Cooperativistas traçam perspectivas para o ramo crédito

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Representantes dos quatro sistemas organizados do cooperativismo de crédito brasileiro falaram hoje (30/10) sobre os principais desafios do segmento para os próximos anos. A meta é trabalhar para o fortalecimento do setor, com um foco em um desafio comum bem definido: ultrapassar a barreira dos dois dígitos de participação de mercado no Sistema Financeiro Nacional (SFN). As perspectivas foram apresentadas durante o IV Fórum Banco Central de Inclusão Financeira, em Porto Alegre (RS).

Para o diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, investir nos grandes centros urbanos deve estar entre as metas das cooperativas de crédito. “Não menos importante é preservar os princípios cooperativistas, mantendo os associados cientes do seu papel. São estes os diferenciais do negócio cooperativo”, destacou.

O coordenador do Conselho Consultivo de Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e presidente da Sicoob Confederação, José Salvino, concorda e acrescenta: “temos uma margem muito grande para crescer, uma média de três mil municípios brasileiros onde não estamos presentes. Ampliar a base cooperativista nas regiões metropolitanas é outro objetivo do movimento, assim como consolidar uma postura sistêmica. A criação do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) é uma prova de que estamos caminhando nessa direção”.  

TECNOLOGIA
A unificação da tecnologia da informação das confederações de crédito foi um dos pontos centrais da palestra de José Luís Barreto, diretor administrativo da Confederação Nacional das Cooperativas Centrais Unicreds (Unicred do Brasil). “Agindo dessa maneira, padronizaremos os sistemas e ganharemos, consequentemente, mais competitividade”, argumentou. A medida também amplia a eficiência do sistema e reduz custos, que passam a ser divididos pelos três principais players do setor: Sicoob, Sicredi e Unicred.

Segundo Manfred Dasenbrock, presidente do Conselho de Administração da Sicredi Participações, o cenário econômico está favorável ao setor. “A partir de um trabalho conjunto entre o Banco Central, a OCB e o Conselho Consultivo de Crédito da OCB (Ceco), já conquistamos vitórias importantes, como a aprovação da Lei Complementar 130/2009. Temos avançado em outros pontos fundamentais como a adoção de novos mecanismos de governança e o acesso às atividades promovidas pelo Sescoop, de formação profissional”, ressaltou. “Para alcançarmos os dois dígitos em ativos financeiros, é preciso que cada cooperativa coloque esse desafio em suas estratégias. Precisamos manter o ser cooperativo e o sermos competitivos no mercado”.   

COGESTÃO
Com foco nas cooperativas da economia solidária, o presidente da Confederação Nacional das Cooperativas Centrais de Crédito Rural com Interação Solidária (Confesol), José Paulo Crisóstomo, defendeu uma aproximação ainda maior com os cooperados. “Temos que estar sempre atentos e adequar os produtos e serviços às necessidades dos associados. Além disso, pretendemos ampliar nossa atuação e investir em um regime de cogestão. Há um ambiente favorável para isso. Contamos com o apoio dos órgãos federais e políticas públicas interessantes”, comentou, referindo-se ao modelo solidário.


 

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