Ganhadora do prêmio Nobel destaca cooperativismo como alternativa

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Os estudos sobre o uso cooperativo de bens comuns realizados pela economista política e cientista social Elinor Ostrom fizeram com que ela se tornasse a primeira mulher a ganhar o Nobel de Economia. O prêmio foi dividido com o economista Oliver Williamson, que também estuda estruturas de governança para resolver conflitos de interesse. Elinor é professora e pesquisadora da Universidade do Arizona (EUA).

Ela desafiou a teoria tradicional de que as propriedades comuns, como os recursos naturais, são mal administradas e deveriam ser ou reguladas por autoridades centrais ou privatizadas. De acordo com a Academia Real de Ciências da Suécia, responsável pela entrega do Nobel, a pesquisadora norte-americana demonstrou como as propriedades comuns podem ser gerenciadas com sucesso por associações de usuários. O estudo premiado teve como base as cooperativas madeireiras e de pesca dos Estados Unidos.

Science - Em um dos seus mais recentes trabalhos publicado na revista Science, em julho, ela cita estudos de diversos campos de conhecimento que chegaram à conclusão de que algumas políticas governamentais aceleram a destruição dos recursos, enquanto que, por outro lado, alguns usuários de recursos investem tempo e energia para alcançar a sustentabilidade.

Com base em diversos estudos sobre como pessoas comuns e funcionários públicos tentam solucionar problemas difíceis relacionados ao gerenciamento de recursos naturais, como estoques pesqueiros, pastagens, madeira e água, Elinor observou que, quando trabalham em conjunto, eles desenvolvem mecanismos sofisticados para tomar as decisões e lidar com conflitos de interesse, construindo uma rede de confiança e respeito, o que os levam as soluções.

Variáveis - A cientista, que é diretora fundadora do Centro de Estudos de Diversidade Institucional na Universidade do Arizona, identificou as 10 maiores variáveis que influenciam um grupo a se organizar para fazer sacrifícios agora e se tornar sustentável ou não: tamanho do sistema de recursos, produtividade dos recursos, previsibilidade da dinâmica do sistema, mobilidade das unidades de recursos, número de usuários, liderança e empreendedorismo, normas e capital social, conhecimento de sistemas sócio-ecológicos e modelos mentais e a importância do recurso.

Pronunciamento - Os estudos feitos pela ganhadora do Prêmio Nobel de Economia foram ressaltados pelo deputado Odacir Zonta em pronunciamento no Plenário da Câmara Federal, na última terça-feira (13/10), em Brasília. "A tese defendida pela professora Elinor Ostrom vai ao encontro à demonstração de que o caminho para organizar as economias, independente de vir da economia privada ou do Poder Público, é o cooperativismo.

Ela defendeu a tese do processo de autogestão e da intercooperação para poder superar dificuldades em todos os sentidos. Por isso, a nossa homenagem à vencedora e ao cooperativismo mundial", disse o parlamentar, que também integra a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). (Fonte: Ocepar)

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