Cooperativismo é elogiado e requisitado por seguradora centenária
O cooperativismo já contribui com o mercado de seguros nas áreas de saúde, agrícola e de acidentes de trabalho. A experiência do cooperativismo aliada aos seus princípios e valores tem sido observada e requisitada por órgãos e entidades nacionais e internacionais. Na última quinta-feira (1º), o Sistema OCB participou do 1º Potencialize Coop, promovido pela MAG Seguros, uma instituição com 186 anos de atuação no mercado.
A superintendente do Sistema, Tânia Zanella, fez exposição na abertura do evento virtual e ressaltou que, mesmo em um ano desafiador no aspecto econômico, o cooperativismo apresenta oportunidades relevantes para a sociedade. Ela falou também sobre os principais desafios do movimento para os próximos anos.
“Estamos sempre conectados com eventos como este que trazem conteúdos importantes e cenários de oportunidades para as nossas cooperativas. Sabemos o quanto significamos social e economicamente para o nosso país. Estou falando de quase cinco mil cooperativas em sete ramos de atividades, de quase 19 milhões de brasileiros envolvidos de maneira direta no nosso negócio, de mais de 400 mil empregos gerados pelas nossas coops e uma movimentação financeira de cerca de R$ 600 bilhões. Então, um dos nossos desafios para o momento é mostrar para a população a nossa importância e ser a oportunidade que tantos brasileiros buscam”, pontuou Tânia.
Ela lembrou dos compromissos firmados no 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, que abordou desafios de inovação, mercado e comunicação para gerar mais desenvolvimento e oportunidades para as cooperativas. “Com as várias diretrizes aprovadas no nosso encontro, começamos um movimento interno, junto as nossas unidades estaduais, para trazer produtos e serviços para as coops. E na última semana, na nossa Semana de Competitividade, que contou com mais de 600 pessoas, lançamos novos produtos. O ESGCoop, por exemplo, vem criar indicadores para comunicar o que já fazemos desde nossa origem, uma vez que está no DNA do coop as questões de governança, social e ambiental. Vamos trabalhar juntos e com metas”, declarou.
Ao concluir sua fala, a superintendente também lembrou o lançamento do BRC 1 Tri - Brasil Mais Cooperativo 1 trilhão de prosperidade, em que o Sistema OCB desafiou os cooperativistas a alcançarem, até 2027, R$ 1 Trilhão em movimentação e aumentar o número de cooperados, dos atuais 18,8 milhões, para 30 milhões.
O CEO da MAG Seguros, Helder Molino, declarou que quer estreitar laços e aumentar parcerias com o movimento cooperativista. Ele disse que a MAG tem princípios e valores similares aos do cooperativismo. “Na década de 1980, eu era agricultor e tive meu primeiro contato com o cooperativismo, e criamos a associação de jovens agricultores. Então, tenho afeição pelo movimento há anos. Nós da MAG chegamos a este segmento não apenas pelo seu inegável gigantismo e potencial de negócios, mas pelo seu propósito muito claro que é o interesse em cuidar da comunidade e pela preocupação com as pessoas. O nosso compromisso com o cooperativismo gerou o Potencialize Coop e temos muito orgulho de, ao longo da nossa história, ter contribuído de alguma forma com a iniciativa”, considerou.
O coordenador do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito da OCB (Ceco) e presidente da Confebrás, Moacir Krambeck, participou do evento e asseverou que principal diferencial das cooperativas em relação a outros modelos de negócios, são as pessoas. "O negócio vem depois. O forte relacionamento das cooperativas com seus cooperados e com a sociedade fortalece e faz com que as pessoas comecem a entender que este é o caminho que pode ajudá-las a melhorar sua condição de vida”.
Segundo ele, a maior desafio do cooperativismo de crédito hoje é a regulamentação da Lei Complementar 196/22, que atualiza o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e foi sancionada na última semana. “O outro, é fundamentalmente a educação, que é uma das responsabilidades das cooperativas brasileiras e o quinto princípio do cooperativismo que deve ser desenvolvido com maior afinco”, acrescentou Moacir.
Durante o evento, o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, Enio Meinen, falou um pouco da história do coop de crédito e apresentou números que destacam a relevância do movimento para a inclusão financeira de brasileiros. “O cooperativismo financeiro é a maior rede física nacional e em muitos municípios é a única instituição presente. É o maior provedor de recursos para a micro, pequena e média empresa. Representamos 20% do mercado, o que, se comparado aos 70% alcançado pelo coop de crédito da França, demonstra que temos um potencial incrível para expansão”, frisou.
Enio evidenciou que o cooperativismo de crédito também é o segundo maior financiador do agronegócio e tem beneficiado 20 milhões de pessoas físicas e jurídicas, respondendo por 120 mil empregos formais diretos. “Talvez, o papel mais relevante do segmento seja a promoção da equidade e justiça financeira. Só em 2020, para se ter uma ideia, as pessoas de uma região que escolheram uma cooperativa financeira tiveram ganho econômico de R$ 30 bilhões. Isso é mais relevante porque os recursos ficaram na comunidade, não teve um centavo de drenagem”.
Para ele, o cooperativismo financeiro é o principal ator quando se fala de cidadania. Em sua conclusão, Enio disse esperar ver o coop ainda mais robusto e necessário nos próximos anos.
“Diante da nossa responsabilidade, tenho a aspiração de que em 2032 tenhamos um coop financeiro mais consolidado com atendimento digital consagrado e referencial, uma maior intercooperação entre as cooperativas de crédito para ganharmos escala e que a abordagem ESG esteja mais evidenciada. É meu desejo também ver mais mulheres em cargos de liderança. No cooperativismo de crédito elas representam 43% dos associados e menos de 20% delas integram conselhos e diretorias. Nossos jovens também precisam manifestar interesse, pois estes são aspectos indispensáveis para nossa proposta filosófica”, finalizou.