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Com a presença de 210 lideranças femininas de 13 cooperativas paranaenses, além de delegações do Espírito Santo e do Mato Grosso do Sul, teve início, na manhã desta quinta-feira (16/5), o 8º Encontro de Lideranças Femininas (Elicoop Feminino), no Museu da Imigração Holandesa, na Colônia Castrolanda, em Castro, região paranaense dos Campos Gerais. Participaram da abertura, o presidente da Castrolanda, Frans Borg, membros da diretoria, o superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o gerente de Desenvolvimento Humano do Sescoop/PR, Leonardo Boesche, e as representantes da Comissão de Mulheres da cooperativa anfitriã, Elsa Kugler e Elizete Telles Petter. O evento é promovido pelo Sistema Ocepar, com a coordenação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR). Destinado a cooperadas, filhas e esposas de cooperados que fazem parte do quadro social das cooperativas paranaenses, nesta edição, está contando também com representantes do cooperativismo capixaba e sul-matogrossense, que vieram conhecer o Elicoop Feminino.
História de vida - Elizete Petter fez questão de contar um pouco da sua história de vida e de cooperativista. Casada, 50 anos, tem dois filhos adultos e dois netos e se considera uma pessoa abençoada por Deus, por ter uma família e uma propriedade que gera renda para todos e uma cooperativa a qual defende e briga por ela. “Confesso que não foi por acaso que participo hoje do cooperativismo, fui criada na cidade e meus pais e irmãos não viviam no campo. Quando casei com um produtor é que me deparei com esta vida de produtora. Nunca havia participado de forma ativa nos negócios. Em 1995, por conta de dificuldades da empresa de máquinas que possuíamos, decidi arregaçar as mangas e ajudar meu marido, foi quando me associei a Castrolanda como produtora de suínos e de grãos. Passei a conhecer esta filosofia chamada cooperativismo e que me encantou muito. Sempre tive fé em Deus e tenho por mim que podemos aprender sempre e modificar nossas vidas através do trabalho. Exatamente numa época em que não era comum mulher participar das reuniões da cooperativa, um senhor me questionou sobre produção, o que iria plantar, quanto em que época e vi que não sabia nada e com aquelas perguntas dele me fez buscar as respostas e foi quando passei a frequentar mais a cooperativa e aprender”, disse.
Nesta sua trajetória dentro da cooperativa, Elizete já ocupou por quatro vezes o Comitê de Suinocultores e do Conselho Fiscal da cooperativa e hoje faz parte do Conselho Estratégico da Castrolanda e disse que a forma com que a cooperativa está organizada ajuda muito para que os cooperados participem da sua vida. “Quero que minha simples história de vida, sirva de exemplo para outras mulheres para que também procurem seus espaços e busquem seu reconhecimento. Graças a Deus aqui tive apoio para participar e por isso fui a primeira mulher a fazer parte do Conselho da cooperativa e hoje devo a ela e aos homens que estão na cooperativa que me deram apoio e me incentivaram a participar, por isso estou aqui hoje”, destacou Elizete.
Trabalho, cooperação e fé - Em seu pronunciamento, o presidente da Castrolanda ressaltou que a construção da cooperativa se deve a muito trabalho, cooperação e fé. "Somos prova de que, para Deus, tudo é possível. Somos hoje 754 cooperados que produzem leite, carne e grãos e estamos investindo em agroindústria para agregar mais valor à atividade", disse Frans. Ainda de acordo com ele, a Castrolanda também atua com foco em questões sociais e ambientais, sem perder de vista o econômico. “Nosso planejamento estratégico baseia-se na transparência mas, para buscá-la, precisamos nos dedicar à ética, à criatividade, à valorização do cooperado das pessoas, com compromisso, liderança e união.Nossa missão é gerar valor ao cooperado, mantendo o desenvolvimento sustentável da cooperativa. Estamos aqui para gerar conhecimento, dentro dos princípios da cooperação”, acrescentou. Frans também disse que, se as pessoas se juntam para cooperar, porque não as cooperativas também cooperarem entre si para fazerem mais individualmente pelos seus cooperados.
Desafios - O superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, que também falou durante a abertura do evento aproveitou para fazer um desafio às presentes: “gostaria que aproveitassem a oportunidade para observar o que esta região tem de diferente de onde vocês vieram, o que podem levar como ensinamentos para suas cooperativas. Estamos numa região onde estão localizadas três cooperativas de origem holandesa e que atuam de forma integrada, conhecido por modelo ABC, exemplo de integração em prol do cooperativismo e da intercooperação”, disse.
O dirigente também fez questão de lembrar que o Elicoop é um dos eventos mais importantes que o Sistema Ocepar apoia por saber que dele nascem lideranças cooperativistas. “Os exemplos são muitos e aqui na Castrolanda posso citar a Elsa e a Elizete que falaram para vocês nesta ocasião também. Por isso eu sempre digo, não basta apenas vir e participar, é preciso voltar e dividir com outras pessoas o que iremos aprender nesses dois dias e muito mais do que participar, precisamos viver o cooperativismo, levar ideias que promovam mudanças que venham contribuir para o desenvolvimento do cooperativismo nas suas regiões e no estado”, destacou.
Cooperativismo – Ricken também apresentou alguns indicadores do cooperativismo paranaense e disse que o trabalho realizado pelas mulheres dentro do sistema, também tem contribuído para esses resultados. “Em 2012 atingimos uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 38,5 bilhões, mais do que o orçamento do próprio governo do estado, nossas cooperativas receberam cerda de 60% de tudo que é produzido pela agropecuária no Paraná e nós não recebemos mais por falta de infraestrutura. Precisamos investir mais para continuarmos crescendo e nossos governos também tem que fazer o seu papel investindo mais em logística para que possamos nos desenvolver e gerar mais empregos”.
Ricken também frisou que as cooperativas tem a missão de, “além de organizar as pessoas economicamente para que tenham renda e se desenvolvam com independência, prepará-las cada vez mais, através do conhecimento para que também possam ter qualidade de vida para elas e seus familiares e cresçam e sejam felizes”. Ao falar da importância das cooperativas no Paraná, Ricken citou algumas cidades paranaenses, onde as cooperativas são as principais geradoras de emprego, renda e de impostos. “O que seriam de muitas dessas cidades se nossas cooperativas lá não estivessem?”, questionou ele.
Programação – Nesta quinta-feira, as mulheres participam de atividades coordenadas pela Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur), com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre o cooperativismo. O conteúdo será trabalhado nas oficinas que serão realizadas nesta sexta-feira. A programação do último dia do Elicoop Feminino contempla ainda a apresentação da palestra com tema “8 ou 80 - O autoconhecimento como competência”, por Branca Barão.
(Fonte: Sistema Ocepar)
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