Iniciado curso para cooperativas agro focadas em leite
Brasília (27/3/17) – A qualificação técnica dos profissionais das cooperativas brasileiras é uma das atribuições do Sistema OCB, por meio do Sescoop. O objetivo é simples: ampliar a competitividade do movimento cooperativista. Por isso, foi iniciado, na última semana, o Treinamento em Bovinocultura de Leite, cujo público-alvo são profissionais ligados a cooperativas agropecuárias. O curso é realizado em parceria com a Embrapa Gado de Leite.
O primeiro módulo ocorreu na sede da Embrapa, na cidade mineira de Juiz de Fora e contou com a participação de 25 profissionais ligados a cooperativas de leite dos estados de MG, SP, RJ, ES e PR. Também participaram pesquisadores da Embrapa e representantes do Sistema OCB.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a parceria com a Embrapa “representa um caminho para que os resultados gerados pela pesquisa cheguem aos profissionais responsáveis pela transmissão desses conhecimentos aos agricultores, possibilitando, assim, que a experiência dos extensionistas seja incorporada ao setor produtivo.
ORIENTAÇÃO
Nesta parceria, a Embrapa apontará as principais soluções tecnológicas para a cadeia produtiva de leite, bem como temas transversais, e disponibilizará especialistas para a capacitação, conforme sua área de competência.
A Embrapa também será responsável por desenvolver e conduzir os cursos voltados à transferência de tecnologia, conforme acordos e negociações com O Sistema OCB, além de disponibilizar infraestrutura e materiais específicos para a realização dos cursos.
MOTIVAÇÃO
O principal objetivo da parceria é a capacitação de profissionais das ciências agrárias que, atuando como multiplicadores e interlocutores com os cooperados do setor agropecuário, propiciarão o acesso e a aplicação de novas tecnologias que levem ao desenvolvimento das atividades individuais desses beneficiários e, consequentemente, das suas cooperativas.
METODOLOGIA
As capacitações serão ministradas no Campo Experimental José Henrique Bruschi da Embrapa, no município de Coronel Pacheco, Minas Gerais. A fazenda possui, como suporte à capacitação, laboratórios, experimentos de campo, Vitrine de Forrageiras (com o objetivo de apresentar as características das principais forrageiras recomendadas para o Brasil). Possui ainda, pastos, piquetes rotacionados, sistemas de produção de leite a pasto e em confinamento, áreas de plantio de cana-de-açúcar e de milho, áreas com integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), sistema silvipastoril, sistema de produção de leite com resíduos destinados a um biodigestor para geração de energia elétrica, salas de aula e auditório.
MÓDULOS
As capacitações serão desenvolvidas em seis módulos presenciais, com 24 horas cada, e um módulo desenvolvido à distância, com 28 horas. A abordagem metodológica conciliará apresentações teóricas e práticas, visando maior dinamismo didático. Neste primeiro módulo, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as instalações da Embrapa Gado de Leite, além de participarem de palestras e debates sobre a estrutura da cadeia produtiva do leite, a produção de leite no Brasil e no mundo, cenários e análise do mercado do leite e muitos outros.
SAIBA MAIS
A atividade leiteira é caracterizada por ser intensiva em gestão e complexa sob a ótica de implantação de novas tecnologias. Neste contexto, apesar do crescimento da produção e produtividade de modo contínuo, pesquisas revelam que, a cada onze minutos, um produtor deixa a atividade. Isso se deve, em grande parte, à não competitividade do setor, frente às novas exigências, em termos de redução de custos e melhoria contínua da qualidade do produto.
Os indicadores de desempenho demonstram que isso ocorre muito em função da carência de profissionais extensionistas, que tenham o pleno conhecimento técnico e que funcionem como multiplicadores de informações junto aos produtores.
Para que ocorram transformações sustentáveis na atividade, é importante contar com os extensionistas rurais, que têm fundamental importância no repasse das mais recentes informações ao produtor, pois são os principais responsáveis por facilitar o desenvolvimento das atividades agropecuárias e por orientar o homem do campo sobre as práticas mais adequadas de produção.
Nesse sentido, visando tornar os extensionistas aptos a cumprirem sua missão, torna-se também relevante disponibilizar um programa de capacitação, que possibilite o intercâmbio de conhecimento, construção de redes e geração de soluções eficientes aos usuários em geral.