Livro conta história do cooperativismo baiano

Com caráter exploratório, o livro Cooperativismo na Bahia: um olhar histórico se debruça a reconhecer a vocação singular do cooperativismo baiano enquanto objeto organizacional e histórico. A obra foi lançada, na última segunda-feira (11), por meio de transmissão online com a participação do presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas da Bahia (Oceb), Cergio Tecchio, e do coautor da obra, professor Genauto Carvalho de França Filho.  

Além de Genauto, também assinam a autoria os professores Ricardo Caribé e Ariádne Scalfoni Rigo. De acordo com eles, a ausência de um centro de estudos sobre o tema nas universidades e o baixo volume de produção científica os instigaram a realizar a pesquisa encomendada pela Oceb e promovida pela parceria institucional do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado da Bahia (Sescoop/BA) e da Faculdade de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, declarou que a importância da obra vai além do resgate histórico. “Este livro abre novos olhares sobre o cooperativismo e suas especificidades. O estudo certamente será bem utilizado tanto pela academia, como pelo movimento cooperativista. A abertura e estímulo à pesquisa sobre o universo coop, por meio do Sescoop, reforça nossa história e nos inspira a reproduzir as boas práticas”, disse. 

O presidente da Oceb destaca que os estudos técnicos são robustos e possibilitam novas publicações. “Nossa motivação inicial para a formulação dessa obra foi a comemoração dos 50 anos da Oceb. Hoje, somos mais de 300 mil cooperados baianos e queremos chegar a 1 milhão em 2030. O tema tem relevância tanto para a academia, como para despertar novos olhares para que o conhecimento se expanda e chegue a todos. Por isso, estamos disponibilizando o livro, em formato PDF, para facilitar sua distribuição e aumentar o alcance”, informou Cergio. 

O professor Genauto ponderou que este é o primeiro olhar sobre a reflexão do significado do cooperativismo baiano. “Descobrimos que, na verdade, o cooperativismo na Bahia ultrapassa os 100 anos. Fomos pioneiros no que chamamos de gestão social, especialmente no que diz respeito ao cuidado entre solidariedade e organizações. Além da diversidade desse fenômeno, seja ele geográfico ou com diferenciações de perfis. Algumas cooperativas têm forte enraizamento territorial com processos de relações comunitárias, enquanto outras se projetam na competitividade da cena internacional. É sem dúvida uma história multifacetada”. 

Genauto elucidou também acerca da construção do movimento. “Os primórdios do cooperativismo estão compreendidos entre 1876 e 1877, no período colonial. Então, dividimos a obra em três momentos: República Velha, até os anos 1930, depois dos anos 1930 até 1970 e, por último, o cooperativismo contemporâneo com a sanção da Lei 5.764/71 e o surgimento das entidades de representação. Este material abrangente é uma tentativa de olhar o cooperativismo de forma ampla e com resgate histórico. Por isso, entrevistamos também personagens importantes com o presidente da Oceb e estudiosos sobre o tema”. 

Em relação às novas análises, o professor ressaltou que o tema já era uma preocupação do ponto de vista de pesquisa e que a obra vai instigar novas observações. “O livro abre um inventário de possibilidades para outros estudos, além da extensão histórica. Precisamos estimular ainda mais a temática do cooperativismo como agenda de pesquisa nos cursos de pós-graduação para além das faculdades de Gestão e Economia. Já adotamos o tema na pós-graduação da Faculdade de Administração e no mestrado em Desenvolvimento em Gestão Social da UFBA. Devemos fortalecer o tema também com encontros e debates”, avaliou. 

Para acessar o arquivo em PDF do livro clique em https://in.coop.br/coopnabahia

Em 2021, como pré-lançamento do livro, o Sistema Oceb realizou um bate-papo com os autores. Confira no Youtube

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