Desenvolvimento de cooperativas caminha lado a lado à autogestão

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Seminário Nacional de Autogestão para Cooperativas Agropecuárias contou com a participação de representantes de mais de 50 cooperativas do país

Brasília (28/6/16) – Cooperativistas de oito estados brasileiros concluíram hoje sua participação no I Seminário Nacional de Autogestão para Cooperativas Agropecuárias, realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em sua sede, em Brasília, desde ontem. O evento teve por objetivo discutir os benefícios do Programa de Autogestão com foco nos aspectos econômicos, financeiros e sociais (mais conhecido como GDA).

Os estados representados são: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Ceará. O evento contou com a participação dos presidentes José Roberto Ricken (Ocepar), João Nicédio Alves Nogueira (OCB/CE) e, também, dos superintendentes José Aparecido dos Santos (OCB/CE), Leonardo Boesche (Sescoop/PR), Aramis Moutinho Júnior (Ocesp).

HISTÓRIA – “E quando falamos em referenciais comparativos é fundamental termos uma base histórica, onde registramos e acompanhamos a evolução da cooperativa. Isso é gestão de uma cooperativa e ela deve ser tão profissionaliza quanto a das empresas concorrentes. Só desta forma a cooperativa se manterá no mercado. Uma atuação assim é uma quebra de paradigmas.” Francisco Teixeira Neto, especialista da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), durante sua exposição sobre a importância dos referenciais comparativos na busca da excelência na gestão.

DESENVOLVIMENTO – “Esse conjunto de siglas (PDGC, GDA, GDH, FIC e PAGC) traz um padrão de conformidade aos indicadores da cooperativa. Com base neles será possível propor estratégias visando à vantagem competitiva e gerando felicidade aos cooperados. Por isso, convidamos às cooperativas do país, a aderirem ao GDA. Tenho certeza de que, depois de tantas reflexões feitas ao longo desses dois dias de trabalho intenso, será possível perceber indicadores muito mais específicos e alinhados. Isso possibilitará o desenvolvimento do movimento cooperativista brasileiro.” Renato Nobile, superintendente do Sistema OCB, enquanto discorria sobre o modelo de atuação do Sescoop na busca da autogestão.

VISÃO – “Só gerencia quem mede e só mede quem transforma as informações em índices comparáveis. Por isso é tão importante ter dados que nos mostrem como éramos no passado, como agíamos anteriormente, como estamos e onde queremos chegar, afinal de contas, só podemos comparar o hoje com o ontem. E, com base nos números do passado, temos condições de projetar um futuro factível.” José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, enquanto falava sobre o PRC 100, projeto desenvolvido em parceria com as cooperativas paranaenses. 

DIFERENCIAL – “O sistema de autogestão permite que a informação de balanço seja transformada em dado gerencial. Além disso, serve de benchmarking e confere mais transparência à gestão.” Gerson Lauermamm, gerente de Autogestão do Sistema Ocepar, durante a palestra Cenários econômicos – aspecto financeiro – consolidação das aplicações do GDA de todos os estados.

INTEGRAÇÃO – “O sistema de autogestão nos fornece informações propícias para gerir o negócio cooperativo e mostra tudo aquilo que pode ser melhorado. Vale destacar que o objetivo é a integração entre cooperativa, unidade estadual e unidade nacional, visando o fortalecimento do relacionamento e a busca de soluções para o sistema cooperativista brasileiro.” Devair Mem, analista técnico especializado do Sescoop/PR, durante sua palestra sobre a Atuação do GT das Cooperativas do Paraná na defesa e representação.

ENGAJAMENTO
– “Quando falamos em geração de informação de qualidade, o programa de autogestão é de suma importância não só para a cooperativa, mas para todo o movimento cooperativista brasileiro. Para além disso, é fundamental que os cooperados se sensibilizem e estejam abertos a esse processo. É por isso que é necessário trabalhar fortemente pela educação do corpo técnico e das lideranças cooperativistas da nossa base.” João Nicédio Alves Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE.

CASOS DE SUCESSO

LAR – O presidente da cooperativa LAR, Irineo da Costa Rodrigues discorreu sobre a prática de liderança e governança, voltas à transparência dos resultados. Ele contou um pouco da história da cooperativa, da importância da organização do quadro social para a tomada de decisão que resultou na ampliação da carteira de produtos e até da marca da cooperativa. Atualmente, a LAR conta com mais de 8,75 mil empregados. Deste total, 1451 postos de trabalho foram gerados entre 2014 e maio deste ano. E 67% estão lotados nas indústrias da cooperativa. No ano passado, seu faturamento foi de R$ 4 bilhões, sendo que 22% deste total provêm de exportações para mais de 30 países. A previsão é de que o faturamento cresça 27% neste ano.

COCAMAR – O gerente executivo da Cocamar, Guilherme de Sousa Valente, falou sobre a prática de processos econômicos financeiros com a melhoria de gestão. Ele começou sua fala mostrando alguns números da cooperativa, como o faturamento de R$ 3,3 bilhões e a área de atuação compreendida por parte dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Seus principais produtos são o óleo de soja, café, néctares, sucos e álcool em gel. Ele explicou que, de acordo com a base histórica da Cocamar, a cada cinco anos a cooperativa dobra de tamanho, o que deve continuar, considerando que desde 2014 a assembleia geral votou pela contratação de profissionais para ocupar as funções da diretoria executiva.

BANCO DO BRASIL – A palestra magna do evento foi proferida pelo gerente executivo de Negócios com Cooperativismo do Banco do Brasil, Guinter Knaack. Ele discorreu sobre a expectativa do agente financeiro para a realização de financiamento às cooperativas, considerando aspectos como governança, gestão e indicadores econômicos e financeiros.

Segundo ele, o trabalho de análise de risco das cooperativas feito pelo banco começou em 1988. De lá pra cá, muita coisa foi alterada no processo. Para se ter uma ideia, atualmente 2,8 mil cooperativas brasileiras possuem contratos de financiamento com o banco e cada dia mais este público tem sido foco do Banco do Brasil, especialmente considerando a taxa de inadimplência: 0,55%, o que, para a instituição financeira, é um excelente indicador.

“Dentro deste universo, é fundamental destacar que temos uma análise de risco acurada e que nos permite constatar indicadores econômicos e financeiros que garantem as operações de crédito. Além disso, também analisamos quesitos como governança, plano de negócios e diversificação. É por isso que um dos melhores programas de gestão do cooperativismo é o GDA”, avalia.

Ele relatou, ainda, que a avaliação de desempenho das cooperativas foi 25% melhor na comparação entre os anos safra 2014/2015 e 2015/2016.

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