Felicidade como estratégia de gestão
Em busca de um índice de felicidade cooperativista, Sistema OCB desenvolve uma nova ferramenta para mensurar o bem-estar e a qualidade de vida
Brasília (30/1) – Independente do tamanho, diversas empresas e organizações ao redor do mundo têm se deparado com uma nova ferramenta estratégica de gestão: a felicidade. Estamos falando da implementação do indicador Felicidade Interna Bruta, também conhecido como FIB. Há, inclusive, estudos que confirmam cientificamente que colaboradores engajados com os objetivos da empresa são os mais produtivos e isso reforça a adoção de políticas de bem-estar e indicadores formais de felicidade nas empresas.
O assunto foi o destaque da edição deste mês de uma das mais conceituadas revistas da área de Recursos Humanos no Brasil: a Melhor Gestão de Pessoas, editada pela Associação Brasileira de RH. A reportagem traz, dentre outros exemplos, o caso de sucesso da empresa Google, uma referência quando se trata de estimular o colaborador a produzir com criatividade e ousadia.
A FIB é uma integração dos desenvolvimentos material, espiritual e cultural dos indivíduos. Assim, ela se baseia em nove variáveis: bem-estar psicológico (autoestima, estresse, etc.), saúde (políticas de saúde, hábitos que melhoram ou prejudicam a saúde), uso do tempo (tempo utilizado para o lazer, família, amigos, etc.), vitalidade comunitária (basicamente é o nível de interacionismo com a sociedade em geral), educação, cultura (avalia as festas, oportunidade de desenvolver atividades artísticas, etc.), meio ambiente (percepção da população em relação à qualidade do ar e da água, como também o acesso a parques e áreas verdes), governança (representação social da população em órgãos públicos nas esferas do executivo, legislativo e judiciário; como também sua postura como cidadão) e, por último, padrão de vida (renda familiar, dívidas, qualidade de moradia, etc.).
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COOPERATIVISMO – Aqui no Brasil, os exemplos de organizações que já perceberam que um colaborador feliz está sempre motivado e, por isso, traz mais resultados diretos e indiretos à empresa, têm crescido bastante. E nesse pool, está o Sistema OCB que tem atuado fortemente para concluir o desenvolvimento do derivado do FIB: o Felicidade Interna do Cooperativismo (FIC), que deverá ser implantado nas cooperativas brasileiras em breve.
A edição nº 15 da revista Saber Cooperar também aborda a questão da Felicidade aplicada ao movimento cooperativista brasileiro. A reportagem afirma que, para especialistas em gestão, a felicidade é uma poderosa ferramenta de inovação e competitividade no mundo corporativo. Segundo os estudiosos, aponta a revista, “um indivíduo saudável, satisfeito com seus objetivos e socialmente ativo é feliz e tende a ser mais produtivo.”
Uma reportagem na versão brasileira da revista Harvard Business Review afirma: “Novas descobertas na neurociência, na psicologia e na economia tornam absolutamente claro o elo entre pessoas felizes no trabalho e melhores resultados empresariais”.
Estudo elaborado pela especialista em recursos humanos Jessyca Price-Jones, no livro Happyness at work (A felicidade no trabalho, em tradução livre), aponta que felicidade é um assunto a ser levado a sério. Ela demonstra que os empregados felizes têm mais sucesso, eficiência e saúde, indicativos de peso em qualquer aferição.
“Se IDH ou PIB não dão uma dimensão adequada do bem-estar das pessoas, então temos que buscar outro índice, e esse o cooperativismo está preparado para fazer, porque é dos seus valores a preocupação com a comunidade”, avaliou, em outubro de 2013, Roberto Rodrigues, embaixador especial da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
O FIC, atualmente em fase de aplicação piloto, pretende atingir cooperativas de todos os ramos e regiões do país. Até agora, já foi implantado nas seguintes cooperativas Sicoob Manaus e Uniodonto (no Amazonas), Credicom e Capal (em Minas Gerais), Cooperdoca (no Pará), Copacol, LAR e Sicoob Metropolitano (no Paraná) e Coopermota e Unimed Lins (em São Paulo). O lançamento oficial deve ocorrer ainda neste ano.
IMPLANTAÇÃO – O FIC foi moldado pelo Comitê Nacional de Promoção Social, composto por representantes da unidade nacional do Sescoop e das cinco regiões brasileiras. Maria Eugênia Ruiz, gerente de Desenvolvimento Social do Sescoop, explica que o instrumento foi construído para mensurar o bem-estar e a qualidade de vida dos cooperados, dirigentes e funcionários das cooperativas, assim como da comunidade onde está inserida.
O ponto de partida é um questionário, composto por 97 itens que abrangem as nove dimensões do FIC, nas quais se incluem, entre outras, padrão de vida, educação, saúde, meio ambiente e vitalidade comunitária.
“O objetivo do diagnóstico é levantar e interpretar os dados apurados junto ao grupo, propondo alternativas para se estabelecer um equilíbrio, a fim de gerar impactos positivos nos campos pessoal e profissional e, por consequência, nos resultados da cooperativa”, afirma Eugênia.
PÚBLICO-ALVO – O indicador Felicidade Interna do Cooperativismo (FIC) é aplicável a qualquer ramo de cooperativa, independentemente da região, do tipo de negócio ou do público-alvo – dirigentes, cooperados, funcionários e comunidade. A participação no piloto é voluntária, sendo todo o processo coordenado pelas próprias cooperativas, com suporte das unidades estaduais do Sistema OCB.
Para aplicação do projeto-piloto, foi elaborado um manual de implantação e solicitado o registro da marca no INPI. O resultado vai gerar os últimos ajustes para que a ferramenta seja implementada. Todas as respostas são confidenciais, sendo que o respondente terá uma devolutiva individual. O resultado coletivo representará o índice de felicidade da cooperativa.
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