GT do CECO debaterá nova segmentação das cooperativas de crédito

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CECO também discutirá sobre a Consulta Pública nº 48, que trata da entidade de auditoria cooperativa

Brasília (8/9) – A segmentação das cooperativas de crédito em três categorias (plenas, clássicas e de capital e empréstimo), anunciada pelo Banco Central do Brasil há pouco mais de um mês será avaliada pelos integrantes do Grupo Técnico do Conselho Consultivo do Ramo Crédito do Sistema OCB (CECO), durante reunião marcada para amanhã. A intenção é promover uma rodada de discussão sobre as alterações inseridas pela Resolução nº 4434/15.

O enquadramento será realizado com base nas informações de balancetes já apresentados ao banco. Segundo o normativo, as cooperativas serão enquadradas nas categorias plena (que podem praticar todas as operações), clássicas (que não podem ter moeda estrangeira, operar com variação cambial e nem com derivativos – instrumentos do mercado futuro – entre outros) e as de capital e empréstimo (que não poderão captar depósitos, sendo seu "funding" apenas o capital próprio integralizado pelos associados). Quando a cooperativa receber a indicação de sua categoria terá um prazo de 90 dias para concordar ou solicitar a revisão da classificação.

AMANHÃ – Este é apenas um dos assuntos que demandará a atenção dos integrantes do GT do CECO que também discutirão assuntos diversos ligados às estratégias de expansão do ramo. Na quarta-feira, dia 10/9, será a vez de os membros da Coordenação do CECO realizarem sua reunião.

Dentre os assuntos constantes da pauta estará a consulta pública nº 48/2014, que pretende instituir Entidade de Auditoria Cooperativa com escopo especializado, de natureza universal (alcançando todas as cooperativas de crédito singulares, filiadas ou não) e que operará em escala para produzir trabalhos com a qualidade demandada pelo segmento.

Entre outras atividades, a Auditoria Cooperativa abrangerá a verificação das informações contábeis e financeiras, do cumprimento dos dispositivos legais e regulamentares e da qualidade na gestão das cooperativas centrais de crédito.

O modelo prevê, ainda, que esse serviço deverá ser realizado por Entidade de Auditoria Cooperativa (EAC). Espera-se com isso permitir maior especialização e integração da Auditoria Cooperativa com as atividades de supervisão desempenhadas pelo Banco Central.

A minuta de resolução permite a integração entre a auditoria interna e a externa (cuja periodicidade, nesse caso, se reduz), formando na sua conjugação a “auditoria cooperativa”, medida que induz à racionalização dos dois blocos de atividades.

SOBRE O SETOR – O cooperativismo de crédito se constituiu com a importante missão de ser instrumento de organização econômica da sociedade. O que se propõe não é o lucro, mas a inclusão financeira de milhões de pessoas no mundo, independentemente da origem, atividade econômica ou classe social. Ao longo do tempo, conquistou a confiança e provou ser um modelo sustentável e moderno. Hoje, atuam 57 mil cooperativas de crédito em 103 países, reunindo 208 milhões de pessoas.

Estes números representam instituições financeiras que além de oferecerem produtos e serviços ao mercado, trazem aos associados a possibilidade de serem donos do negócio e não apenas clientes. No Brasil, a visão de sustentabilidade do cooperativismo de crédito ganha uma importância maior com o atual momento do cenário econômico.

Os associados têm confiança na solidez do nosso modelo de negócio e, neste cenário com elevação da taxa de juros, um contexto internacional turbulento e ações em curso para ajustes na política econômica do país, o cooperativismo de crédito se sobressai e mantém-se em curva ascendente de indicadores.

Segundo dados da OCB, a base de associados do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) teve um crescimento de 171%, de 2006 a 2014. Em relação ao volume de ativos, o total no período analisado aumentou em 590%, alcançando a cifra de R$ 143,6 bilhões em 2014.

Entre a crise financeira mundial, em 2009, e o início da estabilização do Sistema Financeiro Nacional, em 2011, o cooperativismo de crédito deu um salto no volume de ativos de R$ 37 bilhões para R$ 58 bilhões – quase dobrando de tamanho. O volume de operações de crédito teve crescimento total no período de 483%, o que representa, em média, um aumento ano a ano de 60,3% nas operações das cooperativas de crédito.

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