Cooperativas querem certificar gerador de resíduo sólido eletroeletrônico

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São Paulo (25/6) - A Fepacoore (Federação Paulista de Cooperativas de Reciclagem) começa até agosto projeto-piloto para homologar e certificar os geradores de resíduos elétrico-eletrônicos no Estado de São Paulo. A iniciativa conta com cooperação técnica do Instituto Nacional de Resíduos (INRE), entre outras instituições, e faz parte das novas diretrizes impostas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Jair do Amaral, diretor presidente da Fepacoore, explica que o procedimento contará com a participação da Rede Resíduos, uma plataforma online de monitoramento e controle de destinação de resíduos. “A expectativa é criar um modelo que atenda integralmente a Política Nacional de Resíduos Sólidos e às expectativas da população, que sofre com a falta de opções para destinar corretamente os resíduos elétrico-eletrônicos”, afirma.

O projeto-piloto vai contar com a participação de uma cooperativa da capital e outra do interior. A cooperativa vai identificar o doador, armazenar os produtos e encaminhar para a Coopermiti (Cooperativa de Produção, Recuperação, Reutilização, Reciclagem e Comercialização de Resíduos Sólidos Eletroeletrônicos), especializada no setor. Por sua vez, a Coopermiti vai transformar os resíduos e fazer a destinação correta.

“Com isso, vamos identificar os gargalos e os problemas dessa cadeia. Após dois anos, queremos ter modelos bem definidos de logística reversa para atender o que determina a política nacional de resíduos”, ressalta Jair. Segundo ele, no futuro, as cooperativas poderão homologar e certificar os geradores desse tipo de resíduo. “Isso ainda vai possibilitar ganho de escala e ampliar a renda dos cooperados catadores”, analisa Jair.

Cooperativismo - Fepacoore foi criada com o objetivo de oferecer alternativas à destinação correta de resíduos sólidos, contribuindo para a efetiva implantação da Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A federação conta com dez cooperativas paulistas de reciclagem e, além das parcerias com empresas públicas e privadas, a Fepacoore quer oferecer cursos profissionalizantes em reciclagem, cooperativismo e desenvolver projetos de gestão de resíduos, educação ambiental, implantação de coleta seletiva, revalorização e transformação de resíduos.

Resíduos em números - Os brasileiros geraram 64 milhões de toneladas de resíduos sólidos em 2012, sendo que 24 milhões seguiram para destinos inadequados, como lixões. Esse volume equivale a 168 estádios do Maracanã cheios de lixo. Em média, cada brasileiro gerou 383 kg de resíduos sólidos segundo o estudo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Pensando em criar alternativas à destinação correta de resíduos sólidos no país, em 2010 foi criada a lei nº 12.305/10 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), contendo importantes instrumentos para erradicar os principais problemas ambientais, sociais e econômicos em decorrência da má gestão desses materiais. A lei tem, entre outros objetivos, difundir hábitos de consumo sustentáveis e, também, uma série de medidas para aumentar a reutilização de resíduos por meio da reciclagem ou de reaproveitamento, além da correta destinação dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).

De acordo com o PNRS e o Plano de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos de São Paulo, as cooperativas terão papel fundamental para que a política de reciclagem seja realmente efetiva no país. 

Apoio - O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP) e a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) têm oferecido orientação e acompanhamento à federação. “Orientamos em todo o processo, desde os documentos necessários para abrir a federação até os treinamentos de consultoria”, afirma Paulo Gonçalves Lins Vieira, coordenador jurídico do Sistema Ocesp. (Assimp Ocesp)

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