ENTREVISTA DA SEMANA: Joaquim Guilherme Barbosa de Souza

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A solidariedade é contagiante, afirma presidente do Sistema OCB/GO

Brasília (20/7/16) – Há um ano à frente do Sistema OCB/GO, o economista e cooperativista Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, também presidente da Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos (Complem), não tem dúvidas de que, apesar dos grandes desafios que estão pela frente, o setor tem muito a comemorar. Neste período, fruto da continuidade do trabalho daqueles que o antecederam somado ao esforço e atuação da atual gestão da unidade goiana, pleitos antigos foram atendidos e outros encaminhados. O assunto foi pauta da Revista Goiás Cooperativo (edição nº 12). Joaquim Guilherme faz um balanço de sua gestão, das vitórias obtidas e da preparação para as comemorações das seis décadas de existência da OCB/GO. Confira a seguir.

Investimento na profissionalização e conhecimento: como o senhor entende a necessidade dessa formação?

É fruto da boa comunicação. Na medida em que você demonstra que somos empresas e que devemos concorrer num mercado competitivo, fica claro que temos de ter eficiência e nos despertar, cada vez mais, para a necessidade de formação profissional. Hoje, é inadmissível que uma cooperativa não se preocupe em ter pessoas capacitadas em seus quadros. Então, na medida em que você mostra isso, por meio de uma comunicação bem feita, a demanda ocorre.

Nós já estávamos há alguns anos tentando formar grupos de MBAs e não conseguíamos. Temos, nesse ano, três turmas – 120 profissionais de cooperativas – estudando Gestão Cooperativa. Acredito que daremos um salto de qualidade na administração das cooperativas e que não vai ficar só aí. A partir de agora, vamos sempre formar novas turmas. Sem falar nas centenas de treinamentos e nas capacitações que são feitas aqui e nas cooperativas, patrocinadas pelo Sescoop/GO.


Ainda existem muitas cooperativas que precisam se profissionalizar? Como o senhor avalia a situação atual?

Sim, ainda existem, principalmente em ramos que estão sendo iniciados. Mas acredito que quem faz o desenvolvimento é a própria concorrência. Na medida em que você tem um ramo competitivo, para conseguir permanecer nele, terá de se profissionalizar. Imagine o setor de crédito: se ele não se profissionalizar, não oferecer serviços iguais ou melhores que a rede bancária, não sobrevive.

Em outros setores, em que a competição também é grande, é claro que as cooperativas precisam se desenvolver. Quando você pega o ramo agropecuário, o mais antigo do cooperativismo brasileiro, temos alguns Estados com a força muito grande nas cooperativas agrícolas, incluindo Goiás. Hoje, quase metade dos grãos de Goiás, em um momento ou outro, passa por uma cooperativa.


Algumas cooperativas do interior se juntam para a realização de serviços e ações. Esse é um movimento desejável, incentivado?

A solidariedade é contagiante. Na medida em que você vê pessoas colaborando, dificilmente consegue ficar passivo. Por isso, acredito que a cada ano o número de cooperativas no Dia C tende a aumentar. Quando as cooperativas e as pessoas que participaram do Dia C veem o resultado das suas ações, que depois é publicado em um livro com o trabalho de todos, aqueles que não tiveram oportunidade de participar da campanha passam a ter a vontade de fazê-la também. Assim, os trabalhos de pequenos vão se somando e transformando todo um cenário. Outra questão que temos insistido muito é que, a cada novo encontro, há troca de ideias, de informações. Então, todas as vezes em que se reúne várias cooperativas, a intercooperação começa a crescer ali também.


O país vive uma crise, mas o senhor sempre fala em oportunidade. Qual seu conselho às cooperativas para enfrentar esse período?

Quando você está com um problema muito grande e ele é seu, pode ser que, em determinado momento, não encontre a saída. Quando se trabalha num sistema em que há várias cabeças, umas ajudam as outras. A saída está na soma das ideias, por isso que o cooperativismo é muito importante. O país está em crise? Está. Vai passar? Vai. Vai levar quanto tempo? Não sei, mas vai passar.

A gente precisa estar preparado para o momento de crise e para o momento que a crise passar. Claro que você reduz certos riscos, procura ser mais eficiente, cortar gastos que até então achava necessários. Você se adapta à realidade, mas a vida continua. Nós moramos num País em que há de tudo, com riquezas naturais imensas. E no cooperativismo, via de regra, não vemos falar em escândalo, mesmo as cooperativas fazendo o que fazem, com tamanha participação no mercado. Isso porque existe confiança.

Então, nos momentos de dificuldade é que você cresce no cooperativismo, porque existe ali a confiança. Se está ruim, não é só para mim, mas para todos. Então, uns ajudam os outros. Quando a situação está ruim, se você se fechar, aí que as coisas não consertam.

Clique aqui para ler a entrevista na íntegra (avance até a página 10)

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