FGCoop realiza fórum para discutir o monitoramento das cooperativas de crédito
Evento ocorreu em Brasília e contou com a participação de representantes dos bancos cooperativos, confederações e cooperativas centrais, do Sistema OCB e do Banco Central do Brasil
Brasília (17/5) – O Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) vem produzindo relatórios internos sobre o grau de risco de descontinuidade das cooperativas singulares captadoras de depósitos, desde junho do ano passado. O trabalho é realizado graças à implantação de uma nova atividade: o monitoramento das cooperativas associadas, responsável pelo acompanhamento do setor, com os objetivos de antecipar a detecção de problemas e ajudar a promover soluções sistêmicas.
Por isso, o Conselho de Administração do Fundo realizou hoje, em Brasília, o primeiro Fórum FGCoop de Monitoramento de Cooperativas de Crédito. O evento teve a participação de representantes dos bancos cooperativos, das confederações, das centrais, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), e, também do Banco Central do Brasil. O fórum contou ainda com a contribuição internacional do gerente técnico de Administração de Reservas do Fundo de Garantias de Entidades Cooperativas da Colômbia (Fogacoop), Cesar Augusto Avendaños Morales, e do diretor da Confederação Alemã de Cooperativas no Brasil, Matthias Knoch.
PROTAGONISMO – Durante a abertura do evento, o presidente do Conselho de Administração do FGCoop, Manfred Alfonso Dasenbrock, fez questão de destacar que o fortalecimento da visão prudencial do FGCoop foi um dos passos decisivos para o reconhecimento do protagonismo setorial.
“Ampliamos a equipe e contratamos um novo diretor para cuidar especificamente do monitoramento das cooperativas associadas. Desde então, produzimos estudos e análises que identificam, periodicamente, o grau de risco de todas as cooperativas captadoras de depósitos associadas. Essas informações não somente aumentam a transparência do setor como ajudam a antecipar uma eventual ocorrência de problemas e facilitam a gestão de riscos do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC)”, argumenta Dasenbrock.
PERENIDADE – Para o presidente eleito do Conselho de Administração do FGCoop, Bento Venturim, o fórum desta terça-feira representa um importante passo rumo à sedimentação do tão desejado Fundo Garantidor. “Uma das razões para esse monitoramento é que a missão do FGCoop e a do Banco Central do Brasil equiparam-se, em parte: assegurar um sistema financeiro sólido. Isto quer dizer que é preciso trabalharmos para que as cooperativas de crédito, no Brasil, sejam perenes. E, uma forma de fazer isso é assegurar a credibilidade delas. Com o FGCoop, podemos oferecer as mesmas garantias que o Fundo Garantidor de Crédito oferece aos clientes dos demais integrantes do Sistema Financeiro Nacional”, avalia Venturim.
SUCESSO – O diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero de Moraes Meirelles, ressaltou que o sucesso do FGCoop e, também do SNCC é obra de muito trabalho que envolve desde a regulação promovida pelo Banco até a gestão eficiente das cooperativas de crédito, um trabalho longo que começou há muitos anos. Segundo ele, por atuarem em um mercado onde a confiança é uma das principais moedas, o FGCoop oportuniza o desenvolvimento sustentável das cooperativas de crédito.
“Sem dúvida alguma, o FGCoop serve como um selo de qualidade para o cooperativismo de crédito diante da população brasileira. É importante reconhecer que o cooperativismo tem sido um forte aliado da economia nacional e é, certamente, um contribuinte indispensável para a retomada do crescimento do país”, afirma o diretor.
Meirelles também destacou a contribuição do cooperativismo de crédito para A bancarização no país. “O SNCC é uma importante parte do SFN, pois atua em nichos específicos de mercado e opera onde nenhuma outra instituição está presente, constituindo-se em uma ferramenta de inclusão financeira fundamental. Além disso, com o apoio das cooperativas de crédito, a população brasileira tem mais uma porta de entrada ao Sistema Financeiro Nacional”, comenta Meirelles.
REALIDADE - Segundo o diretor executivo do FGCoop, Lúcio César de Faria, a grande presença de participantes no Fórum de Monitoramento mostra que o Conselho de Administração está no caminho certo, rumo à consolidação do Fundo e, também, à do SNCC. Além disso, ele fez questão de explicar que a fim de buscar conhecer as particularidades de cada sistema cooperativo e seus níveis de organização vertical, uma equipe do FGCoop tem realizado, desde setembro do ano passado, uma série de visitas técnicas às confederações e a dez centrais. “O que pretendemos é conhecer de perto as principais ferramentas de gestão e os modelos de classificação de riscos, processos de monitoramento, controles internos e auditorias”, explicou Faria.
CONFIANÇA – O superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Renato Nobile, disse que o Fórum FGCoop de Monitoramento reforça a ideia de que o cooperativismo oferta confiança à economia brasileira, especialmente, quando as cooperativas pautam suas ações nos princípios e valores cooperativistas. Ele também agradeceu ao Banco Central, pelo empenho em sempre compreender as causas do setor econômico materializado pelo cooperativismo.