Diretor-geral da Itaipu Binacional elogia atuação das cooperativas
Brasília (22/3/17) – Em maio próximo, Jorge Samek completa 62 anos de vida, 14 dos quais na função de diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, maior geradora de energia elétrica do mundo – produziu 103 milhões de kilowatts em 2016. Os principais feitos de sua gestão incluem, além de recorde de geração de energia, reconhecimento internacional por projetos voltados à sustentabilidade e desenvolvimento da região oeste do Paraná. “Se, antes de 2003, a missão de Itaipu era apenas gerar energia, naquele ano passou a ser mais ampla: gerar eletricidade de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, tudo de forma sustentável”, afirmou Samek, em entrevista à revista Paraná Cooperativo deste mês. Confira:
Pode falar um pouco sobre o Programa Oeste em Desenvolvimento?
Jorge Samek - Este programa é uma iniciativa que será referência no Brasil e no mundo por promover a organização de interesses para o desenvolvimento local. Ele nasceu da confluência de interesses, veio para desatar nós. Isso tudo acontece através do Oeste em Desenvolvimento, ação que coloca os interlocutores numa mesma mesa, discutindo projetos viáveis e resolvendo possíveis gargalos que impedem de crescermos ainda mais.
Qual o papel das cooperativas da região nesse programa?
Jorge Samek – A coluna vertebral do Programa Oeste em Desenvolvimento tem como referência as cooperativas. Empreendimentos que tão bem planejam seu futuro. Aprendi muito com as lideranças das cooperativas da região. Sento com os presidentes e eles me mostram onde vão investir, como, quando e por quê. Tudo minuciosamente planejado. E isso não é algo de agora. Vem há tempos, desde o início do cooperativismo no estado, sob a coordenação da Ocepar.
Esse programa pode ser replicado em outras regiões do estado? Itaipu apoiaria?
Jorge Samek - Não só pode, como deve. O processo aqui vai de- mandar cerca de 5 anos de trabalho. Não estamos inventando a roda. No norte da Espanha e da Itália foram constituídos projetos de desenvolvimento local. Pegaram o que existia de melhor e foram aplicando. Tudo na vida pode ser copiado e melhorado. Acho que, com esse programa, vamos deixar um legado que servirá de modelo para outras regiões, não só do estado, mas do Brasil.
Como o senhor avalia a atuação das cooperativas no oeste do Paraná?
Jorge Samek - Quando assumi, peguei uma fase espetacular que foi a metamorfose experimentada pela região oeste. A transformação da proteína vegetal em animal, ou seja, a agroindustrialização com agregação de valor promovida pelas cooperativas, que são as locomotivas de todo o processo de desenvolvimento da região. Qualquer pessoa que escrever sobre a história do oeste paranaense e não dedicar muitas páginas com letras brilhantes para a organização cooperativista, estará negando a verdadeira história. A região teve o privilégio de ver crescer a difusão do conhecimento, através das universidades. O grande salto foi a agroindustrialização que mudou toda a região, onde toda a renda gerada fica aqui mesmo, afinal, as cooperativas são empresas locais e que distribuem riquezas onde estão instaladas, verdadeiros empreendimentos sustentáveis e bem administrados, exemplo não só para o Brasil, mas para o mundo.
Qual foi o principal desafio à frente de Itaipu?
Jorge Samek - O desafio constante é fazer de Itaipu uma empresa cidadã e responsável, que verifica e analisa os problemas na região onde atua e chama para si a responsabilidade de achar a solução. Mas digo uma coisa, não fizemos nada sozinhos, sempre em parceria com as cooperativas da região que atenderam nosso chamado e nos apoiaram. Foi isso que viabilizou o Oeste em Desenvolvimento e a orientação do nosso território e a aplicação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que justificaram a vinda por duas vezes a Itaipu, do sr. Ban Ki-moon, então Secretário Geral da ONU. Quero ressaltar a integral colaboração da diretoria e conselho de administração paraguaios, cuja atuação contribui para que aquele país viva o seu melhor momento na história.
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