Cooperativas oferecem crédito para microempreendedores

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Belém (26/11) – Juros acessíveis, condições mais adequadas para a concessão de crédito e rateio do lucro anual são algumas das vantagens do cooperativismo de crédito. Todas elas foram apresentadas ao público paraense durante a Feira de Crédito e Acesso a Serviços Financeiros, evento ocorrido durante os dias 19 e 20 de novembro na sede do Sebrae-PA. A Feira foi voltada para as micro e pequenas empresas que buscam crédito e financiamentos para alavancar seus negócios. O evento contou com a participação dos Sistemas de crédito Sicoob e Unicred.

A estrutura foi montada para receber cerca de 500 empreendedores, com atendimento de orientação empresarial para permitir o contato direto com representantes de diversas instituições financeiras do Estado. Além das cooperativas, estiveram presentes na Feira os bancos Caixa Econômica Federal, Banpará, Banco do Brasil e Banco da Amazônia e os atendimentos da Jucepa, Sefin e Sefa.

Durante os dois dias de programação, ocorreram palestras com temas relacionados à gestão empresarial, como vendas, controle do dinheiro, empreendedorismo, planejamento, compras e administração, além de encontros de negócios e distribuição de kits educativos de Boas Vendas e Como Vender Mais e Melhor.

Para o Sebrae, a iniciativa é uma forma de facilitar a aproximação entre empreendedores e as instituições financeiras. “Nós fazemos pesquisas de demandas das empresas e um dos resultados deu muita ênfase ao acesso ao crédito. As cooperativas têm um perfil diferente, não visando o lucro e isso é transferido para os produtos, que podem ter valores menores com taxas de juros menores e a mesma qualidade de atendimento dos bancos. São extremamente competitivas no mercado. A cooperativa sem dúvida, tem grande protagonismo”, afirma Fabrizio Guaglianone, diretor-superintendente do Sebrae no Pará.

As cooperativas de crédito oferecem todos os serviços de uma rede bancária, tais como conta corrente, poupança, financiamentos, convênios (arrecadações), consórcios, seguros, câmbio, cartões de crédito, caixas eletrônicos. Além disso, o associado recebe um atendimento personalizado, com prazos e condições mais adequados para a concessão do crédito.

A principal vantagem do cooperativismo de crédito, para a Diretora Financeira da Sicoob Cooesa, Francisca Monteiro, é a participação do sócio. “Não sou apenas sócia ou usuária. Sou proprietária da instituição. Ela é formada pelo próprio dono e a prestação de serviço é para ele também. Ainda tem a questão das sobras. Tudo que a cooperativa produz, é revertido em favor do cooperado. Tudo que tiver de lucro no final das contas é meu. Eu, como associado, vou decidir em votação em Assembleia Geral qual é a destinação que eu quero para as sobras.” 

Em relação ao número de unidades de atendimento, o cooperativismo de crédito é a segunda maior instituição financeira do Brasil, depois do Banco do Brasil e superando Bradesco, Itaú e Caixa. Quanto à posição no mercado, está em sexto lugar, depois de BB, Itaú, CEF, Bradesco e Santander, com patrimônio líquido de R$ 31,59 bilhões, o que representa uma participação de 5% no Sistema Financeiro Nacional.

Em tempos de instabilidade política e crise econômica, as cooperativas se apresentam como alternativa mais confiável de crédito. Num total de 1.146 cooperativas, apenas nove foram submetidas à decretação de regimes especiais pelo Banco Central nos últimos cinco anos (2009-2014), ao passo que, no mesmo intervalo, 46 instituições financeiras convencionais, em um total de 776 (dez/2014), passaram pela ação interventiva do órgão de supervisão. Apesar de representarem 60% do conjunto das instituições financeiras do país, as cooperativas responderam por apenas 16% das intervenções feitas pelo Banco Central no Sistema Financeiro Nacional.

Para o Presidente Ernandes Raiol, a Feira proporcionou o primeiro contato do cooperativismo de crédito com o público ligado ao Sebrae. “As pessoas tiveram a oportunidade de conversar com todos os agentes de crédito e tirar suas conclusões. O empresário teve várias opções e já pôde sair com a conta aberta. Com as cooperativas, ele tem uma velocidade incrível de aprovação do seu cadastro. Dependendo da cooperativa, ele pôde sair com o crédito aprovado. Nos bancos esse processo leva em média de 2 a 3 anos. Mostramos que na cooperativa se tem a operação do valor de dinheiro bem mais baixo do que nos bancos tradicionais. A proposta é atrair milhares de empresários para as cooperativas de crédito”.

Fernando Coimbra foi um dos microempreendedores atendidos. Ele conheceu pela primeira vez o funcionamento das cooperativas. “Nunca tinha visto, não sabia o que era. Entendi as vantagens e vi que as taxas são bem baixas, além do retorno em que participamos dos lucros da cooperativa. Os outros bancos são difíceis de nos atender, de conseguir o crédito. Gostei bastante do primeiro contato. Agora vou analisar com mais profundidade para me associar”. (Fonte: Assimp Sistema OCB/PA)

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