Goiás cria mais 2.968 empregos

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Goiânia (15/9) – O mercado de trabalho em Goiás fechou o mês de agosto com saldo positivo de contratações com carteira assinada. Foram 2.968 postos a mais, um crescimento de quase 11% sobre o mesmo período do ano passado (no País, houve queda de 20,5%). Dois setores praticamente sozinhos foram responsáveis pela evolução – serviços, com 1.449 vagas, e comércio, com 1.063. Isoladamente, os dados apontam evolução, mas devido à conjuntura econômica nacional, que já recua há seis meses, o resultado é o terceiro pior em 12 anos.

Considerando o acumulado do ano, o saldo de 9.418 novos postos representa uma queda de 17% entre janeiro e agosto. Em 12 meses, o recuo é ainda maior: 46%. Segundo a presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg), Helenir Queiroz, o desempenho do Estado muito acima do nacional é importante, mas não pode ser comemorado. Afinal, a instabilidade política e econômica pela qual passa o País gera imprevisibilidade para os empresários, que estão segurando os investimentos.

“A grande pergunta é: Goiás vai conseguir repetir os números de crescimento nos próximos meses? Neste momento, o empresário não tem feito investimentos. E contratações você faz para ampliar o negócio. Se ele não está seguro do cenário, pode ser que vá continuar pisando no freio na criação de novos empregos a partir de agora”, destaca Helenir.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Goiás (Sindilojas), José Carlos Palma, o consumo, que já está desacelerado, afetando as vendas, pode ser ainda mais prejudicado no segundo semestre. Na análise do presidente, é possível que, após as eleições, algumas demandas que estavam represadas possam ser assumidas, como reajuste de tarifas públicas e aumento de juros. “Isso poderia refletir diretamente nas vendas de Natal (queda).”

O reflexo dessa instabilidade já afeta, por exemplo, as contratações de trabalhadores temporários para o fim de ano. Conforme Palma, o número de vagas deve ser entre 20% e 25% menor este ano, em relação a 2013, além de serem adiadas de setembro para outubro.

SETORES – Dentro do segmento de serviços, que teve o maior saldo de empregos formais em Goiás no mês de agosto, as atividades de ensino foram as que mais geraram novos postos (639 vagas). Segundo o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe), Flávio Roberto de Castro, o desempenho do setor está ligado à contratação de professores principalmente nas instituições de ensino superior, cursinhos preparatórios de concurso e pré-vestibulares.

No que diz respeito à prestação de serviços de alimentação, hospedagem, reparação e manutenção (579 vagas), a evolução estaria ligada à realização de eventos em Goiânia, influenciada pela reforma do Autódromo de Goiânia, afirma Helenir Queiroz. “Rali dos Sertões e a Corrida do Milhão (Stock Car) movimentaram muito a cidade e geraram muita demanda para restaurantes e hotelaria”, avalia.

A jovem Maria da Conceição Costa de Carvalho Silva, 20 anos, se mudou de Brasília, onde trabalhava de frentista, para Goiânia há poucos meses e, logo conquistou sua vaga como atendente em um estabelecimento que vende açaí no shopping. Para ela, não foi difícil obter a chance, já que conhecia uma pessoa interna na empresa. Mesmo sem experiência no ramo, conquistou a vaga, ganhando melhor, e têm expectativas de crescer dentro da empresa.

A gerente de Recursos Humanos da Flávio’s Calçados, Edna Mequita diz que, na contramão da economia, a empresa contratou 15% a mais de pessoas este ano, abriu mais lojas e aumentou o tíquete médio. Ela diz que a melhoria se deve à adoção de uma postura diferenciada da empresa, focando no engajamento dos funcionários e na fidelização dos clientes. “Nossa rotatividade baixou em 11%”, frisa.

“Os lojistas estão segurando mais seus funcionários e dispostos a pagar mais por isso. Mas, para isso, os empregados terão de se qualificar”, enfatiza José Carlos Palma.  (Fonte: O Popular)

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