Missão brasileira observa boas práticas na Europa

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Simultaneamente, executivos de Santa Catarina prospectam mercado no México

Brasília (30/10) – As boas práticas de cooperativas e organismos ligados ao cooperativismo francês, holandês e mexicano são cases de sucesso e que podem auxiliar o desenvolvimento deste setor, no Brasil. Em razão disso, duas missões brasileiras encontram-se nesses países, conhecendo a realidade dos empreendimentos cooperativos, ampliando as oportunidades de negócio e buscando novos jeitos de realizar o empreendimento cooperativo.

A Holanda, por exemplo, apresenta em nível mundial a 5ª colocação entre os países com maior expressão no cooperativismo de crédito. O Rabobank Group é o maior conglomerado financeiro do país, com participação de mercado de 43% nos depósitos e de 30% nos empréstimos obtidos pelos holandeses.

Hoje de manhã, uma comitiva brasileira, composta por integrantes do Sistema OCB, do Banco Central do Brasil, do Sebrae, além de representantes do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, visitou o Rabobank, cujos executivos apresentaram a história, a política de governança e os aspectos que envolvem a supervisão da instituição.

Vale ressaltar que o Rabobank possui raízes cooperativistas. O relatório Global 300 Cooperative da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) o aponta como a 5ª maior instituição financeira cooperativa do mundo. Em conjunto com outros sete bancos cooperativos europeus integra também o UNICO Banking, criado em 1977, onde, juntos, atendem a cerca de 110 milhões de clientes por meio de mais de 40 mil escritórios na Europa.

O Rabobank, sozinho, possui são 10 milhões de clientes e, dentre eles, dois milhões de associados. O Sistema congrega 117 cooperativas locais. Os primeiros bancos locais de cooperativas agrícolas surgiram na Holanda no final do século 19.

À tarde, os brasileiros foram recebidos por diretores do Banco Central Holandês, que está focando na questão de supervisão, que passa por um grande processo de mudança. “A partir do próximo dia 4/11 a supervisão bancária será concentrada no Banco Central da União Europeia, que atuará na unificação de normas para todos os países da zona do Euro”, comenta a gerente técnica do Sistema OCB, Clara Maffia.

O grupo brasileiro já conheceu o cooperativismo de crédito na França. A viagem objetiva ampliar o conhecimento sobre o ambiente cooperativo de crédito nacional e internacional e, posteriormente, estabelecer uma proposta de aplicação ao cooperativismo brasileiro de práticas exitosas no Brasil e no exterior. Esta é a sexta etapa do Projeto de Prospecção de Boas Práticas Ramo Crédito, iniciado em setembro de 2012.

Enquanto isso, no México...

Com uma população de 130 milhões de pessoas e uma economia em expansão devido aos atrativos fiscais oferecidos pelo governo aos investidores internacionais, o México tem sido observado como um possível mercado para as cooperativas catarinenses. Em 2013, por exemplo, o governo mexicano autorizou a exportação brasileira de carne de frango ao país, o que pode beneficiar as cooperativas de Santa Catarina que já exportam o produto para mais de 60 países.

Tal situação, no entanto, não impediu que se formassem cooperativas mexicanas gigantes em diversos setores, como a Cruz Azul, além da Lala e Alpura no setor de lácteos e a Caja Popular Mexicana, uma das maiores cooperativas de crédito das Américas.

E de olho neste mercado, um grupo de 16 lideranças ligadas a cooperativas agropecuárias está no México para conhecer o modelo cooperativista do país norte-americano, seu sistema de produção de leite e prospectar oportunidades de negócios.

A primeira reunião do grupo ocorreu ontem na sede da cooperativa Cruz Azul, uma das maiores do México. Atuando em diversos setores da economia mexicana, a Cruz Azul foi fundada em 1921 por 192 antigos funcionários de uma empresa de cimento que havia sido fechada.

Durante a reunião com os dirigentes da cooperativa, a missão brasileira liderada pelo presidente do Sistema Ocesc, Marcos Zordan, pôde obter informações sobre a legislação mexicana para o cooperativismo. Devido aos acordos internacionais dos quais o México faz parte (dentre eles o Acordo de Livre Comércio da América do Norte – NAFTA), o governo não oferece facilidades de crédito e tributação às cooperativas do próprio país, que são tratadas igualitariamente às empresas mercantis.

Até o fim da viagem, o grupo visitará um centro de excelência em produção e aprimoramento genético de sementes, além de se reunir com lideranças cooperativistas locais. Hoje a cooperativa é a maior de seu setor no país mexicano. Ao longo dos anos a Cruz Azul diversificou seus investimentos e hoje possui cooperativas de saúde, trabalho e mineração ligadas a sua estrutura. 

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