paulo, dos 14 empreendimentos definidos nesta categoria, 10 já estão com seus contratos em vigência. “Os encontros foram importantes para saber como está adaptação em cada empreendimento e quais os problemas das cooperativas que ainda não assinaram os contratos. Foram reuniões muito elucidativas, que nos prepararam para a audiência que teremos com a Aneel”, disse Danilo Roque Pasin.
O processo de regularização das cooperativas está em curso desde março de 2000 para cumprimento da Lei nº 9.074/1995. Desde o início, as cooperativas lutaram para ter suas particularidades respeitadas pela Aneel e precisaram de articulação e força política para manterem vivas, beneficiando milhões de famílias em todo o País, além de gerar energia também para indústrias e outros empreendimentos econômicos. De acordo com a Infracoop, as cooperativas de eletrificação rural são responsáveis por cerca de 580 mil ligações de energia no País.
No encontro das Autorizadas, o debate atual gira em torno da definição de tarifas. As cooperativas reunidas procuraram um alinhamento para se relacionar com o órgão regulador estatal. “Precisamos encontrar uma linguagem comum para que nossos interesses sejam levados em conta na metodologia de revisão tarifária”, comenta o presidente da Fecoeresp (Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural do Estado de São Paulo), Danilo Roque Pasin.
Capacitação – Para os líderes do ramo, profissionalizar a gestão e preparar os colaboradores das cooperativas para atender as exigências da Aneel são os maiores desafios. “Necessitamos cada vez mais de parcerias para capacitar o nosso pessoal. Neste sentido, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado de São Paulo (Sescoop/SP) já vem desenvolvendo um bom trabalho, mas ainda necessitamos de mais treinamentos”, analisa Henrique Ribaldo Filho, diretor do ramo Infraestrutura da Ocesp.
De acordo com Stefanello os maiores desafios estão relacionados à busca por excelência no atendimento. Para isso, as áreas técnicas precisarão ser treinadas e, em alguns casos, ampliadas. “Haverá um período de transição no qual as cooperativas precisam fazer o dever de casa, com muito treinamento para seus colaboradores. Após esse período, a Aneel começará a fiscalizar e poderá multar as cooperativas como faz com qualquer concessionária”, salienta Stefanello. (Fonte: Ocesp)
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