Cooperativismo e artesanato geram renda para mulheres no Piauí
Produzir peças únicas que fogem do processo de produção em série é o que diferencia o trabalho do artesão. Ofício antigo, os avanços da tecnologia têm permitido a incorporação de novas técnicas para aprimorar o resultado final de cada peça. Comemorado hoje, dia 19 de março, o Dia do Artesão é uma forma de valorizar esses homens e mulheres, responsáveis pela preservação dos traços culturais de cada região. O artesanato é, sem dúvidas, uma das principais expressões da cultura de um povo. Tudo que o artista produz está relacionado ao que ele vive e, principalmente, ao ambiente em que vive.
Assim, a estruturação de cooperativas enquanto sistema de economia social incentiva e promove a produção artesanal como estratégia de divulgação cultural, geração de emprego e renda e educação ambiental. Esse sistema inclui noções de ajuda mútua e cooperação, que aplicam gestão à produção.
Na prática, os princípios do Cooperativismo devem ser tomados como base para a criação e funcionamento de uma cooperativa. É o que acontece com a Cooperativa de Artesanato do Poti Velho (Cooperat Poty), localizada na zona norte de Teresina e formada por 39 mulheres que produzem peças utilitárias e de artesanato fabricadas com cerâmica.
A cooperativa existe há sete anos e é resultado da transformação de vida de suas cooperadas. Isso porque, antes as mulheres do Poti que hoje traduzem seus sonhos nas peças produzidas na Cooperat-Poty, trabalhavam nas olarias, com a produção e armazenamento de tijolos. Um trabalho pesado e, muitas vezes, sem o devido reconhecimento.
“Tudo começou com um curso de modelagem de bijuteria em cerâmica para um grupo de 27 mulheres que antes carregavam tijolos, ajudavam os maridos na produção das peças ou eram donas de casa. Com o final do curso começamos a produzir as bijuterias e participamos de feiras para comercializar os produtos. Daí o grupo foi crescendo e em 2006 formamos a cooperativa para que juntas pudéssemos fortalecer a produção”, detalha Raimunda Teixeira, presidente da Cooperat-Poty.
Hoje, a produção média do grupo de artesãs chega a 900 peças mensal que são vendidas dentro e fora do Estado. O que para, Raimunda Teixeira, aponta para a decisão acertada tomada sobre os rumos que o artesanato deveria ter em suas vidas. “A união e o fortalecimento do trabalho da mulher no artesanato cerâmico do Poti Velho foram os pontos positivos para nossa produção, com isso melhorando a qualidade de vida das mesmas e contribuindo com o desenvolvimento do próprio artesanato”, conta.
De acordo com o assessor especial do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo-Sescoop, Roberto Guerrero, a cooperativa é a forma mais simples e eficaz de pequenos ou grandes grupos se unirem para gerar lucros e produzir em maiores quantidades. “O Cooperativismo em seus princípios trata da autonomia e independência das cooperativas. Quem dirige uma cooperativa são os próprios cooperados, através de uma gestão democrática e participativa. É importante que se estimule o artesanato. Se o artesão se sente desestimulado e migra para outra região que não é a sua, ele perde o acesso ao material com que trabalha e sua identidade cultural”, afirma.
Fazer parte de uma cooperativa significa saber que o trabalho será feito em conjunto, tornando mais fácil atingir os objetivos de vendas para púbicos diferentes. As ações desenvolvidas pelos cooperados aspiram desenvolvimento, já que estão todas voltadas à viabilização de negócios de seus integrantes junto aos mercados em que pretendem atuar e contam com a participação de todos na cooperativa.
(Fonte: Sescoop/PI)