Márcio Lopes de Freitas: O Amazonas terá novidades no cooperativismo
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MLF - Aqui, é diferente, com eixo forte do agrorural e paralelamente, urbano, que vem se mostrando muito pujante, nos setores de trabalho, serviços, crédito, então ele nasce com características muito próprias levando em consideração a densidade populacional, uma vez que as concentrações estão na capital das cidades e não em seus arredores, como é no Sul. Aqui, no Estado, o cooperativismo não esqueceu do seu interior, de mudanças de classe, da evolução das sociedades, principalmente nas regiões Norte e Nordeste e este é um legado que as sociedades do Norte/Nordeste precisavam deixar para as futuras gerações e, graças a Deus, isto está acontecendo. É sempre importante salientar que gente organizada é gente desenvolvida. Você mede o desenvolvimento de uma nação muito mais pela capacidade das pessoas de se organizarem, de confiarem umas nas outras, do que em números oriundos do Produto Interno Bruto (PIB), que são números frios que os grandes institutos de pesquisas sociais e econômicas costumam divulgar. Acho que o segredo do futuro, das novas gerações, é se medir a felicidade interna bruta, a capacidade de realização das pessoas e o cooperativismo cumpre esse papel, através do econômico, realizar os anseios das pessoas que se organizam em sociedades. Vocês, no Amazonas, estão aprendendo a fazer isso; mais, ensinando o Brasil afora como fazer isso também.
AC - O senhor, como presidente do Sistema OCB/Sescoop Nacional tem contribuído para o desenvolvimento do cooperativismo no País. Como é receber homenagens pelo trabalho que vem realizando?
MLF - Acho que toda homenagem é um mimo e eu acho até que eu não o mereço, mas toda as vezes que isso acontece, eu lembro que todos os dias eu levanto pela manhã com o ideal de fazer sempre o melhor pelo cooperativismo, para fazer valer cada agrado que a gente recebe estando à frente desta entidade. Mas eu acredito que posso ficar feliz com os resultados do que já conquistamos nessa etapa, de ter colocado um tijolo que ajudou a concretizar o plano do cooperativismo, na construção desse Sistema, principalmente no Amazonas, porque vejo que vocês estão caminhando para ser referência para os outros estados da região Norte e Nordeste do Brasil, onde depositamos tanta esperança.
AC - O senhor demonstra ter grande admiração pelo trabalho do cooperativismo que vem sendo feito no Estado. Como é a sua relação com quem promove o cooperativismo no Amazonas?
MLF - Eu considero o Petrucio um amigo. Eu o conheci no Sistema como Superintendente, conheci o pai dele, a sua mãe, a história deles. Eu convivi com todos. Conheci o Petrucio como técnico, enquanto gestor na administração do Merched (José Mercheed Chaar, atual presidente da Federação das Cooperativas da região Norte do País – Fecoop Norte e que já foi presidente do Sistema OCB/Sescoop-M). Agora, tenho a grata satisfação de acompanhar a sua atuação no Sistema como presidente, eleito por entes cooperativistas, num pleito em que nós, do Sistema OCB/Sescoop Nacional, não interferimos. E quando foi do modelo de nova governança, que precisamos formatar uma chapa e tivemos que escolher nomes que eu considerava que pudessem ser aquele gestor em quem eu depositaria a certeza que contribuiria para a instituição no novo modelo, eu não tive dúvidas de que na região Norte, o nome com o melhor perfil é o do Petrucio, pela jovialidade, visão, entusiasmo, profissionalismo, pelo foco que ele tem nos negócios. E ele tem me ajudado muito, junto com os outros quatro de cada Região, porque tem sido um amparo tremendo.
AC - O que há de novidade na atuação do Sistema OCB/Sescoop Nacional?
MLF - Estamos trabalhando muito forte no projeto do Ato Cooperativo, para o reconhecimento do adequado tratamento tributário. A Constituição Brasileira garante isso, mas isso nunca foi regulamento e o resultado disso é que acabamos vivendo sempre com uma espada na nossa cabeça, o tempo todo, porque pode vir uma legislação ou uma decisão que faça com que a Receita Federal, do dia para a noite, passe a tributar as cooperativas de forma injusta, porque não compreende bem essa relação cooperativa. No Congresso, estamos trabalhando nisso. Com ele, nós deixamos claro que não queremos isenção de impostos, porque pagamos, sim, os impostos, mas o que queremos é não ter que pagar o imposto duplamente, pagar cooperado pessoa física por tudo o que recebe e ter que pagar cooperado pessoa jurídica pelo que ela faz pelo cooperado. O que nos não queremos é injustiça.
Além disso, estamos turbinando as formações, qualificações nos Estados, que estarão mais bem preparados para atender às demandas e nosso sistema sindical mais fortalecido neste segundo semestre. Então, tem muita novidade vindo por aí.
(Fonte: Sistema OCB/Sescoop-AM) "
Manaus, 19/7/2013 - O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, esteve em Manaus (AM) para prestigiar as comemorações dos 40 anos do Cooperativismo Amazonense e do Dia Internacional do Cooperativismo. Em entrevista exclusiva, ele falou do Mérito Cooperativista, e avaliou as especificidades do cooperativismo no Estado. Freitas falou ainda sobre as metas a serem cumpridas pelo Sistema Cooperativista ainda este ano.
Confira, a seguir, a entrevista na íntegra.
Amazonas Cooperativo - Como o senhor avalia o crescimento do Sistema Cooperativista no Estado, passados quatro décadas de sua implantação no Amazonas?
Márcio Lopes de Freitas - Comemorar 40 anos é um feito que por si só já é valido. Comemorar os 40 anos junto com o Ano Internacional do Cooperativismo é mais forte ainda e mais do que merecido. O cooperativismo que é realizado aqui no Amazonas não é tão antigo como o que temos na região Sul, não é melhor nem pior do que é feito lá, porque tem a cara e o sotaque desse povo, o cooperativismo cuida de gente, cada cooperativa tem o jeito e as feições de sua gente e aqui no Amazonas, os gestores encontraram um jeito de fazer o cooperativismo do jeito do seu povo.
AC - Quais as características que o senhor observa no modelo de cooperativismo amazonense, em relação às demais regiões do País?
MLF - Aqui, é diferente, com eixo forte do agrorural e paralelamente, urbano, que vem se mostrando muito pujante, nos setores de trabalho, serviços, crédito, então ele nasce com características muito próprias levando em consideração a densidade populacional, uma vez que as concentrações estão na capital das cidades e não em seus arredores, como é no Sul. Aqui, no Estado, o cooperativismo não esqueceu do seu interior, de mudanças de classe, da evolução das sociedades, principalmente nas regiões Norte e Nordeste e este é um legado que as sociedades do Norte/Nordeste precisavam deixar para as futuras gerações e, graças a Deus, isto está acontecendo. É sempre importante salientar que gente organizada é gente desenvolvida. Você mede o desenvolvimento de uma nação muito mais pela capacidade das pessoas de se organizarem, de confiarem umas nas outras, do que em números oriundos do Produto Interno Bruto (PIB), que são números frios que os grandes institutos de pesquisas sociais e econômicas costumam divulgar. Acho que o segredo do futuro, das novas gerações, é se medir a felicidade interna bruta, a capacidade de realização das pessoas e o cooperativismo cumpre esse papel, através do econômico, realizar os anseios das pessoas que se organizam em sociedades. Vocês, no Amazonas, estão aprendendo a fazer isso; mais, ensinando o Brasil afora como fazer isso também.
AC - O senhor, como presidente do Sistema OCB/Sescoop Nacional tem contribuído para o desenvolvimento do cooperativismo no País. Como é receber homenagens pelo trabalho que vem realizando?
MLF - Acho que toda homenagem é um mimo e eu acho até que eu não o mereço, mas toda as vezes que isso acontece, eu lembro que todos os dias eu levanto pela manhã com o ideal de fazer sempre o melhor pelo cooperativismo, para fazer valer cada agrado que a gente recebe estando à frente desta entidade. Mas eu acredito que posso ficar feliz com os resultados do que já conquistamos nessa etapa, de ter colocado um tijolo que ajudou a concretizar o plano do cooperativismo, na construção desse Sistema, principalmente no Amazonas, porque vejo que vocês estão caminhando para ser referência para os outros estados da região Norte e Nordeste do Brasil, onde depositamos tanta esperança.
AC - O senhor demonstra ter grande admiração pelo trabalho do cooperativismo que vem sendo feito no Estado. Como é a sua relação com quem promove o cooperativismo no Amazonas?
MLF - Eu considero o Petrucio um amigo. Eu o conheci no Sistema como Superintendente, conheci o pai dele, a sua mãe, a história deles. Eu convivi com todos. Conheci o Petrucio como técnico, enquanto gestor na administração do Merched (José Mercheed Chaar, atual presidente da Federação das Cooperativas da região Norte do País – Fecoop Norte e que já foi presidente do Sistema OCB/Sescoop-M). Agora, tenho a grata satisfação de acompanhar a sua atuação no Sistema como presidente, eleito por entes cooperativistas, num pleito em que nós, do Sistema OCB/Sescoop Nacional, não interferimos. E quando foi do modelo de nova governança, que precisamos formatar uma chapa e tivemos que escolher nomes que eu considerava que pudessem ser aquele gestor em quem eu depositaria a certeza que contribuiria para a instituição no novo modelo, eu não tive dúvidas de que na região Norte, o nome com o melhor perfil é o do Petrucio, pela jovialidade, visão, entusiasmo, profissionalismo, pelo foco que ele tem nos negócios. E ele tem me ajudado muito, junto com os outros quatro de cada Região, porque tem sido um amparo tremendo.
AC - O que há de novidade na atuação do Sistema OCB/Sescoop Nacional?
MLF - Estamos trabalhando muito forte no projeto do Ato Cooperativo, para o reconhecimento do adequado tratamento tributário. A Constituição Brasileira garante isso, mas isso nunca foi regulamento e o resultado disso é que acabamos vivendo sempre com uma espada na nossa cabeça, o tempo todo, porque pode vir uma legislação ou uma decisão que faça com que a Receita Federal, do dia para a noite, passe a tributar as cooperativas de forma injusta, porque não compreende bem essa relação cooperativa. No Congresso, estamos trabalhando nisso. Com ele, nós deixamos claro que não queremos isenção de impostos, porque pagamos, sim, os impostos, mas o que queremos é não ter que pagar o imposto duplamente, pagar cooperado pessoa física por tudo o que recebe e ter que pagar cooperado pessoa jurídica pelo que ela faz pelo cooperado. O que nos não queremos é injustiça.
Além disso, estamos turbinando as formações, qualificações nos Estados, que estarão mais bem preparados para atender às demandas e nosso sistema sindical mais fortalecido neste segundo semestre. Então, tem muita novidade vindo por aí.
(Fonte: Sistema OCB/Sescoop-AM)
