Movimento cooperativo está em crescimento no Uruguai

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De acordo com o II Censo Nacional de Cooperativas e Sociedades de Fomento Rural realizado pelo Instituto Nacional de Estatística e pela Confederação Uruguaia de Entidades Cooperativas, existem no Uruguai aproximadamente mais de mil cooperativas.

Um em cada três uruguaios faz parte como sócio, gerando um valor de produção que permeia os 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Essas entidades ocupam um espaço significativo na economia do país, provendo serviços financeiros, de saúde e transporte, promovendo soluções habitacionais para seus integrantes, produzindo leite, grãos e diversos alimentos, entre outros.

Segundo declarações do diretor executivo do Instituto Nacional de Cooperativismo (Inacoop), Danilo Gutiérrez, as organizações cooperativas registraram uma expansão nos últimos anos, em particular a categoria de "produção ou trabalho associado", especialmente no que diz respeito aos serviços. Gutiérrez destaca também que há no momento muitas cooperativas de habitação em formação, possivelmente resultado da expectativa das pessoas em torno das soluções habitacionais que o governo se propõe a adotar.

O diretor do Inacoop afirma ainda estão em processo de formação algumas cooperativas agrárias com um "perfil mais social" que as atuais, em particular de pequenos produtores, colonos ou aspirantes a colonos das terras que integram o Instituto Nacional de Colonização, que começam a oferecer serviços.

Segundo uma pesquisa de opinião sobre as cooperativas no Uruguai, encomendada pela Confederação Uruguaia de Entidades Cooperativas (Cudecoop) e publicada no jornal “El País” em 14 de janeiro, 42,5% das pessoas consideram que essas organizações funcionam "bem" e 7,8% acreditam que funcionam "muito bem". Isto se deve à boa organização, aos serviços prestados e aos resultados que os sócios recebem. Em contrapartida, 26,5% consideram que as cooperativas têm um funcionamento "regular" e 6,1%, "mau" ou "muito mau". O restante dos entrevistados não se pronunciou.


Censo
Segundo os resultados primários do último censo - que coletou dados entre 2008 e 2009 - existem no país 1.165 cooperativas, das quais 610 operam em Montevidéu e o restante no interior. Regionalmente, Canelones é o departamento com mais entidades (103), seguido por Colônia (50) e Paysandú (47). Em 2009, foram inscritas 317 novas cooperativas, segundo dados do Inacoop.

Em conjunto, as cooperativas produzem o equivalente a aproximadamente 3% do PIB. Mantendo-se essa participação, o valor da produção gerada em 2010 por esse setor equivaleria a uns US$ 1,2 milhões. Os setores das cooperativas que mais contribuem com valor de produção são as agrárias e as habitacionais, conforme o levantamento.

A massa social que respalda esse modelo de gestão é de 1.250.968 pessoas, sendo 907.698 o número de participantes ativos. O primeiro censo setorial, realizado em 1989, revelou que 843 cooperativas estavam integradas por 613.998 sócios. Com essa nova pesquisa, revela-se que no período intercensos desapareceram 357 entidades, mas se criaram outras 679, perfazendo o total de 1.165.

Segundo o novo censo, o maior número de cooperativas é do ramo habitacional, com 581 entidades e 22.943 cooperados. Dentro desse ramo, 77% se enquadram na categoria "ajuda mútua" e 22% correspondem às de "depósito prévio". Em seguida vêm as de "produção ou trabalho associado", com 227 cooperativas, 6.140 cooperados e 10.708 empregados. Em terceiro lugar, aparecem as cooperativas sociais, com 95 entidades e 1.586 cooperados.

As instituições cooperativas dedicadas a captar depósitos e conceder créditos são 68, e possuem mais de um milhão de associados. As menos numerosas são as destinadas a satisfazer necessidades de consumo (33 instituições, com 194.934 cooperados). Classificadas de acordo com as sobras que geram, as de maior peso são as cooperativas agrárias (com 80 entidades, 11.873 associados e cerca de $ 17,5 milhões de pesos uruguaios de faturamento anual).

Ramo Consumo
As cooperativas dedicadas a atender ao consumo foram pioneiras no país e suas origens remontam à primeira metado do século XX. Enfrentaram várias crises econômicas e uma concorrência cada vez mais forte por parte das grandes cadeias de supermercados, e depois de várias fusões e quebras restaram no Uruguai três dezenas de entidades que se dedicam, principalmente, ao comércio no atacado e no varejo.

Para o presidente da Federação de Cooperativas de Consumo, Juan Zorrila, "a maioria" dessas entidades atravessa no momento "dificuldades" e se encontram "no fio da navalha". Recentemente, a Federação pleiteou junto ao Ministério de Economia e Finanças a possibilidade de que as compras realizadas nas cooperativas de consumo possam ser dedutíveis do Imposto ao Valor Agregado, como acontece para certos compras pagas com cartão de crédito.

Zorrila disse que está estudando a forma de colocar em prática e financiar uma "central de"

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