Coosepe investe em projeto piloto para implantação de galinheiro tailandês no sertão pernambucano
Recife, 10/6/2013 - A Cooperativa de Trabalho em Consultoria, Instrutoria, Assessoria e Projetos Técnicos de Pernambuco (Coosepe) iniciou o projeto no final do ano passado com a participação de diversos parceiros. O objetivo da implantação do galinheiro é gerar uma fonte de renda para as famílias participantes como uma alternativa diante das dificuldades existentes no sertão, contribuindo para a diminuição do êxodo rural. O município de Calumbi, localizado a 360 km do Recife, foi o primeiro a receber o projeto, que deve ser implantado ainda, nos próximos meses, em Carnaubeira da Penha e Santa Cruz da Baixa Verde.
O projeto-piloto foi implantado no terreno de um dos membros da Associação Sítio Campos, de Calumbi, e deverá servir de referência para os demais associados. As aves produzidas para abate já estão sendo vendidas ao frigorífico local. A demanda existente no município foi a principal motivadora da implantação do projeto, idealizado pelo cooperado Adailson Machado Freire, engenheiro agrônomo. “Faltava apenas a oportunidade de implantar esse projeto-piloto, quando essa surgiu, fomos atrás”, afirmou.
A Coosepe patrocinou a compra dos materiais para o projeto piloto, assim como possibilitou a orientação para a montagem, coordenada pelo próprio Adailson, que trabalhou de forma voluntária. Ao mesmo tempo em que receberam as orientações, os membros da família beneficiada foram os responsáveis pela mão-de-obra necessária, desde a montagem da estrutura até a plantação do capim para as aves. “Um dos beneficiários já foi convidado pela associação de outro município para ensinar como deve ser feita a montagem do galinheiro tailandês”, frisou o coordenador.
Os resultados do projeto estão sendo avaliados, mas estima-se que haverá uma redução de cerca de 30% no custo de ração, haja vista a alimentação das aves ser complementada com o capim plantado na área destinada à implantação do galinheiro. “Iniciamos este piloto com 100 aves e já pretendemos ampliar o próximo para 180”, frisou Freire. A expectativa é de que as famílias que adotem o galinheiro consigam, com a venda das aves, no mínimo, uma renda bruta de 2 mil reais a cada 120 dias.
O projeto pode ainda ser uma boa alternativa para a população do sertão pernambucano diante da seca. Isso porque, parte do projeto inclui ainda a construção de uma cisterna para armazenamento de água coletada da chuva por meio de canaletas implantadas nas laterais do próprio galinheiro. A capacidade de armazenamento prevista é de 60 mil litros, o que garante água suficiente para as aves e o capim nos períodos de estiagem. Os detalhes necessários para a construção desta cisterna no município de Calumbi serão discutidos ainda esta semana.
O próximo município a receber o galinheiro é Carnaubeira da Penha, que fica a 483 km do Recife, com os trabalhos previstos para iniciar já no próximo mês. Tendo em vista o perfil do município, estuda-se a ideia de implantar um projeto voltado à postura, haja vista os ovos serem caros por serem provenientes de outras cidades. Existe ainda a ideia de, no futuro, desenvolver a mesma técnica do galinheiro móvel em outros municípios desta vez com perus.
Uma outra ideia é firmar futuras parcerias com restaurantes locais, de forma que esses possam fornecer restos de alimentos para complementar a alimentação dos frangos criados por meio do referido modelo. “Por meio desse projeto, fazemos também uma sensibilização mostrando a importância do coletivo, que é o verdadeiro cooperativismo”, afirmou Emicles Souza, presidente da Coosepe, que complementou: “Desejamos fomentar cada vez mais projetos sociais para a melhoria do pequeno agricultor e de suas famílias e tentar organizá-los por meio de cooperativas e associações”.
A Coosepe conta com 83 cooperados e atua com consultoria, assessoria, gestão e treinamento em todo o Brasil. A cooperativa possui uma equipe de profissionais variada, representando um diferencial no suporte e desenvolvimento de projetos como o do galinheiro tailandês. São profissionais da área de gestão empresarial, engenharia agrônoma, apicultura, psicologia, artes plásticas, física, dentre outras. “Estamos incentivando sempre os nossos cooperados a se capacitarem cada vez mais. Pretendemos até 2014 criar um grupo dentre os nossos cooperados especificamente responsável por projetos como esses”, concluiu o presidente.
(Fonte: Sistema OCB/Sescoop-PE)